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Transporte

Motoristas de apps criam rede de apoio contra insegurança

Os principais canais para comunicação entre profissionais que atuam como motoristas de aplicativos e alertas de risco são grupos de WhatsApp

Por Rodrigo Pereira

27 de junho de 2019, às 07h41 • Última atualização em 29 de junho de 2019, às 10h00

Em meio aos casos de violência e prejuízos causados por eles, motoristas de aplicativos têm criado formas de cooperação entre si. Os principais canais são grupos de WhatsApp.

Em um dos métodos utilizados, quando um profissional sai para uma viagem que considera de risco, compartilha sua localização no grupo, por meio do sistema de GPS.

“A gente acaba falando para os próprios colegas do aplicativo para acompanhar nossa viagem. Se em torno de meia hora a gente não responder mais é porque alguma coisa aconteceu”, explica o motorista Victor Pelizari.

Os condutores também costumam realizar uma “triagem” por telefone quando consideram algum pedido de viagem suspeito ou ele parte de algum local que o aplicativo considera de risco.
Os grupos também possibilitam a solidariedade entre a categoria, como no caso da motorista Nilza Campos, que teve um prejuízo de R$ 2 mil após ser agredida e ter seu carro atingido por outro em um acidente. Seus colegas realizaram uma “vaquinha” para ajudá-la.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Rosângela, Reginaldo e Lilian: em troca de mensagens, motoristas mantêm contatos

“A Rosângela [colega de profissão] ficou sabendo e falou: ‘vamos fazer uma campanha’. Passaram uma lista, foram pedindo para o pessoal. Então, muita gente depositou R$ 10, R$ 20, R$ 50. Levantou um valor bonzinho”, conta ela.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Victor Pelizari afirmou que ele e colegas de app fiscalizam uns aos outros, sobre o trajeto feito, como medida de segurança

Exclusivo

Os recorrentes casos de violência levaram algumas empresas a apostarem em aplicativos em que há apenas motoristas mulheres e são aceitas somente viagens de passageiras. Com este perfil, começou a operar em Americana o Divas Drivers, em maio.

Um dos sócios da empresa, Maykel Almeida Câmara conta que a formulação da plataforma começou em novembro de 2018 e foi ativada no início deste ano. Hoje, o app tem cerca de 40 motoristas em Americana.

“Eu tenho uma filha, não deixo ela usar aplicativos dos concorrentes que não são voltados só para mulheres e aí eu comecei a analisar, porque eu deixaria ela andar se fosse em um feminino”, explica o empresário, sócio de Raphael Félix no negócio.

Diferente de outros aplicativos de transporte, a intenção do Divas é criar um “teto” de número de profissionais em cada cidade com o tempo, para evitar concorrência predatória. “A concorrência foi liberando, e chega um ponto que as motoristas param de ganhar dinheiro”, justifica.

O que as empresas afirmam ter feito sobre segurança

UBER

• Equipes e tecnologias próprias para analisar viagens e identificar violações, e, caso sejam comprovadas, banir os envolvidos
• Machine Learning: identificação de risco com base na análise, em tempo real, dos dados das milhões de viagens realizadas diariamente por meio do aplicativo. A ferramenta bloqueia as viagens consideradas potencialmente mais arriscadas, a menos que o usuário forneça detalhes adicionais
• Botão para ligar para a polícia em situações de risco ou emergência diretamente do app
• Aplicativo exige do usuário que quiser pagar somente em dinheiro que insira o CPF e data de nascimento, dados que são checados com a base de dados da Receita Federal
• Todas as viagens são monitoradas por GPS
• Linhas telefônicas (0800-591-7045 e 0800-591-1032) para registrar e solicitar apoio da Uber depois de suporte das autoridades – como para acionar seguro para acidentes pessoais.

99

• Mapeamento de áreas de risco, que envia aos motoristas notificações sobre zonas perigosas – com base em estatísticas do aplicativo e dados das secretarias de Segurança Pública
• Inteligência artificial, que monitora o perfil de todas as chamadas, identificando situações de risco e bloqueando o acesso à plataforma
• Câmeras de segurança embarcadas nos veículos e conectadas à central de monitoramento da companhia
• Motoristas podem optar por não receber pagamento em dinheiro
• A 99 realiza rodadas de treinamento para condutores, em que apresenta um curso especial com práticas de segurança e proteção.
• Canal de atendimento exclusivo para incidentes de segurança: 0800-888-8999
• O aplicativo também pede que todos os passageiros coloquem CPF ou cartão de crédito antes da primeira corrida.
• Passageiros e motoristas são cobertos por um seguro contra acidentes pessoais de até R$ 100 mil.

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