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Covid-19

Academias se reinventam e utilizam tecnologia para manter seus alunos

Oferta de conteúdos online é a aposta principal para minimizar as perdas provocadas pela doença e tentar manter clientela

Por Leonardo Oliveira

05 de abril de 2020, às 08h07 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h33

As academias e grupos ligados a atividades físicas da região têm recorrido à tecnologia na tentativa de manter os clientes e o faturamento diante de um cenário de recessão econômica causada pela expansão do novo coronavírus (Covid-19). Uso de aplicativos e redes sociais ditam as estratégias de sobrevivência no ramo.

O governador João Doria (PSDB) suspendeu, no mês passado, todas as atividades não essenciais ligadas ao comércio. Isso levou ao fechamento por tempo indeterminado de todas as academias e estúdios do Estado, obrigando esses estabelecimentos a criarem alternativas para não padecerem.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Aulas através dos aplicativos e nas redes sociais ditam estratégias para que as academias consigam sobrevivência

Na Xprime, com sede no São Manoel, em Americana, foi oferecido um pacote com várias atividades. De segunda à sexta-feira, em três horários diferentes, professores transmitem aulas ao vivo, pelo Instagram. Os alunos, de casa, repetem as orientações, sempre com exercícios adaptados à estrutura da casa.

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“Tudo que a gente pede é parar, arrumar um edredon, água e toalhinha. Uma vassoura, um rodo, um saco de arroz para fazer agachamento”, disse o sócio proprietário, Afonso Canatiel Filho, de 36 anos, em entrevista ao LIBERAL.

Também são disponibilizadas dicas de uma arquiteta da rede de como tornar a casa propícia à prática esportiva e o acesso gratuito a um aplicativo onde é possível conversar com um nutricionista e definir uma dieta. Os alunos ainda terão o contrato com a academia prorrogado, sem custos, em período proporcional ao que o local estiver fechado.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Live com exercícios permite que o aluno não deixe de praticar exercícios físicos durante a quarentena

Opção semelhante foi escolhida pela Scar Crossfit, de Americana. Treinos diários são enviados aos clientes junto com vídeos demonstrando qual a execução correta do movimento, além de sugestões de quais materiais usar como pesos.

GRUPOS

As aulas em grupo seguem mantidas, agora via aplicativo zoom – ele consegue reunir várias pessoas em uma mesma transmissão. Assim, o professor consegue checar como cada aluno se comporta no treinamento. “Tem dado um bom resultado, mas claro que, de todos os clientes, de 25% a 30% aderem. São pessoas com uma certa paciência para treinar em casa”, disse o proprietário, André Carlini.

Saiba tudo sobre o coronavírus, o que ele provoca e como se prevenir

Apesar das iniciativas, uma queda no faturamento já é registrada no segmento. O dono do Studio Corpo em Forma, de Americana, Tiago Miranda, revela que perdeu cerca de 10% dos clientes desde o começo da quarentena, apesar da adesão a aulas online.

“Confesso que não está sendo fácil. A grande maioria opta por treinar assim, mas tem uma porcentagem que não está treinando, que é uma porcentagem de um grupo mais idoso, que não entende tanto da tecnologia”, destaca.

Para o empresário Renan Reis, de 36 anos, o desafio é ainda maior. Ele é proprietário da academia Black Fit, de um grupo de corrida e um centro de treinamento funcional em Americana.

Além de “congelar” os planos”, está oferecendo um aplicativo com treinos de funcional, aula de dança, alongamento, yoga e pilates. “A gente teve uma queda de 20% [dos clientes] nessas duas semanas”, declarou.

Família é incentivo para treinar em casa

 

de academias há mais de seis anos, o empresário Anderson Vaz, de 42 anos, tem estranhado a nova rotina de treinos em casa. “Não é a mesma coisa da academia de forma alguma, principalmente a gente que está acostumado em frequentar o local. Você sofre muito, sente falta de peso, de ter aparelhos”, disse.

Para se manter em atividade pelo menos uma vez a cada dois dias ele se apoia na família. A esposa e os filhos, de 10 e 2 anos, também participam das atividades.

“Se você deixar o comodismo tomar conta vai piorando dia a dia. Um dia a gente descansa, no outro a gente treina. Usa galão d’água, elástico, sofá, parte da sacada do apartamento, então é mais limitado ainda”, completa.

 

Advogado fala em prorrogar contrato

 

A pandemia causada pelo novo coronavírus gera dúvida nos consumidores no que diz respeito ao cumprimento dos contratos firmados com prestadores de serviços, como as academias. Para o advogado Renato Sparn, a medida mais apropriada é a ampliação do contrato por período proporcional ao que o estabelecimento esteve parado, sem custos adicionais.

Mesmo que o estabelecimento ofereça opções online, o consumidor pode exigir a ampliação do vínculo gratuitamente, afirma Sparn .

“Eu entendo que a prorrogação é a mais adequada e equilibrada porque o contrato de prestação dos serviços é presencial e local”, disse.

O advogado recomenda que os consumidores procurem diretamente o prestador de serviços para discutir a situação. Se não houver um acordo, a opção é procurar o Procon. Só em último caso ele aconselha judicializar a questão.

Além da Capa, o podcast do LIBERAL

A demanda por informação de fontes confiáveis durante a pandemia do novo coronavírus mostra reflexo nos números de audiência de veículos profissionais, como é o caso do próprio LIBERAL. Além disso, demanda um esforço contínuo de quem atua nesse segmento no poder público, caso do secretário de Comunicação do Estado de São Paulo, Cléber Mata, que reside em Americana. Esse é o tema da edição deste domingo do Além da Capa, o podcast do LIBERAL.

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