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PRECONCEITO

Vítima de homofobia, Douglas Souza diz ter ficado 15 horas em aeroporto

Ponteiro da seleção de vôlei, barbarense conta que tratamento mudou quando ele apresentou o namorado

Por Rodrigo Alonso

08 de setembro de 2021, às 20h37 • Última atualização em 08 de setembro de 2021, às 20h44

O barbarense Douglas Souza, ponteiro da seleção brasileira de vôlei, disse que esperou por 15 horas em um aeroporto de Amsterdã, na Holanda, na última terça-feira (7), devido a uma postura homofóbica por parte dos funcionários.

O jogador de 26 anos, que já havia falado sobre o assunto quando estava no local, por meio das redes sociais, detalhou melhor o caso nesta quarta, após ter chegado à Itália.

Douglas afirma ter sido vítima de homofobia em aeroporto – Foto: Gaspar Nóbrega / COB

Segundo o atleta, o tratamento começou a mudar quando ele contou ao agente de controle de passaporte que estava acompanhado do namorado, com quem mantém união estável. “A fisionomia dele mudou na hora”, relatou.

Na sequência, o casal foi levado a um lugar no qual ficaram por seis horas, sem acesso a qualquer informação, até que Douglas voltou a questionado sobre seu relacionamento.

“Eu tentava explicar que era meu namorado e eles tinham muita dificuldade para entender esse termo. Para eles, era companheiro”, comentou.

Mesmo com todas as explicações, o barbarense passou toda a noite no aeroporto, sem poder ir para um hotel, pois já tinha passado pelo controle de passaporte.

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Na manhã do outro dia, ele conseguiu pegar o voo. “Passei 15 horas no aeroporto, quando era para ter passado três horas no máximo”, lamentou o atleta, que ficou refém das autoridades. “Se a gente se exaltasse, poderia dar algum problema para a gente.”

Na ocasião, Douglas viajava rumo à Itália, mais precisamente para Vibo Valentia, onde ele atua pela equipe local. O ponteiro saiu de São Paulo às 20 horas de segunda e chegou ao destino nesta quarta, depois de ter feito escala em Amsterdã e Roma.

No meio do caminho, o jogador teve o preconceito como obstáculo. “Eu sei o que eu vivi, eu sei o olhar, eu sei o jeito que me trataram a mim e meu namorado na frente de todo mundo. Foi uma situação muito constrangedora”, declarou.

Douglas, que viu seus seguidores nas redes sociais se multiplicarem durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, afirmou ter relatado toda a situação para que as pessoas saibam da existência desse tipo de problema. “A gente tem de lutar contra isso”, ressaltou.

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