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Americana FL

Chegada do Americana Futebol Ltda. completa dez anos

Casamento entre clube e cidade, no entanto, durou somente uma temporada; saída se deu por motivos extracampo

Por Rodrigo Alonso

15 de outubro de 2020, às 09h13 • Última atualização em 16 de outubro de 2020, às 11h07

Americana recebeu, dez anos atrás, mais um clube profissional de futebol, que, por fim, durou apenas uma temporada. A novidade era o Americana Futebol Ltda., que voltou a levar o nome do município para o cenário nacional. No entanto, questões extracampo fizeram o time retornar para sua cidade de origem, Guaratinguetá.

Em 15 de outubro de 2010, a diretoria do Guaratinguetá anunciou que migraria para Americana e divulgou o novo nome do clube, bem como o distintivo, as cores e a mascote.

Lembrado em grandes camisas do futebol nacional, Dodô foi uma das atrações da Águia – Foto: Arquivo / O Liberal

Essa mudança foi motivada por um acerto entre o proprietário da equipe, Sony Alberto Douer, e o então prefeito Diego de Nadai, que prometeu ajudar o clube a conseguir patrocinadores. O time também poderia utilizar o estádio Décio Vitta, que na época passou a ser administrado pela prefeitura.

“O Sony, que era o proprietário do time, achou melhor mudar de cidade, porque em Guará não tinha essa condição que Americana disponibilizava na época”, conta Ricardo Navajas, que atuava como diretor técnico do Americana.

O time começou a jogar como Americana Futebol Ltda. em 2011, quando disputou a primeira divisão estadual e o Campeonato Brasileiro da Série B.

No Paulista, a equipe ficou em 12º lugar, e no Brasileiro alcançou a oitava posição. O clube chegou liderar a Série B e sonhar com o acesso para a elite do futebol nacional.

“As condições financeiras eram boas. A gente conseguiu montar um bom time. E, para mim, foi uma experiência muito boa”, diz César Xavier, que trabalhou como gerente de futebol do Americana até o fim do Paulistão.

Na Série B do Campeonato Brasileiro, time chegou a sonhar com o acesso à elite – Foto: Arquivo / O Liberal

Mas essa parceria entre o clube e a cidade continuou apenas até 28 de novembro de 2011, quando a Prefeitura de Guaratinguetá anunciou a volta do time para o município de origem. Ex-dirigentes apontam diferentes motivos que podem ter culminado na saída da equipe de Americana.

Segundo Navajas, o clube não teria recebido os patrocínios que lhe foram prometidos. Ele também aponta que o time não tinha local fixo para treinamento, o que dificultava a rotina.

Outro problema, de acordo com ex-diretor, era com relação aos profissionais do setor administrativo, que eram de Guaratinguetá e não haviam gostado da transferência para Americana.

“Esse pessoal não aprovava muito isso, então fazia de tudo para que a coisa não funcionasse, para poder voltar para Guará […] Levava muitos problemas para o Sony, e aí o Sony acabou se enchendo e saindo daí [de Americana]”, afirma o ex-dirigente, que hoje é diretor do time de vôlei masculino Taubaté.

De cara nova após deixar Guaratinguetá, equipe sentiu o gosto da liderança no Paulistão – Foto: Arquivo / O Liberal

Segundo Xavier, essa intenção de deixar Americana existia desde quando ele trabalhava na equipe, por conta de desentendimentos no alto escalão, e foi um dos motivos para a saída dele.

Ele diz que queria fixar-se em Americana, onde, desde então, possui uma loja de bebidas. “Eu, na verdade, não queria mais voltar para lá [Guaratinguetá]”, conta. O LIBERAL não conseguiu contato com Sony.

Série
Entre esta quinta-feira e domingo, o LIBERAL publica quatro reportagens sobre os 10 anos do anúncio do Americana FL e o período de existência do time no município.

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