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Problemas na licitação

Americana perde verba para campo do Ipiranga após 10 anos

Convênio com o governo federal previa modernização da praça esportiva do Jardim Brasília, mas problemas de licitação fizeram prefeitura desistir do recurso

Por Rodrigo Alonso

11 de junho de 2020, às 10h21

Um convênio entre a Prefeitura de Americana e a União, que previa repasse federal de R$ 146,2 mil para o município, acabou extinto em 28 de maio, a pedido do governo municipal, e a cidade não terá mais acesso a essa verba.

O dinheiro seria utilizado numa obra de modernização da praça esportiva do Jardim Brasília, conhecido como campo de futebol do Ipiranga.

A administração justificou, em nota, que houve problemas com as empresas vencedoras das licitações e que o travamento do recurso poderia impedir o município de receber outros repasses do governo federal.

Atividade de alunos do Clube Atlético Ipiranga no campo que deveria ter recebido as melhorias – Foto: Facebook_Clube Atlético Ipiranga

O contrato firmado entre a prefeitura e a União é de 2010 e foi intermediado pela Caixa Econômica Federal. A ideia da administração municipal era, por meio desse convênio, construir lanchonete e quiosques na praça esportiva.

A obra estava orçada em R$ 173 mil. Além dos R$ 146,2 mil, a prefeitura também daria uma contrapartida de R$ 26,8 mil.

A administração municipal abriu um processo licitatório em 2012 e assinou o contrato para a execução da obra em maio de 2013, mas a empresa desistiu dos trabalhos, sob a alegação de incapacidade operacional.

Houve, então, a contratação de uma nova empresa em 2017. Em março de 2018, a prefeitura entrou com uma ação na Justiça para reintegração de posse da praça esportiva, onde uma família residia de forma irregular. A remoção ocorreu ainda naquele ano.

Após a conclusão do processo, o Executivo notificou a empresa vencedora da licitação, que, por fim, solicitou o encerramento do contrato. O distrato aconteceu em fevereiro de 2019.

Em maio do mesmo ano, o processo licitatório retornou para a Secretaria de Esportes, que pediu pela continuidade do convênio. A administração, portanto, acionou as empresas que ficaram em segundo e terceiro lugares na licitação.

Naque mesmo mês, a Secretaria de Esportes se reuniu com uma das empresas, que informou que só conseguiria executar a obra se não houvesse atrasos nas medições e se o prazo de execução fosse prorrogado.

“A prefeitura informou não poder garantir essas duas exigências, por não se tratar de demandas da prefeitura e sim da Caixa Econômica, que realiza as medições, e do Ministério da Cidadania, que aprova a prorrogação do convênio”, diz o Executivo.

A administração também afirma ter solicitado a prorrogação do prazo de execução, mas, de acordo com a prefeitura, o Ministério da Cidadania negou o pedido e manteve o convênio com validade até novembro de 2019.

O dinheiro seria utilizado numa obra de modernização da praça esportiva do Jardim Brasília – Foto: Facebook_Clube Atlético Ipiranga

O governo federal, porém, informa em seu site que houve renovação do contrato até 28 de fevereiro deste ano. O acordo aponta que havia possibilidade, ainda, de uma nova prorrogação.

Em 28 de fevereiro, a prefeitura enviou à Caixa um ofício em que pedia a extinção do repasse. O Executivo justificou, no documento, que a obra tornou-se inviável para o município, pois não havia tempo hábil para reprogramação, licitação e conclusão dos trabalhos.

Ao LIBERAL, a administração argumentou a decisão com base na Portaria Interministerial 424, de 2016, que veda a liberação de recursos federais para prefeituras que tiverem repasses em aberto e sem execução por mais de 180 dias.

“A única alternativa para a Secretaria de Esportes foi declinar o recurso do convênio, para que a Prefeitura de Americana pudesse dar sequência nos demais convênios em trâmite com o governo federal”, comunicou.

Para Vladimir Justino, presidente do Clube Atlético Ipiranga, responsável pela manutenção do campo, a Secretaria de Esportes tratou com desprezo as pessoas que utilizam o espaço e esperavam a obra. “A decepção foi enorme”.

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