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Em atrito com a Fifa, FIFPRO publica estudo para atacar sobrecarga de jogos no futebol mundial - O Liberal

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Em atrito com a Fifa, FIFPRO publica estudo para atacar sobrecarga de jogos no futebol mundial - O Liberal

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Esporte

Em atrito com a Fifa, FIFPRO publica estudo para atacar sobrecarga de jogos no futebol mundial

Por Agência Estado

05 de setembro de 2024, às 11h01

Julian Alvarez foi relacionado para 83 jogos na temporada europeia passada. Darwin Núñez, Luis Díaz e Phil Foden jogaram 72 partidas cada. Cristian Romero viajou mais de 160.000 quilômetros para jogos internacionais. Em comparação, Erling Haaland teve uma pausa de verão sem torneios de seleção e começou a nova temporada revigorado, com muitos gols pelo Manchester City.

As demandas físicas e psicológicas sobre os jogadores de futebol de elite na temporada passada foram detalhadas nesta quinta-feira por seu sindicato global, a FIFPRO, que está enfrentando a Fifa na Justiça em dois processos.

A FIFPRO publicou seu relatório anual de Monitoramento da Carga de Trabalho do Jogador, que entrevistou cerca de 1.500 jogadores. O estudo visa apoiar argumentos legais de que muito está sendo exigido dos membros do sindicato sem a devida consulta sobre a expansão constante do calendário de competições internacionais nos últimos anos.

“Esta será a temporada decisiva”, disse Maheta Molango, membro do conselho da FIFPRO, sobre um calendário congestionado de 2024-25 que terminará com a primeira edição do novo Mundial de Clubes, de 32 equipes, organizada pela Fifa nos Estados Unidos.

Um anúncio online da FIFPRO sobre o relatório incluiu autoridades de sindicatos de jogadores na Inglaterra e na França, que entraram com uma ação contra a Fifa, em junho, no Tribunal de Comércio de Bruxelas. Em outro caso legal, a divisão europeia da FIFPRO está se unindo a ligas nacionais para registrar uma reclamação na Comissão Europeia em Bruxelas contra a forma como a Fifa decide expandir suas competições, incluindo a Copa do Mundo, que terá 48 equipes a partir de 2026.

“A lacuna entre aqueles que planejam e programam competições internacionais complexas e aqueles que as jogam e as vivenciam nunca foi tão grande”, disse o diretor de políticas da FIFPRO, Alexander Bielefeld.

O sindicato tem como alvo a Fifa e não a Uefa, órgão do futebol europeu, que também adicionou mais jogos a partir desta temporada à Liga dos Campeões e à Liga Europa. “Muitas pessoas nos dizem: ‘Por que vocês também não atacam a Uefa?'”, reconheceu o dirigente do sindicato francês David Terrier. “A diferença é que tivemos discussões com a Uefa. Há uma vontade de encontrar soluções juntos. Não foi o caso da Fifa.”

O novo Mundial de Clubes, que será disputado a cada quatro anos, foi um ponto de inflexão para a expansão de competições internacionais, disse o sindicato. O argumento da Fifa de que os jogos das seleções representam uma pequena fração do total de jogos em comparação ao futebol de clubes foi “uma perspectiva enganosa”, afirmou a FIFPRO.

O último relatório de carga de trabalho do jogador muda o foco do número de jogos e minutos jogados para o tempo gasto em serviço de trabalho. Isso incluiu a seleção em seus dias de jogos e também em dias de treinamentos, o que adicionou estresse em viagens e preparação para as partidas, segundo o sindicato.

Jogadores que estiveram na Eurocopa deste ano passaram 17% do seu tempo de trabalho na temporada passada com seleções nacionais, sugeriu o relatório, acrescentando que esses jogadores tiveram apenas 42 dias de descanso e recuperação ao longo do ano.

Haaland não jogou na Eurocopa porque a Noruega não se classificou, observou Molango, CEO do sindicato dos jogadores na Inglaterra, e estava totalmente descansado para começar o Campeonato Inglês. Ele tem sete gols em três jogos pelo Manchester City. “Agora você vê o resultado. Ele voltou a ser a máquina que vimos quando ele entrou pela primeira vez”, disse Molango.

Ele também destacou o rápido início de Mohamed Salah no Liverpool após não jogar nenhum torneio durante as férias com a seleção do Egito.

O relatório também comparou Jude Bellingham, Real Madrid, jogando muito mais jogos na mesma idade – 21 – do que Wayne Rooney, uma estrela adolescente anterior da Inglaterra. “Não há proteção”, disse Darren Burgess, pesquisador da FIFPRO. “A ciência nos diz que esses atletas ainda estão crescendo e estamos colocando-os sob cada vez mais carga, o que geralmente leva a lesões.”

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