Sexagenário
A troca do tear pelo pastel: conheça a história do Chico
Empresário Francisco Barichello viu o setor têxtil não resistir aos novos tempos e hoje é dono de uma das bancas mais famosas do Mercadão
Por Valéria Barreira
19 de julho de 2019, às 08h20 • Última atualização em 19 de julho de 2019, às 14h59
Link da matéria: https://liberal.com.br/especiais/a-troca-do-tear-pelo-pastel-conheca-a-historia-do-chico-1044962/
O ano era 1992. O Plano Collor dava novos rumos à economia e afetava a vida de muita gente. Em Americana, a indústria têxtil não ia nada bem. Muitas tecelagens não resistiam aos novos tempos e abaixavam as portas. Empresários do setor viviam o fim de um ciclo. Aos 51 anos, um deles aproveitou uma oportunidade de negócio e trocou os teares pelo pastel. Seu nome é Francisco Barichello e o apelido, Chico, dá nome à pastelaria mais famosa do Mercado Municipal.
“O Mercadão foi uma porta que se abriu para mim”, diz o comerciante de 78 anos, que passava por um momento difícil quando decidiu dar uma guinada e arriscar tudo o que tinha na compra de um ponto no estabelecimento. “Tive tecelagem durante 22 anos, mas na época do Plano Collor eu tinha que pegar dinheiro dela [da esposa] para por lá dentro. Falei: ‘tem coisa errada aqui, vou ter que parar’. Juntei tudo o que a gente tinha e investi lá”, contou ao LIBERAL.
Na época, existiam dois bares no local vendendo pastel. Um era o tradicional Bar do Nego e o outro, o Bar e Café Santa Marta. Ele comprou o segundo e iniciava ali uma trajetória que já dura 27 anos. É a pastelaria que está há mais tempo no local com o mesmo dono. “O Mercadão me deu tudo o que eu tenho hoje, mas foi com muita luta, trabalho e dedicação”, diz o homem que durante anos trabalhava de segunda a segunda, das quatro horas da manhã até as sete da noite, para tocar o negócio.