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Rio Branco 90

Acesso lançou Macedo para o cenário nacional

Ex-atacante do time de Americana integrou elenco multicampeão do São Paulo por duas temporadas

Por Rodrigo Alonso

01 de dezembro de 2019, às 08h36 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 14h22

O acesso conquistado pelo Rio Branco em 1990 serviu como pontapé inicial para a carreira de Macedo, que, nos dois anos seguintes, integrou o elenco multicampeão do São Paulo. Depois, ainda passou por clubes como Santos, Cruzeiro, Vasco e Grêmio.

Foto: Celio jr. / Estadão Conteúdo
Macedo durante treino do São Paulo no Morumbi, um ano após ser campeão pelo Tigre

Em janeiro de 1991, o ex-atacante garantiu, até aquele momento, a maior transferência da história riobranquense. À época, ele teve o passe comprado pelo Tricolor, numa negociação que totalizou 550 mil dólares.

Para Macedo, a venda alavancou a imagem do Tigre. “Começou, através de mim, o Rio Branco ser conhecido. Depois que eu fui para o São Paulo, todo mundo ficou sabendo que eu saí do Rio Branco. Eu fui o primeiro. Depois, foram vários jogadores também de qualidade”, lembra o americanense.

O ex-atleta viveu o auge no São Paulo. Logo no ano em quem chegou ao clube, venceu o Campeonato Brasileiro. O ápice, porém, foi em 1992, com os títulos da Libertadores e do Mundial. “Onde ganhei os títulos mais importantes foi o São Paulo”, afirma.

Natural de Americana, o ex-atacante tornou-se profissional no Rio Branco justamente em 1990. Naquele ano, ele dividiu a artilharia da segunda divisão estadual com Bugre, também do Tigre, ambos com 14 gols.

Macedo pendurou as chuteiras em 2008, depois de passagem pelo Operário (MS). Hoje, aos 49 anos, ele se orgulha por ter espalhado o nome do Tigre e de Americana Brasil afora.

Clique aqui e confira as fichas técnicas de todos os jogos do Rio Branco na campanha do acesso

“Fico muito feliz por ter ajudado o Rio Branco a voar mais alto, porque, quando um jogador de nome sai do clube, leva o nome da cidade, leva o nome do clube. Então, fico feliz por ter levado o nome da cidade de Americana, por ter nascido aqui”, detalha.

HERANÇA

No entanto, o nome “Macedo” continua presente nos campos de futebol, já que o filho do ex-jogador, Lucas Macedo, também virou atleta profissional.

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O rapaz de 22 anos atua como atacante, mesma posição do pai, e chegou a jogar no Japão, pelo Cerezo Osaka. “Fiquei orgulhoso por ter um filho jogador, por ele levar a geração do pai”, conta o ex-jogador, que atualmente trabalha como olheiro do clube espanhol Torrejón.

Macedo iniciou os trabalhos em junho e fica com 60% dos direitos econômicos de cada atleta indicado por ele. “Eu venho aqui para o Brasil, pego jogador e levo para lá, para a Europa”, explica.

Negociação serviu como ‘crédito’ para o clube

O Rio Branco nunca havia recebido tanto por um jogador, mas gastou o dinheiro mesmo antes de receber.

A venda de Macedo ao São Paulo foi uma das negociações da gestão de Chico Sardelli (1989-1991) analisadas pela Audiap (Auditores Associados), auditoria contratada em 1995 pelo então presidente do clube, Armindo Borelli, sucessor de Sardelli. O LIBERAL teve acesso a essa auditoria, que nunca tornou-se pública.

Foto: Reprodução
Última parcela paga pelo São Paulo, equivalente a 60 mil dólares

Foi Sardelli quem lançou Borelli. Candidato único, este assumiu em 1992. Os dois, porém, se afastaram. Sardelli seria candidato à sucessão do então prefeito Waldemar Tebaldi naquele ano, e Borelli era ligado ao grupo daquele que seria eleito, Frederico Polo Muller.

Quando disputou a reeleição em 1993, Borelli teve um adversário, Edilberto de Paula Ribeiro, dono da rádio Notícia FM, que contava com o apoio de Sardelli.

Borelli, que falou em uso político do clube durante a campanha, venceu uma das mais acirradas eleições do Rio Branco: 694 votos a 541.

Neste cenário, Borelli pediu a auditoria antes de encerrar seu segundo mandato. Nela consta que um dos últimos atos de Sardelli como presidente do Rio Branco, em 1991, foi assinar uma cessão de crédito à Textilia, empresa do grupo Vicunha, que na verdade não doava, como patrocínio, grande parte da receita que injetava no clube, mas emprestava dinheiro, algo não divulgado quando foram anunciados sucessivos acordos com a empresa.

Assim, as duas últimas parcelas pela venda de Macedo, totalizando 125 mil dólares e que venceriam em março e abril de 1992, não eram mais do clube. As cinco primeiras parcelas (325 mil dólares) foram pagas ainda durante a gestão Sardelli.

O negócio inteiro foi fechado em 550 mil dólares, sendo 450 mil em dinheiro mais o empréstimo do zagueiro César Xavier e a cessão em definitivo de Aritana. O São Paulo depois cederia o passe de Mazinho Loyola ao Rio Branco. (Claudio Gioria).

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