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ELEIÇÕES 2020

Rafael Piovezan fala em gerar energia a partir do lixo

Candidato a prefeito de Santa Bárbara d’Oeste pelo PV quer dar sequência a projeto iniciado pelo atual gestor do município, Denis Andia, no setor de reaproveitamento

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23 de outubro de 2020, às 08h00 • Última atualização em 23 de outubro de 2020, às 09h13

Ex-superintendente do DAE (Departamento de Água e Esgoto) e candidato a prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, Rafael Piovezan (PV) afirmou que um dos objetivos do seu futuro governo é contratar uma empresa de geração de energia a partir do lixo, reaproveitando também o material depositado no aterro sanitário municipal.

A proposta foi apresentada durante sabatina do Grupo Liberal nesta quinta-feira (22). A entrevista foi ao ar nas rádios Clube AM 580 e FM Gold 94.7 e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube

Atual vice-prefeito de Santa Bárbara apresentou suas propostas – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Atual vice-prefeito do município e sucessor de Denis Andia (PV), Piovezan disse que a concessão do serviço já foi projetada pela administração. A expectativa é de que o edital seja publicado ainda neste ano.

“Já há possibilidade de nós termos a contratação de uma empresa, que é uma usina de geração de energia através do lixo. Além de todo o lixo que nós coletamos diariamente, ele deixará de ser aterrado e compactado no nosso aterro. Nós vamos ter a possibilidade de desenterrar e utilizar aquele lixo que está lá armazenado”, explicou Piovezan.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL.

A sua coligação recebeu o nome de “Denis Andia”, atual prefeito da cidade, o que é pouco usual no meio político. Isso não tira a personalidade da campanha do candidato Rafael Piovezan?
Eu sempre conto a forma como começou essa relação minha com o Denis. Foi num café que marcamos de tomar em 2011. O Denis não era nem candidato a prefeito na época. E esse café que era para durar cinco minutos durou até hoje. Temos uma relação e um projeto que foi encabeçado pelo Denis lá atrás. Ele é a personificação de tudo isso durante esses oito anos e faz todo sentido para mim.

É uma honra e uma responsabilidade muito grande carregar como nome da coligação o nome do prefeito atual, que na minha opinião é o melhor prefeito que Santa Bárbara teve. Essa é uma oportunidade que nós temos. Um governo de transparência, seriedade, que caminhou esses oito anos, e agora tem a chance de continuar essa transformação.  

Até junho você era o diretor-superintendente do DAE. Como transferir a experiência de um equipamento financeiramente estável para uma prefeitura que teve quatro contas rejeitadas pelo TCE e com uma economia nacional em crise?
Na verdade, quando assumimos em 2013, o DAE tinha até dificuldade em fazer a folha de pagamento. Apesar de ter uma economia saudável e uma dinâmica financeira diferente da prefeitura, ele tinha uma certa dificuldade naquele momento. O nosso trabalho sempre foi priorizar os ajustes que precisavam ser feitos dentro da administração do DAE, da reorganização administrativa.

Existiam cerca de 30 cargos de livre nomeação e eu passei a administração inteira do DAE com dois. Depois eu coloquei mais um e ficamos com três. Isso tudo é um compromisso com o órgão.

Essa foi a oportunidade que conseguimos, passo a passo, resolver problemas que existiam. Projetos que ficavam há décadas no papel, conseguimos colocar na realidade.

Essa gestão no DAE foi muito importante na minha especialização administrativa dentro de um órgão público. E ajudei o prefeito Denis durante todo esse tempo.

O ponto fundamental, até para tratar a respeito das contas. Temos uma [conta] na câmara dos vereadores [para ser votada] e as outras estão seguindo os trâmites administrativos nos órgãos fiscalizatórios. Em 2015 tivemos a pior crise econômica das últimas décadas.

O prefeito enfrentou uma queda de receita significativa. Essa crise se prolongou. 2016 foi difícil, 2017 foi difícil e a gente começou a ver estabilização a partir de 2018, 2019.  

O gestor mostra que sabe administrar quando ele passa por momentos difíceis, de crise, como foi esse em 2015, e não deixa faltar serviço para o cidadão. Porque é isso que importa. Quem está na administração pública tem que ter uma coisa na mente só: não pode faltar serviço para o cidadão.

Entre janeiro e setembro deste ano, 21 pessoas morreram em acidentes de trânsito em Santa Bárbara. É o maior número de vítimas desde 2015. Seu plano de governo fala em ampliação da rede de ciclovias. Como agir para que outros modais possam ser incentivados em meio a essa alta de casos fatais no trânsito da cidade?
Quando assumimos, nós tínhamos zero quilômetros de ciclovias adequadas ao uso das pessoas. Conseguimos implantar 15 quilômetros e nosso plano de governo prevê outras vias importantes com a ampliação das ciclovias. Temos um cuidado bastante significativo de tentar ao máximo proteger essas ciclovias e de usar todo o dispositivo legal de trânsito para que os ciclistas tenham a segurança de pedalar.

A gente sabe que muitas vezes a questão do trânsito envolve algumas ações educativas e muitas pessoas acabam passando um pouco do limite, o que acaba causando acidentes. As nossas ciclovias seguem as regras de trânsito, são muito bem isoladas das vias.

Piovezan disse que aterro passou por reformulação, segue normas de engenharia, e é fiscalizado pela Cetesb – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

É dito no plano de governo que, com o asfaltamento da Av. Sebastião Furlan e de todo o Jardim Santa Alice, a ideia é avançar para as ruas internas do Cruzeiro do Sul. Toda aquela região será asfaltada no seu governo?
Nó sabemos os caminhos que precisam ser percorridos para que a gente consiga, cada vez mais, gradualmente, avançar para as ruas internas dos dois bairros, para dar qualidade de vida para as pessoas.

Estamos com esse compromisso e acho que é viável nós fazermos. Talvez não o bairro inteiro, começarmos gradativamente, e ao longo do mandato pode ser até que a gente consiga finalizar todo os dois bairros.

Os seus três concorrentes falam em construir um hospital municipal, algo que não é mencionado pelo seu plano de governo. Você acredita que Santa Bárbara d’Oeste não precisa de um hospital próprio?
Acho que não é nem a questão de “não precisa”. A gente tem que ter o olhar de gestor. É óbvio que qualquer candidato, pessoa, ficaria enfeitiçada pela possibilidade de ter um hospital municipal. Acontece que, do ponto de vista técnico e financeiro, essa não é uma obra que o município, na atual conjuntura, consegue suportar.

Para candidato, município não consegue fazer hospital no momento – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Precisamos dar passos relevantes. Nós sempre tivemos pé no chão para tratar da questão da saúde. Foi uma reorganização, de um projeto extremamente importante que fizemos nos modelos daquilo que mais deram certo no mundo. Reorganizar a atenção básica para cada vez mais as pessoas sintam que é o ambiente adequado para ela ter resolutividade naquele problema que ela tem.

A gente sabe que boa parte das enfermidades podem ser tratadas nas unidades básicas, mas como você reverte um fluxo se você não tem qualidade na atenção básica? Essa reorganização é um processo que estamos desde 2013 implantando.

Nós tínhamos 11 UBSs. Construímos nove novos postos que qualificaram cada vez mais o atendimento, reformamos e ampliamos todos os outros.

E com isso, a contratação de médicos, saindo de 98 para 174. A gente sabe que precisa chegar no 200. Cada vez mais a gente tem uma estrutura de atenção básica qualificada para atender o cidadão. Isso faz com que a gente, pouco a pouco, consiga desafogar os pronto-socorros.

Se o município construir um hospital municipal, o que nós fazemos com a Santa Casa, que é filantrópica? Que tem vantagem, inclusive, do ponto de vista de impostos? Ela é centenária. O que eu acho importante neste momento é saber do que está falando, entender da gestão, do processo.

É óbvio que, se vier uma verba estadual, federal para construir um hospital e também para custear a manutenção dele, beleza. Acho que esse é um caminho. Nós temos que olhar para isso com objetividade e seriedade. Entendemos que podemos fazer um convênio diferenciado com a Santa Casa. Ela tem estrutura, atendimento de qualidade e tem atendido o município nessa caminhada.

O inventário estadual de resíduos sólidos de 2018 feito pela Cetesb considerou inadequado o aterro sanitário de Santa Bárbara e o incluiu entre os quatro piores de São Paulo. Seu plano de governo não faz menção ao futuro do aterro para que ele continue tendo a capacidade de receber o lixo produzido pela cidade. Como pretende lidar com esse tema?
O aterro passou por toda uma reformulação e hoje segue as normas de engenharia, inclusive fiscalizado pela própria Cetesb. Eventualmente você tem uma situação de período prolongado de chuva, que há dificuldade na compactação, na construção muitas vezes de dreno de chorume. É isso que eventualmente acontece, destoando daquilo que a norma pede.

Depois disso nós conseguimos uma ampliação. Passamos por esse apontamento da Cetesb. Temos mais área para ampliar lá dentro.

Nós já temos um levantamento, já há possibilidade de nós termos a contratação de uma empresa que é uma usina de geração de energia através do lixo. Além de todo o lixo que nós coletamos diariamente, ele deixará de ser aterrado e compactado no nosso aterro, nós vamos ter a possibilidade com essa usina de desenterrar e utilizar aquele lixo que está lá armazenado.

Esse é um dos nossos compromissos. A gente já avançou bem nisso. Está em fase final. Muito provavelmente até o final do ano a gente faça a publicação do edital. É uma concessão, uma PPP, que vai permitir que Santa Bárbara saia também na frente dessas questões do compromisso ambiental.

Nesse caminho, nós saímos de um valor extremamente pequeno de resíduo reciclado que nós tínhamos mensalmente e estamos nos propondo a reciclar 200 toneladas por mês. Hoje a gente já tem em funcionamento um sistema que recicla cinco vezes mais do que quando pegamos em 2013 e estamos saindo de cerca de 50, 60 toneladas mensalmente para chegar a 200 toneladas por mês. O caminho está bem segmentado para tudo isso.

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