29 de março de 2024 Atualizado 10:41

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Sexagenário

A gratidão de Luiza, tradicional comerciante do Mercado Municipal

Luiza Padovani, que dá nome ao espaço no Centro de Americana, é remanescente dos feirantes que ainda mantém uma banca

Por Valéria Barreira

19 de julho de 2019, às 08h04 • Última atualização em 19 de julho de 2019, às 14h59

“Preciso beijar o chão do Mercadão”. A frase dita pela comerciante Luiza Padovani, de 94 anos, resume sua ligação com o espaço que leva o seu nome. Última remanescente dos feirantes abrigados no Mercado Municipal que ainda mantém banca no local, ela demonstra sua gratidão com o lugar que a ajudou a criar os seis filhos.

O mais novo nasceu três anos após a inauguração. A comerciante conta que fez um “bercinho” com uma caixa, que ficava embaixo da banca. “Ele aprendeu a engatinhar no corredor do Mercadão. Foi dali que tirei o sustento de todos eles”, lembra.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Comerciante Luiza Padovani é um exemplo de persistência, fidelidade e gratidão ao local no qual criou os seis filhos

Luiza e o marido, José Padovani, tinham uma banca de verduras no local e a vida não era fácil. Eles trabalhavam de segunda a segunda sem folga. Certa vez, Luiza foi trabalhar como faxineira na extinta Fibra, indústria têxtil, para ajudar a reforçar o orçamento doméstico. “Eu trabalhava fora das cinco da manhã até duas da tarde. Quando voltava da fábrica parava no Mercadão para ajudar meu marido. Foi sacrificado, mas fui abençoada”, conta.

A banca da família era conhecida na época por vender produtos de primeira qualidade e tinha entre os clientes famílias tradicionais do município que residiam na região central, como os Duarte e os Zabani.

O Mercadão em fotos:

Com o passar dos anos, além de verduras e frutas a banca passou a vender também flores – durante muito tempo funcionou como a única floricultura da cidade. “Eu era adolescente quando fui aprender a fazer arranjo para ajudar minha mãe”, lembra a filha Ana Maria Padovani Pires.

No início dos anos 80, a banca da família mudou de ramo. As verduras foram substituídas por produtos de agropecuária. Atualmente, a banca é administrada pela filha Ana Maria e vende ração para animais e produtos de veterinária. Até o final de 2017, Luiza ainda trabalhava no local. Atualmente, mesmo afastada em função da idade, faz visitas periódicas ao Mercadão.

Em janeiro do ano passado, ela foi homenageada. O Mercadão recebeu o nome oficial de Mercado Municipal Luiza Padovani, numa iniciativa do vereador Luiz Antonio Crivelari. A placa com o seu nome foi colocada numa das entradas laterais do espaço, mas a comerciante já não trabalhava mais lá. Coube à família se encarregar de levá-la para conferir o que, de vez, eternizou sua relação com o Mercadão.

As lojas do Mercadão


Publicidade