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Futebol

Palmeiras vê reforços fracassarem e pressão sobre Mattos

Alviverde gastou quase R$ 140 milhões, caiu em todos os campeonatos e teve poucos atletas que se firmaram como titulares

Por Agência Estado

13 de outubro de 2019, às 07h40 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h29

Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras
A falta de resultados do Palmeiras deixou a torcida insatisfeita com o elenco e, principalmente, com o diretor de futebol

Clubes mais ricos do Brasil, Palmeiras e Flamengo foram os que mais investiram em contratações para a temporada. Enquanto o rubro-negro desembolsou cerca de R$ 180 milhões e viu os reforços corresponderem em campo, com o título do Campeonato Carioca, a liderança do Campeonato Brasileiro e a vaga na semifinal da Copa Libertadores, o alviverde gastou quase R$ 140 milhões, caiu em todos os campeonatos e teve poucos atletas que se firmaram como titulares. Alguns, inclusive, já deixaram a equipe.

A falta de resultados do Palmeiras deixou a torcida insatisfeita com o elenco e, principalmente, com o diretor de futebol Alexandre Mattos, que passou a ser alvo da maior organizada do clube. Há menos de três meses do final do ano, o time paulista vê seu projeto esportivo para a temporada indo por água abaixo.

Mesmo com a irregularidade apresentada em campo durante este ano, Mattos continua com prestígio dentro do clube. Entre os cartolas mais próximos à presidência, a avaliação é de que Mattos errou, mas o projeto proposto por ele para o Palmeiras é vencedor. Dessa forma, ele é peça fundamental na sequência do segundo mandato do presidente Maurício Galiotte – termina no final de 2021.

Internamente, os dirigentes ainda falam que o planejamento para a próxima temporada terá “correções e alinhamentos” para que o que for considerado como erro em 2019 não se repita nos próximos anos. A ordem para Mattos, para o gerente de futebol Cícero Souza e para o técnico Mano Menezes é trabalhar.

Publicamente, Mattos admitiu que uma mudança no perfil dos próximos reforços “uma hora vai acontecer”. De acordo com o diretor, a ideia é melhorar o elenco com contratações pontuais para 2020. Nesta temporada, por exemplo, muitas apostas foram em jogadores pensados a médio prazo, para os próximos anos.

“O Palmeiras, talvez por planejamento, por estruturar isso, gera expectativa e somos cobrados um pouco acima do normal. O que pagamos hoje para os jogadores os outros também pagam. Se você for no Inter, Cruzeiro, Grêmio ou Flamengo, eles pagam a mesma coisa e estão de parabéns. As equipes estão se organizando e temos que parabenizar todas”, disse Mattos, após a eliminação do Palmeiras na Copa Libertadores.

Dos dez jogadores que demandaram investimento do Palmeiras para esta temporada, dois já estavam no elenco alviverde. O clube comprou os laterais-direitos Marcos Rocha e Mayke, que estavam emprestados pelo Atlético-MG e Cruzeiro, respectivamente.

Dos outros oito jogadores, os que podem ser considerados titulares são apenas os zagueiros Gustavo Gómez e Vitor Hugo. O meia Zé Rafael chegou a assumir a posição com o técnico Luiz Felipe Scolari, mas tem sido reserva com Mano Menezes. O volante Matheus Fernandes e o atacante Carlos Eduardo não têm espaço, enquanto o meia colombiano Angulo vinha alternando entre o time sub-20 e o elenco profissional. Os atacantes Felipe Pires e Arthur Cabral deixaram o clube no meio desta temporada.

Em relação aos jogadores que foram contratados “sem custos”, o meia Ricardo Goulart já retornou ao Shandong Luneng, da China, o volante Ramires faz trabalhos para ficar 100% fisicamente, o atacante Henrique Dourado chegou em processo de recuperação e, por fim, Luiz Adriano assumiu a posição de titular como centroavante.

“Achar que está tudo errado? Não. Vamos fazer manutenção de elenco e melhorar. Ou contratamos caras para jogar de imediato, outras vezes por oportunidade de mercado, outros para preparar para o futuro, outros para criar desconforto no titular. Algumas vezes é para o cara crescer depois, com o tempo. É óbvio que tem que melhorar, não acho que a manutenção do elenco tem sido um erro”, defendeu Alexandre Mattos.

O caso de Luiz Adriano é um que serviu como crítica para a diretoria palmeirense. Após a saída de Gabriel Jesus, no fim de 2016, o clube demorou para achar um jogador para a posição. Borja e Deyverson foram contratados, mas não se firmaram. No início deste ano, o Palmeiras foi ao mercado e contratou o jovem Arthur Cabral em vez de um centroavante que já chegasse para ser titular.

Ao todo, a diretoria gastou quase R$ 60 milhões até contratar Luiz Adriano no meio desta temporada sem custos, arcando “apenas” com salários e comissões, enquanto o Spartak Moscou da Rússia, permaneceu com 50% dos direitos econômicos do atacante.

Com exemplos próprios e também no Flamengo, que foi ao mercado em busca de jogadores de primeiro nível, o Palmeiras espera acertar nas escolhas para a próxima temporada. Mattos diz que ainda não é hora de pensar em 2020, mas a diretoria já trabalha com a comissão técnica comandada por Mano para suprir as necessidades apontadas neste ano. Um atacante de lado de campo deve ser prioridade do Palmeiras na próxima janela de transferências.

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