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ATLETISMO

Abalado pela morte do tio, Felipe Bardi conquista a melhor marca da carreira

Nos EUA, americanense cravou 10s10 no mesmo dia em que o tio Coutinho morreu, vítima da Covid-19

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19 de abril de 2021, às 11h21 • Última atualização em 30 de junho de 2021, às 17h59

Coutinho e Felipe eram comparados por conta da raça demonstrada no esporte – Foto: Divulgação

No mesmo dia em que perdeu o tio para o coronavírus (Covid-19), o velocista americanense Felipe Bardi conseguiu a melhor marca de sua carreira nos 100 metros rasos com o vento dentro do permitido: 10s10. Ele alcançou esse tempo nas eliminatórias do torneio Bryan Clay Invitational, nos Estados Unidos, na última sexta-feira (16).

Seu tio também tinha um histórico como atleta no futebol. Luís Fernando Bardi, conhecido como Coutinho, foi zagueiro do antigo AEC (Americana Esporte Clube), que se fundiu com o Rio Branco em 1979. Ele também trabalhou como roupeiro no próprio Tigre e no Corinthians.

O ex-jogador morreu em Leme, vítima de complicações da Covid-19. “O pessoal fala que eu pareço muito com ele, em questão de raça”, disse Felipe, que, na infância, chegou a se arriscar no futebol por conta de Coutinho.

“Ele sempre me deu muita força, sempre falou para eu acreditar, independente do esporte, que eu poderia chegar à seleção, que eu poderia chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Foi o cara para mim, sempre me ajudou muito”, afirmou.

Mesmo abalado pela morte do tio, o americanense entrou na pista do estádio da Azusa Pacific University, na Califórnia. Primeiro, ele ajudou o Brasil a vencer o revezamento 4×100 m rasos. O quarteto vencedor, que ainda contou com os atletas Rodrigo Nascimento, Derick Souza e Paulo André Oliveira, completou os 400 m em 38s66.

Americanense conquistou o título no revezamento 4×100 m e o 3º lugar nos 100 m – Foto: Divulgação

Na sequência, Felipe cravou 10s10 nas eliminatórias dos 100 m. “Foi muito difícil, porque eu não podia sair fora, porque tinha o revezamento com os meninos. Segurando a barra, corri”, relatou.

Ele também disputaria os 200 m, mas decidiu abandonar a prova. “Eu já não aguentava mais. A cabeça já estava a milhão, as pernas também não estavam mais aguentando”, justificou.

No sábado, o americanense de 22 anos voltou a competir e conquistou o terceiro lugar na final dos 100 m, com 10s14. Ele ficou atrás apenas do compatriota Paulo André, com 10s12, e do estadunidense Ameer Web, com 10s13.

Felipe está convocado para o Campeonato Mundial de Revezamento, que acontece entre os dias 1 e 2 de maio, na Polônia, e também briga por vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

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