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ELEIÇÕES 2020

Reabertura de mini-hospitais nos bairros é prioridade, diz Talitha De Nadai

Candidata a prefeita de Americana pelo PSD defende ainda a “reabertura imediata” do Hospital Infantil André Luiz

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28 de outubro de 2020, às 08h00 • Última atualização em 28 de outubro de 2020, às 07h59

Estreante em eleições, a candidata a prefeita de Americana Talitha De Nadai (PSD) classifica como prioridade a reabertura dos mini-hospitais nos bairros Antonio Zanaga, Parque Gramado, Cidade Jardim, Praia Azul e São Vito. A ideia é levar o atendimento até a população e desafogar o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi.

A proposta foi apresentada durante sabatina do Grupo Liberal nesta terça-feira (27). A entrevista foi ao ar nas rádios Clube AM 580 e FM Gold 94.7 e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube

Irmã do ex-prefeito cassado, Diego de Nadai, Talitha foi entrevistada – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Irmã do ex-prefeito cassado Diego De Nadai (sem partido), Talitha entende que novos recursos como a telemedicina não podem eliminar o atendimento presencial. Por isso, classifica como essencial a reabertura dos mini-hospitais, com clínico geral, pediatra e ortopedista.

“Esses mini-hospitais são fundamentais porque ali, próximo da população, é feito todo o atendimento, e isso também desafoga o hospital municipal. Hoje a pessoa, desde uma dor de cabeça até um enfarte, tem que correr para o municipal, e a gente sabe que lá está sobrecarregado, a demanda está muito alta e os profissionais estão se queixando”,, afirmou Talitha.

A candidata promete a “reabertura imediata” do Hospital Infantil André Luiz. A ideia é de que o espaço seja instalado dentro do hospital municipal futuramente. Enquanto isso não for viável, a estrutura antiga seria reativada.

“Acho que ali atendia bem a população e todas as crianças da nossa cidade”, disse Talitha.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL.

Uma das palavras mais corriqueiras no seu plano de governo é “volta”. Volta de projetos e ações de governo que remetem à gestão do seu irmão, o ex-prefeito cassado Diego De Nadai, que é o seu principal cabo eleitoral e tem sido figura constante na sua campanha. Como diferenciar quem é o candidato de fato?
Eu participei, estive lá com o Diego na administração dele, como irmã e secretária, ajudando e trabalhando pela cidade de Americana, tanto na promoção social quanto nos projetos da saúde. Realmente vi e vivi uma administração que mudou a realidade da cidade. O Diego está ao meu lado hoje. Ele é meu cabo eleitoral, como você disse.

Ao mesmo tempo, é a pessoa que eu realmente me inspiro. Eu falo que ele é um orgulho para mim como irmão e principalmente como prefeito. Hoje, andando pela cidade de Americana, ouvindo as pessoas, eu realmente vejo o quanto é importante a volta das políticas públicas que o Diego fez. Infelizmente a atual administração acabou com muito serviço público fundamental para a população de Americana.

Ele me respeita muito e me orienta muito em relação ao meu posicionamento. Eu tenho as minhas opiniões, minhas propostas, mas não tem como deixá-lo de fora. O Diego está do meu lado, é peça fundamental nessa minha campanha e posteriormente também no meu mandato.

Seu plano fala em concluir as obras do novo Hospital Municipal, que foi iniciada na gestão do Diego e teve apenas o Pronto-Socorro entregue, já no último ano do governo que o sucedeu. Além disso, o Governo do Estado pediu neste ano a devolução de R$ 22 milhões à prefeitura por conta de irregularidades na aplicação desses recursos. Como é possível projetar a entrega das demais alas nesse contexto?
A construção do hospital municipal é fundamental e está no meu plano de governo para conclusão. O Diego deixou a prefeitura com praticamente 80% da obra concluída. Infelizmente, por conta de picuinhas políticas da atual administração com o governo do Diego, não foi concluído.

A política tem que estar além disso tudo. A gente não pode nunca deixar de concluir o trabalho do seu antecessor sendo que é bom para a população. Isso me deixa até indignada com essa posição da atual administração. Teria sim a possibilidade de ter concluído.

A prefeitura poderia ter recorrido e ter justificado porque estava tudo dentro do processo. Todas as notas, de tudo que foi aplicado na obra do hospital municipal.

A gente sabe que um hospital não é simplesmente abrir uma porta. A gente tem que ter todas as ligações, todos os acessos para realmente fazer sentido todos os serviços. A atual administração pecou e pecou muito em não concluir essa obra.

Ao prometer a reabertura imediata do Hospital Infantil André Luiz, o que se pensa como estratégia em relação à estrutura física, recursos humanos, de equipamentos e de custos de operação?
O André Luiz foi uma das grandes perdas que Americana teve nessa atual administração. Eu nunca ouvi uma mãe, uma tia reclamar do atendimento do André Luiz como era antes. Eu estava lá junto com o Diego sempre buscando melhorar. Era um hospital que realmente atendida as crianças de uma forma super adequada, tinha profissionais de saúde 24 horas. Os leitos de internação e observação também tinha lá.

A gente tem que reabrir, sim. No estudo do novo hospital, da ampliação do novo hospital municipal, há um espaço totalmente específico. Era o projeto do nosso hospital das crianças, dentro dessa nova obra. A gente não vai medir esforços para conseguir colocar isso em prática o quanto antes.

Enquanto não for possível, retornar para a estruturar anterior. Acho que ali atendia bem a população e todas as crianças da nossa cidade.

Durante sabatina, candidata disse que na Educação vai abrir novos concursos e conseguir professores para a rede – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Nas considerações feitas sobre a volta de mini-hospitais, programa de horário estendido em alguns postos e reabertura de unidades básicas fechadas, seu plano de governo não faz menção ao recurso da telemedicina, por exemplo. Todo o modelo pensado é exatamente o mesmo que tem desequilibrado a balança entre contratação de pessoal e insumos e o fechamento das contas?
A gente tem sempre  que estar com a tecnologia a nosso favor. É importante ter isso sim, mas a gente sabe o quanto é fundamental as pessoas terem acesso ao médico, ao tratamento devido.

É difícil você substituir por tecnologia uma consulta médica. Os mini-hospitais são a nossa prioridade. A gente está andando os quatro cantos da cidade e a gente está vendo, junto com a população, a falta que está fazendo esse dispositivo de saúde.

Reabrir o mini-hospital do Gramado, do Zanaga, da Mathiesen, da Cidade Jardim, que é a UPA São José, e também o atendimento 24 horas na Praia Azul até conclusão do mini-hospital é fundamental. Eu falo que a gente não tem gasto em saúde, a gente tem investimento.

Esses mini-hospitais são fundamentais porque ali, próximo da população, é feito todo o atendimento, e isso também desafoga o hospital municipal. Hoje, a pessoa desde uma dor de cabeça até um infarte, tem que correr para o municipal, e a gente sabe que lá está sobrecarregado, a demanda está muito alta e os profissionais estão se queixando disso tudo.

Quando a gente tinha essa rede estruturada nos bairros, fazia uma diferença enorme. Ali as pessoas eram tratadas, tinha ortopedista, clínico geral, pediatra 24 horas. Isso é fundamental para as pessoas terem acesso. Isso é possível de acontecer.

Seu plano fala em volta dos Cieps em período integral e menciona um projeto de creche até as 18h. No atual governo, um problema foi a dispensa de alunos em casos de falta de profissionais, até que houvesse a contratação de professores eventuais, que também foi alvo de disputa na Justiça, chegando inclusive até o STF. Como dar vazão a esses projetos diante desse quadro?
Eu vou ter um corpo jurídico muito presente para a gente buscar saídas. O concurso público é fundamental. A gente sabe da demanda das escolas e tem que resolver o problema. Não acredito que o prefeito pode ser aquele que administra uma cidade, abrindo o mapa, falando “não tem recurso, vamos fechar essa creche”.

Tem que saber resolver os problemas. A gente tem saídas. Claro, não sozinho. A gente tem que ter uma equipe que vai estar lutando pelos mesmos ideais. O meu vai ser conseguir novos professores, abrir novos concursos, buscar uma contratação emergencial, dentro de todas as possibilidades que a questão jurídica permite.

Em fevereiro deste ano o STF julgou inconstitucional a lei de incentivo ao esporte de Americana. A prefeitura desistiu de dar nova redação ao texto e os repasses estão suspensos desde novembro de 2017. Como falar em retomar a lei de incentivo diante do entendimento do Supremo sobre sua origem inconstitucional?
Primeiro passo é tentar recorrer para que as coisas aconteçam. Isso já deveria ter sido feito. Chegando lá a gente vai ver como é que vai ser, como vamos tratar de todos esses assuntos. O pessoal do esporte, estou tendo muito contato e infelizmente eles estão muito abandonados. Eles tem que fazer vaquinha para colocar o cloro na piscina. Isso não pode acontecer.

Americana sempre foi de destacar personalidades no esporte e hoje a gente não vê nenhum incentivo da prefeitura para realmente fazer coisas acontecerem aqui.

Seu plano enfatiza o posicionamento contrário à privatização do DAE. Sem isso, então, qual a saída para garantir ao mesmo tempo a entrega da água às casas de Americana e investimentos em modernização nas redes?
Eu sou contra a privatização do DAE porque eu acredito que o prefeito  tem que resolver os problemas. Privatizar um departamento que vende um bem tão importante como a água vai acabar prejudicando a população. Lá em Sumaré foi o DAE foi vendido para a BRK  e a demanda dessa questão da falta de água e dos vazamentos, e os problemas que acontecem aqui acontecem lá, mesmo tendo uma empresa privada tomando conta.

A diferença é que a tarifa lá é aumentada em três ou quatro vezes. O prefeito não pode tomar uma atitude que realmente quem vai pagar é a população. O DAE tem que ter planejamento a curto, médio e longo prazo.

Para Talitha, não cabe processo de privatização do DAE na cidade – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

A licitação para concessão do transporte está travada na Justiça e parece cada vez mais improvável que seja concluída neste ano. O seu plano de governo fala na elaboração de uma nova licitação. Qual a sua ideia para torná-la atrativa e ao mesmo tempo cumprir a promessa de redução de tarifa?
Americana é uma das maiores tarifas e pior qualidade de serviço. A partir do momento de uma licitação, especificado no contrato, a gente tem a possibilidade de mudar a questão dos horários e número de pontos.

A gente tem até condições de criar as linhas diretas, dos quatros cantos da cidade para o Centro, e do Centro para os outros quatro cantos. Tudo isso depende desse contrato da licitação.

Com certeza o meu grupo vai estar estudando e realmente ajudando para que aconteça a licitação e quebre esse ciclo que está tendo em Americana, de um serviço de má qualidade e num preço tão alto.

O transporte é um problema diário na vida das pessoas. Na época do Diego tinha o subsídio para poder manter essa tarifa no preço que ela precisava manter. A prefeitura tem realmente que saber ouvir e criar todos esses mecanismos para que essa licitação seja feita de uma forma transparente, benéfica para todo mundo, e o serviço mude de forma urgente.

O subsídio às empresas do transporte foi suspenso pelo governo atual. Numa nova licitação, você poderia analisar a possibilidade de retomar esse aporte financeiro para as empresas?
Eu acredito que sim. A gente estava tendo esse sistema até antes dessa administração acabar e realmente tinha um serviço que não tinha reclamações do jeito que tem. O valor da tarifa era uma questão justa para a população.

O que não dá é para continuar dessa forma. O prefeito tem que resolver os problemas, e não simplesmente cortar os subsídios e aumentar a tarifa do ônibus.

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