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ELEIÇÕES 2020

Reduzir folha de pagamento é o primeiro objetivo, diz Pinguim

Em entrevista ao LIBERAL, candidato a prefeito de Santa Bárbara d’Oeste pelo Podemos afirma que vai limitar o gasto com o funcionalismo barbarense em 47%

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21 de outubro de 2020, às 08h00 • Última atualização em 21 de outubro de 2020, às 09h09

Caso seja eleito prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, o candidato Fabiano Ruiz Martinez, o Pinguim (Podemos) afirmou que o primeiro ato de seu governo será  reduzir a folha de pagamento da prefeitura. O objetivo é estabelecer o teto de 47% para conseguir realizar investimentos em outras áreas da cidade.

A meta foi apresentada durante a sabatina do Grupo Liberal com o candidato, que foi ao ar nesta terça-feira (20) nas rádios Clube AM 580 e FM Gold 94.7 e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube.

Ex-vereador, Pinguim quer aumentar a arrecadação do município – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Ex-vereador por dois mandatos, Pinguim diz que para aumentar a arrecadação, é necessário atrair novas empresas para o município. Entretanto, o cenário pós-pandemia deve dificultar o processo.

“Eu posso contratar até 54% do meu orçamento. Meu compromisso com a população é contratar até 47%. Chegou nos 47%, parou. Nós temos hoje 55% do nosso orçamento comprometido com folha, 25% com educação e 15% com saúde. Ou seja, se eu fosse o prefeito hoje, eu teria 95% do meu orçamento comprometido. Me sobra 5%”, explicou Pinguim.

“ De 55% para 47%, eu vou para 13%. Aí eu começo a pensar numa forma diferente, dar estrutura para o meu funcionário, melhorar minha cidade em outras áreas que estão deficitárias hoje. O primeiro ato, o primeiro desafio é baixar a folha de pagamento”, afirmou.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL.

O que te faz acreditar que você pode ser prefeito de Santa Bárbara?
Hoje eu me sinto muito preparado para ser o próximo prefeito de Santa Bárbara d’Oeste. Trilhei esse caminho com muita dedicação e empenho, fui duas vezes vereador da minha cidade, me tornei o presidente da câmara mais jovem da história de Santa Bárbara. Disputei as eleições em 2014 e fui o [candidato a] deputado mais bem votado da história da minha cidade [na época]. E o que me traz toda essa experiência agora foram esses quatro anos que eu fiquei fora da vida pública, não ocupando nenhum cargo público de mandato.

Fui convidado por um deputado, com o qual trabalhei por quatro anos. Nesses quatro anos, fui responsável por 20 cidades aqui da região, fazer esse trabalho para o deputado e estava diretamente ligado aos prefeitos da nossa região. Tive esse trabalho de representar o deputado, verificar todas as demandas dos prefeitos da RPT (Região do Polo Têxtil) e também da região de Piracicaba e levava até os secretários do governo do Estado e também ao governador, ao Alckmin e ao Doria.

Isso me deu um preparo porque estava ligado diretamente aos prefeitos. Foram quatro anos de muito trabalho e esses prefeitos da região me ensinaram muito. Deram muitas dicas, falaram muito de suas gestões e a gente buscou algumas coisas boas que acontecem na região. A gente trouxe para o nosso plano de governo e juntou com aquilo que a nossa cidade tem de necessidade.

O seu plano de governo é estruturado com metas a curto, médio e longo prazo. Na área da saúde, um dos objetivos a longo prazo fala em “planejar, projetar e preparar” a cidade para implantação do hospital municipal. Na sua análise, construir o hospital em quatro anos não é factível?
Nosso plano de governo é diferenciado dos demais candidatos a prefeito da cidade porque nós dividimos o plano em curto, médio e longo prazo. Exatamente para deixar para a população claro o que nós pretendemos fazer. Não é simplesmente eu colocar no plano que vou construir um hospital público e deixar isso vago.

Por que a longo prazo? Eu não consigo construir um hospital público no início da minha gestão. É impossível fazer isso. Existe uma demanda muito grande da saúde pública em Santa Bárbara d’Oeste. Se você tem recurso e dinheiro para construir um hospital público a curto e a médio prazo, isso significa que você tem dinheiro para dar estrutura ao que você tem aqui que está faltando.

Está no plano de governo a construção a longo prazo. Isso é, do terceiro ao quarto ano do meu governo. Está previsto e nós iremos construir sim porque é uma necessidade urgente de Santa Bárbara d’Oeste, mesmo porque temos uma cidade com 200 mil habitantes, 200 anos de história e nós não temos ainda um hospital público.

Temos a Santa Casa, que é filantrópica, recebe doações. Tem uma parceria com prefeitura, governo do estado e federal e com a Unimed, o que deixa ela sustentável. Essa parceria com a Unimed faz com que a Santa Casa esteja com as portas abertas. Não podemos depender apenas da Santa Casa, embora a Santa Casa faça um excelente trabalho e o que sustenta a saúde pública de Santa Bárbara d’Oeste. Mas nós temos  que pensar em hospital público.

Candidato do Podemos foi recebido pelos jornalistas do LIBERAL ontem – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Você mencionou ter o hospital municipal como uma meta de longo prazo e, ao mesmo tempo, também menciona no plano a necessidade de ampliação de leitos de UTI e implantação de leitos de UTI neonatal. Essas duas coisas caminham junto do hospital exclusivamente? Você não consegue entregar essa oferta logo no início do mandato por outros meios?
Temos uma demanda muito grande. A gente entende que não é simples. Você precisa ter o local, e o único local na cidade que pode receber essa ampliação é a Santa Casa, então é lá que nós temos para fazer essa parceria nesse início. E depois, com a construção do nosso hospital, com certeza terá mais leitos de UTI a ser implantado.

É inadmissível uma cidade como a nossa não ter uma UTI neonatal. A gente precisa sim ter, uma, duas, três, o quanto for necessário para suprir essa demanda. Lógico, se for possível, implantar uma UTI neonatal dentro do Santa Casa, e também será planejado mais uma UTI neonatal no hospital municipal.

Você fala em implantar um programa emergencial de auxílio a quem está desempregado, com uma oferta em cursos de qualificação, estágio social e direcionamento para vagas de emprego. Além de qualificar e direcionar esses profissionais, qual é a sua estratégia para que as vagas de emprego sejam criadas?
Muitas empresas pequenas, médias, grandes e comércios fecharam as portas. Temos um índice muito alto de desempregados.

Nós vamos oferecer cursos para as pessoas que ficaram desempregadas. De que forma? Você está desempregado e vai lá buscar a listagem de cursos que a prefeitura pode oferecer. São cursos básicos: pintor, encanador, eletricista, jardineiro, montador de móveis. Cursos rápidos.

A gente pretende fazer isso em no máximo em três meses. E depois de ter esse curso bancado pelo poder público, a pessoa que recebeu devolverá para o setor público o que ela aprendeu. Ela aprendeu a ser pintor? Vai devolver para nós pintando escolas, prédios públicos. São três meses de curso e mais três meses para que ela devolva o que ela aprendeu ao setor público. Essa é a contrapartida. Ela sai pronta para o mercado de trabalho.

Pinguim ressalta que muitas empresas fecharam as portas em Santa Bárbara, gerando um alto desemprego – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Sobre a questão do funcionalismo. Você propõe a elaboração de um plano que possibilite aumento no adicional de insalubridade para profissionais saúde que atuam nos pronto-atendimentos. E também a valorização dos profissionais da educação. Ao mesmo tempo, promete reduzir o gasto com folha. Como alcançar essa porcentagem e, ainda assim, melhorar a condição dos servidores?
Antes de qualquer valorização ao funcionário público, é preciso ter recurso para isso. E hoje Santa Bárbara não tem recurso para isso. Para nós termos mais recursos e atender outras demandas, é necessário realmente baixar a folha de pagamento de Santa Bárbara, que está inchada.

A folha está em 54,78%, chegando a quase 55%. Pela lei de responsabilidade fiscal, você pode gastar até 54% do orçamento com a folha de pagamento. A atual gestão ultrapassou quase 1%. Nós temos como meta baixar essa folha para 47%. “Você irá demitir alguém?”. Não. Nós temos os concursados, que tem estabilidade, as portarias com gratificações para concursados, e os comissionados, que é aquele que você contrata sem passar por consurso público e nomeia.

Todo prefeito, chegando no final da gestão, é obrigado a exonerar todas as portarias que ele nomeou durante sua gestão e todos seus comissionados. Eu chegarei no dia 1º de janeiro, como prefeito, só com os concursados, e eu terei a regra do “pode”. Eu posso contratar até 54% do meu orçamento. Meu compromisso com a população é contratar até 47%. Chegou nos 47%, ponto, parou.

Nós temos hoje 55% do nosso orçamento comprometido com folha, 25% com educação e 15% com saúde. Ou seja, se eu fosse o prefeito hoje, eu teria 95% do meu orçamento comprometido. Me sobra apenas 5% para cuidar de todas as outras áreas da cidade.

Como eu consigo aumentar essa arrecadação? Ou atraindo novas empresas, que é isso que temos como meta, mas pós-pandemia isso será difícil nesse primeiro momento. Temos que dar condições aos empresários e comerciantes da nossa cidade primeiro para depois atrair nova empresas.

Se em janeiro chegar alguma multinacional querendo se instalar, eu vou abraçar com todo carinho porque eu preciso de emprego e renda, mas como não é possível fazer no início da nossa gestão, o que me sobra como prefeito é diminuir a folha. Eu preciso contratar comissionados de confiança? Claro que preciso, mas preciso ter responsabilidade.

Hoje me sobra 5%. De 55% para 47%, eu vou para 13%. Aí eu começo a pensar numa forma diferente, melhorar tudo o que você citou aqui, dar estrutura para o meu funcionário, melhorar minha cidade em outras áreas que estão deficitárias hoje. O primeiro ato, o primeiro desafio é baixar a folha de pagamento.

O senhor promete a ampliação da oferta de vagas em creche por meio de aquisição de vagas na rede particular, o que tem sido realizado pela atual administração para tentar reduzir o déficit. Não é possível ir além dessa solução?
Para ampliar as vagas de creche seria necessário a construção de novas creches, mas se você constrói novas creches, precisa de funcionários. Como eu consigo construir hoje e colocar esses funcionários com a minha folha inchada com 55%, que eu não consigo abrir concurso? Então não dá.

O primeiro ato para suprir essas vagas é fazer parceria com a bolsa creche e bolsa escola. Santa Bárbara tem mais de 700 crianças na fila por vaga em creche. É uma demanda muito alta. Você consegue hoje [suprir] de uma forma muito eficiente e não precisa construir, abrir concurso, para atender essa demanda.

Você pretende implantar a segunda unidade do conselho tutelar. O que justificaria uma repartição no atual modelo?
O conselho hoje está com uma demanda muito grande. O atendimento lá triplicou. Dividir essa unidade, deixar uma já existente no Centro da cidade e ampliar para a Zona Leste, por exemplo. Santa Bárbara é muito grande.

Ouvi relatos de conselheiros que estavam em atendimento no último bairro da cidade, no Parque Planalto, e que houve um pedido no Romano. Então esse deslocamento demorou, precisava ser rápido, era urgente, e isso trouxe para nós uma visão de que precisa ampliar sim. O conselho tutelar faz um papel importantíssimo em Santa Bárbara d’Oeste e nós temos como meta fazer essa segunda unidade.

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