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Partidas

CBF critica decisão da Conmebol e pede volta de público só em setembro

Segundo presidente da Comissão de Médicos da CBF, retorno do público precisa ser pensado com mais cautela

Por Agência Estado

17 de julho de 2021, às 17h00 • Última atualização em 17 de julho de 2021, às 18h54

O presidente da Comissão de Médicos da CBF, Jorge Pagura, criticou a decisão da Conmebol de autorizar a presença de torcedores em estádios a partir das oitavas de final das Copas Libertadores e Sul-Americana. Segundo ele, o retorno do público precisa ser pensado com mais cautela.

“Na CBF não fazemos nada a ‘toque de caixa’. Setembro parece uma data mais viável. Se a situação piorar ou melhorar, essa estimativa pode mudar”, explicou Pagura em entrevista ao Estadão. “Eles (Conmebol) procuraram o departamento médico da CBF e não concordamos com a presença de público na Copa América. Depois, vimos o que aconteceu”, acrescentou.

O médico disse que a entidade brasileira montou um grupo para análise de índices sobre o cenário epidemiológico no País. “Estamos trabalhando internamente, mas, claro, depois vamos ouvir clubes, federações e as autoridades sanitárias. Um grupo nosso estabeleceu uma ‘cesta’ com vários dados, incluindo índices de mortalidade, contaminação, transmissibilidade e imunidade.”

A posição da CBF vale para as competições que ela organiza, no caso o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Em relação à Libertadores e à Copa Sul-Americana, nada pode fazer. Por isso governadores, prefeitos, dirigentes esportivos e profissionais da saúde discutem também a retomada do público. A liberação de público anunciada pela Conmebol no último domingo depende também da ratificação das cidades que receberão os jogos.

SP e RJ vetam público, MG e DF liberam

O público em São Paulo, por exemplo, deve esperar mais um pouco para frequentar a arquibancada. Na semana passada, em entrevista ao podcast “Inteligência Ltda.”, no YouTube, o governador João Doria (PSDB) disse que o retorno do público deve acontecer “provavelmente em outubro, com lotações gradualmente expandidas”. A Secretaria Municipal da Saúde da capital paulista informou que segue as diretrizes do “Plano São Paulo”, de responsabilidade do governo estadual.

Os mineiros já se preparam para voltar aos estádios. O governo de Minas Gerais anunciou na semana passada que os municípios na “onda verde” podem receber público em jogos de futebol. A Secretaria estadual de Saúde mineira se reuniu na quinta-feira (15) com a Federação Mineira de Futebol para discutir as medidas sanitárias a serem realizadas durante o retorno aos estádios.

O governo do Distrito Federal publicou decreto autorizando a liberação do público nos estádios apenas para pessoas imunizadas contra a Covid-19. O limite é de 15 mil torcedores, 25% da capacidade do local.

O anúncio motivou a mudança para Brasília da partida entre Flamengo e Defensa y Justicia, da Argentina, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. Apesar de ter liberado 10% da capacidade do Maracanã ao público na final da Copa América, a prefeitura do Rio de Janeiro não autorizou o retorno para os rubro-negros.

O prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena (PP), afirmou na sexta-feira que o comitê científico avalia um retorno gradual aos estádios no dia 30 deste mês, com 20% dos ingressos vendidos. “Acredito que no próximo decreto vamos ocupar o estádio com pelo menos 20% do público, com todos usando máscaras”, disse Lucena, em entrevista à TV Cabo Branco, afiliada da TV Globo na Paraíba.

Na madrugada de quinta-feira, a Câmara de Porto Alegre aprovou a autorização da presença de público em eventos esportivos. Para a liberação ocorrer, o público não poderá ultrapassar 25% da capacidade prevista no Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) para cada setor ou área do estádio, considerando o público e os trabalhadores necessários para o evento.

A prefeitura da capital gaúcha já tinha divulgado a intenção de retornar com o público nos estádios. Foi enviado um documento ao governo estadual com o plano de retomada, que prevê a liberação total a partir de 27 de setembro.

O Estadão entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

O debate sobre presença de público nos estádios acontece em meio à queda no número de mortes por covid-19. Na sexta-feira, o Brasil registrou 1.450 novos óbitos, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, do qual o Estadão faz parte. A média móvel alcançou as 1.246 mortes nos últimos sete dias, considerada ainda alta por especialistas.

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