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PUXÃO DE ORELHA

Juíza critica estrutura do União, cita falta de matrícula e cobra soluções

Bronca foi dada em processo que envolve o leilão das propriedades do clube barbarense: “visível é o estado precário”

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29 de outubro de 2021, às 07h34 • Última atualização em 29 de outubro de 2021, às 09h41

A contestação feita pelo União Barbarense contra o valor do leilão de seus bens resultou numa bronca por parte da juíza Mari Angela Pelegrini, da Vara do Trabalho de Santa Bárbara d’Oeste, nesta quarta-feira (27). Por escrito, ela criticou a estrutura do clube, citou que as propriedades não possuem matrícula e cobrou soluções.

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“Deveria o clube executado, ao invés de concentrar esforços em se manter nos campeonatos, pagando os poucos funcionários e jogadores que restam, sabe se lá como (ao invés de pagar os trabalhadores que aqui deve, há quase uma década), buscar meios de regularizar a matrícula do imóvel, divulgar o bem para que seja vendido de forma justa e não inflar sua avaliação na tentativa de procrastinar e impedir a venda que, oxalá, se aproxima”, escreveu.

Estádio Antonio Guimarães é um dos bens que estão à venda – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

Mari Angela repreendeu o clube enquanto rejeitava um recurso movido pela diretoria contra uma decisão em que ela se recusa a aceitar uma reavaliação dos imóveis.

O lance mínimo do leilão é R$ 18,5 milhões, o que corresponde à metade do valor total (R$ 37,1 milhões) de uma avaliação promovida pela Justiça em 2017. O Leão da 13, por meio do diretor jurídico Régis Godoy, argumenta que o parecer está defasado, pois quatro anos se passaram desde então.

Segundo a juíza, o União apresentou uma avaliação de R$ 46,6 milhões realizada em setembro deste ano por um profissional contratado pela própria diretoria.

Em 2017, o clube havia apresentado o mesmo valor ao contestar a avaliação judicial daquele ano, conforme informou a magistrada. “Evidente que nada mudou, a não ser para pior”, declarou.

Ela ainda apontou que a averbação da área em sua origem indica a existência de uma fazenda no local, cujos documentos, ainda físicos, estão no Cartório de Piracicaba.

Maria Angela também disparou críticas com relação à estrutura dos bens leiloados, que incluem o estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães e a sede social. De acordo com ela, o espaço tem arquibancadas “enferrujadas” e piscina em “péssimo estado”.

“Talvez nem com a manutenção, que visivelmente falta, seria de interesse do comprador que, certamente, tudo demolirá. Visível é o estado precário”, comentou a juíza, que disse ter visitado o local sem ser notada.

Os bens permanecem à venda até 20 de janeiro de 2022. O leilão faz parte de um processo piloto que envolve 99 ações trabalhistas contra o clube, que totalizam uma cobrança de aproximadamente R$ 15 milhões.

Procurado pela reportagem, Godoy afirmou que vai recorrer da negativa de uma nova avaliação, desta vez com um agravo de instrumento no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Quanto aos comentários da juíza, o clube preferiu não se manifestar.

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