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Esportes da região

Palhaço da festa vira medalhista mundial de jiu-jitsu

Entre risos e dores: a história de Pezão, o palhaço da Festa do Peão de Americana medalhista no jiu-jitsu

Por Caio Possati

16 de janeiro de 2022, às 10h42

Pezão mostra as medalhas de bronze conquistadas em dezembro durante dois eventos realizados no estado - Foto: Claudeci Junior - O Liberal.JPG

O americanense Pedro Israel Fernandes convive com o antagonismo de ser alguém que precisa despertar dor e alegria nos outros. E quanto mais sofrimento estiver provocando ou mais gargalhadas ele tirar de alguém, sinal de que ele está sendo bem-sucedido na sua tarefa.

Aos 36 anos, Pedro carrega a dupla responsabilidade de ser também o palhaço Pezão, figura carimbada nas arenas da Festa do Peão de Americana, e lutador de jiu-jitsu que, desde o ano passado, vem se dedicando aos treinos e competições no tatame.

TRAJETÓRIA. A vida de pintar o rosto, colocar o chapéu de caubói e fugir dos touros vem de longa data. São 17 anos em que Pedro dá vida ao Pezão e faz o público dos rodeios dar risadas. Já como lutador de jiu-jitsu, o americanense não chegou a completar um ano ainda. Mas, em dezembro, conseguiu uma medalha de bronze no mundial da modalidade, em São Paulo, e outro terceiro lugar na Copa Jiu-Jitsu, disputada em Salto.

“Pelo tempo que eu tinha de prática, competir e já conseguir trazer um terceiro lugar foi essencial”, diz o lutador, que começou na modalidade em agosto do ano passado. “Eu primeiro matriculei o meu filho porque queria que ele tivesse mais disciplina. Depois, a pedido dele, eu acabei ficando e treinando na mesma academia”, conta Pedro ao LIBERAL.

PALHAÇO. Se o americanense já tem prêmios como lutador, a versão palhaço não fica trás. Pezão tem no seu currículo uma indicação ao Oscar Arena de Ouro, e a conquista de duas Fivelas de Prata em Animação e Show de Arena.

Reconhecimentos por uma trajetória de quase vinte anos que se iniciou no Carioba Caipira Country e no Centro Olímpico, onde Pedro cobrava apenas R$ 100 pela apresentação. “Na época, eu pensava: eu vou começar pequeno para depois ir para os rodeios grandes. Esse era meu sonho”, revela.

E foi assim que aconteceu. A partir do convite de João Frizzo, diretor do rodeio de Americana, para ser o palhaço da Festa do Peão da cidade, a carreira do artista deslanchou. No auge, entre 2010 e 2015, Pedro chegou a fazer 50 shows e rodou o Brasil se apresentando em estados como Tocantins, Mato Grosso e Minas Gerais.

Nem mesmo um touro era capaz de tirá-lo de uma arena: “Em 2009, em Limeira, um touro enfiou o chifre dentro do barril que eu estava, acertou a minha cabeça e eu tive que tomar quatro pontos entre a testa e a cabeça. Os médicos fizeram os pontos e eu voltei a trabalhar com a cabeça enfaixada na mesma noite”, lembra Pedro.

RESPEITO. Apesar de viver de forma intensa duas atividades bem distintas, a paixão de Pedro por ambas encontra uma forma de fazer as duas experiências se conversarem: “O mesmo respeito que eu tenho pela arena, quando eu entro em uma, eu também tenho pelo tatame quando vou disputar uma luta”.

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