Americana FL
Técnicos divergem sobre experiência no Americana
Americana FL teve 4 treinadores em seu único ano; LIBERAL ouviu Toninho Cecílio e Roberto Fernandes
Por Ingrid Lopes
17 de outubro de 2020, às 08h37 • Última atualização em 17 de outubro de 2020, às 08h38
Link da matéria: https://liberal.com.br/esporte/esportes-da-regiao/tecnicos-divergem-sobre-experiencia-no-americana-1338258/
Com apenas uma temporada de existência, o comando do Americana Futebol Ltda. passou pelas mãos de quatro técnicos diferentes. Entre demissões polêmicas e declarações contraditórias por parte da diretoria, a passagem do antigo Guaratinguetá por Americana divide opiniões entre eles.
O LIBERAL publica uma série de reportagens até este domingo sobre os 10 anos do anúncio da chegada da equipe à cidade.
Enquanto Toninho Cecílio faz duras criticas à estrutura física que encontrou, Roberto Fernandes destaca que “o clube oferecia totais condições de trabalho”.
Outros comandantes da Águia na temporada 2011, Edinho Nazareth e Sérgio Guedes, não atenderam ao convite de entrevista feito pelo LIBERAL – de maneira interina, Carlos Octávio também dirigiu o time.
Ex-zagueiro da seleção e diretor do Palmeiras entre 2007 e 2010, Toninho chegou ao estádio Décio Vitta nas rodadas finais do Campeonato Paulista e permaneceu até agosto, quando foi demitido. O técnico já havia trabalhado no Guaratinguetá e esperava “algo muito mais completo” para justificar a mudança de cidade.
“Nosso estádio não tinha condições, então prejudicava a gente em casa. Os salários eram em dia, a estrutura para os jogadores era muito boa, mas nós não tínhamos a parte do dia a dia. A Série B é uma competição muito difícil. Você está entre os 40 melhores clubes do Brasil. E eu acho que isso não foi levado a sério”, destacou.
Na visão de Toninho, além dos problemas estruturais para receber os jogos da Série B do Brasileiro, o desenvolvimento de um trabalho de comunicação direcionado ao torcedor teria sido fundamental para o êxito do projeto na cidade.
“Não houve uma preparação. Tudo feito às pressas. Isso tudo precisa ser conversado, precisa ser convencido. O torcedor precisa ir ao estádio, não ia ninguém. Não teve participação popular e o time estava bem na Série B. Podia ter subido para a Série A”, afirma.
Assim como Toninho, Roberto Fernandes também passou por Guaratinguetá antes de chegar ao Americana, onde ficou pelos últimos três meses daquela temporada.
Roberto entende que com tempo a torcida “abraçaria” o time e lamenta a dificuldade de clubes-empresas em criar uma identificação com o torcedor, já que a mudança de planos por parte de investidores e dirigentes pode quebrar o vínculo formado.
O último treinador a dirigir a Águia destaca que a cidade tinha todas as condições de manter duas equipes de destaque no futebol, referindo-se, além do Americana, ao Rio Branco.
Para ele, a permanência do clube e a construção de uma rivalidade saudável teriam sido fatores capazes de alavancar o Tigre no cenário do futebol brasileiro. “Eu acho que se o projeto tivesse tido seguimento, poderia ter acontecido alguma coisa muito legal”.
Embora as opiniões sejam contrárias com relação à estrutura oferecida e ao relacionamento com a torcida, para os dois técnicos o elenco tinha qualidade para alcançar melhores resultados dentro de campo, porém foram prejudicados por fatores externos, como questões administrativas.
O Americana oscilou durante o ano e fechou a temporada em 12º no Campeonato Paulista e em oitavo na Série B do Campeonato Brasileiro.
*Estagiária, sob supervisão de Bruno Moreira.