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ELEIÇÕES 2020

Ondas fala em ‘muralha digital’ para reforçar videomonitoramento

Candidato a prefeito pelo MDB quer ampliar número de câmeras de segurança nas entradas e saídas da cidade

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06 de novembro de 2020, às 08h00

Candidato a prefeito de Americana, o vereador Alfredo Ondas (MDB) quer ampliar o sistema de videomonitoramento para reforçar a segurança. A ideia é criar uma espécie de “muralha digital”, com mais câmeras nas entradas e saídas da cidade.

A proposta foi apresentada durante sabatina do Grupo Liberal nesta quinta-feira (5). A entrevista foi ao ar nas rádios Clube AM 580 e FM Gold 94.7 e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube.

Alfredo Ondas esteve nesta quinta-feira no estúdio da FM Gold (94.7) – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Segundo Ondas, é possível buscar receita para o projeto através da Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas). Outra alternativa seria a doação dos equipamentos por parte de empresários da cidade, o que é permitido através de uma lei de autoria do próprio candidato.

“A ideia nossa é realmente montarmos essa espécie de muralha digital, muito parecida com as cidades da Idade Média, onde você tinha toda ela murada e trazia uma segurança. A ideia nossa é dispor as câmeras em locais bem localizados para que, no caso de um crime patrimonial ou outro qualquer, que essa câmera acabe capturando a imagem do indivíduo que está dentro do veículo”, explicou Ondas.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL.

A sua candidatura se tornou conturbada antes mesmo da convenção ser realizada. Isso porque o diretório estadual interviu na executiva municipal para que o MDB apoiasse a candidatura do tucano Rafael Macris. Os líderes locais do MDB recorreram e a Justiça eleitoral devolveu o controle do partido. O quanto isso atrapalhou a sua campanha?
A princípio, nós esperávamos que Omar Najar pudesse se candidatar. Na eventualidade do Omar não sair, sempre foi a orientação do MDB que tivéssemos candidato próprio. Dessa maneira eu me ofereci, coloquei o meu nome para ser o candidato.

Quando nós já estávamos preparados para a nossa convenção, eu fui surpreendido em receber um telefonema do presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, consultando se eu abriria mão da minha candidatura para apoiar Rafael Macris. Evidente que nós temos uma situação que ninguém pode negar. Rafael Macris e Omar Najar viviam já trocando farpas há algum tempo, tanto é que a maioria dos tucanos já havia deixado o governo Omar Najar.

Dessa maneira eu expliquei que eu não podia aceitar de imediato porque eu iria causar uma crise política sem precedentes dentro da nossa cidade, posto que Omar Najar é a maior liderança política regional do MDB. Dessa forma, eu não aceitei e expliquei. Dois dias depois, durante a madrugada, houve essa intervenção, destituindo a executiva municipal, que não era provisória, era definitiva, e nos pegou de surpresa.

Eu encontrei apoio nos meus pares, nos demais componentes do partido, e nós quase que unanimemente resolvemos enfrentar. Depois de 30 dias veio o resultado, dizendo que a intervenção foi ilegal e nos concedeu a condição de poder estar aqui disputando. Evidente que houve um prejuízo bastante grande porque nós saímos atrasado quase 30 dias em relação aos demais.

Tivemos dificuldades com relação a recursos financeiros da campanha. Nossa campanha é simples, humilde, sem tanta visibilidade, mas ao menos ela é bastante didática. Todas as pessoas que advogam a tese de que não deve existir dinheiro público na campanha, o fundo eleitoral, observem como é a nossa campanha. Essa é uma campanha sem dinheiro público, realmente valorosa para algumas pessoas, mas para outras de difícil identificação, visualização.

Mas seguimos fortes. As pessoas reconhecem o fato de nós termos a coragem de enfrentar caciques políticos, tanto do meu próprio partido quanto do PSDB. Porque não foi uma escolha única e exclusiva do MDB. Houve, sim, esse conluio do PSDB local e do MDB para que nossa candidatura fosse barrada. Estamos aqui, enfrentando e mostrando, que a gente não deve nunca, dentro da política, abaixar a cabeça a interesses outros que não sejam legítimos.

Seu plano de governo, Ondas, diz que haverá rigor em investigações internas, ao apontar o compromisso com uma agenda anticorrupção. Essa menção se dá pelo entendimento de que tenha havido falhas nesse sentido na atual gestão?
Não necessariamente. Na presidência da câmara eu implantei a controladoria interna da câmara. E houve a mesma situação aqui na prefeitura. A minha ideia é aperfeiçoar todo esse mecanismo. Penso até na possibilidade de criarmos a controladoria geral do município para que nós tenhamos o controle absoluto de tudo que ocorre dentro prefeitura.

O acompanhamento diário para que Americana não acabe comprando uma garrafinha de água por um preço que não seja o preço justo, de mercado. Podemos lembrar que em 2013 Americana fez uma licitação de compra de carne moída no valor de R$ 31 milhões. O Tribunal de Contas da União veio demonstrar que essa compra estava 300% superfaturada. Uma coisa absurda.

Então tudo isso nós temos que zelar para que o erário público não seja lesado, para que o dinheiro público seja valorizado. É em cima disso que a gente vai trabalhar.  Uma verdadeira vacina anticorrupção. No meu primeiro dia de governo, uma das primeiras coisas que eu quero dizer para todos os funcionários é que serei implacável com qualquer desvio de conduta nesse sentido.

O candidato do MDB falou aos jornalistas do LIBERAL sobre os desafios que terá se for eleito como novo prefeito – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Uma pauta recorrente em planos de governo no segmento de segurança trata do videomonitoramento, especialmente com a fiscalização em pontos de entrada e saída da cidade. No seu caso não é diferente, e o senhor inclusive falar em formar uma espécie de “muralha digital”. Como o senhor entende que isso possa ser realidade em Americana entre o início e o fim do seu mandato?
Enquanto era suplente de vereador, na legislatura passada, fui conhecer como funciona o sistema de viodemonitoramento de Indaiatuba, um dos pioneiros, e o sistema me encantou.

Toda vez que um veículo suspeito passa, ele fica registrado. Houve, por exemplo,  um furto. Esse veículo passa pelas câmeras e ele pode ser monitorado e até seguido. Naquele momento eu fui atrás, até a Agemcamp, e levantei que existia uma receita lá de R$ 400 mil disponível para Americana. Trouxe até o prefeito Omar Najar essa informação, mas Americana não estava podendo usufruir dessa receita porque não tinha CND, que é a certidão negativa de débitos.

Por sorte logo, em seguida, nós recuperamos essa certidão. E assim foi possível usar essa verba e iniciar o videomonitoramento. Só que o monitoramento ainda está muito pequeno. A ideia nossa é realmente montarmos essa espécie de muralha digital, muito parecido com as cidades da Idade Média, onde você tinha toda ela murada e trazia uma segurança. A ideia nossa é dispor as câmeras em locais bem localizados para que, no caso de um crime patrimonial ou outro qualquer, que essa câmera acaba capturando a imagem do indivíduo que está dentro do veículo.

Hoje nós temos uma coisa muito favorável para todos nós. Dentro da secretaria de Segurança Pública, da Polícia Civil do Estado de São Paulo, um poderoso software de reconhecimento facial, bastante semelhante com aquele que já existe há cinco, seis anos nos países europeus. Temos dentro desse sistema 35 milhões de pessoas já cadastradas.

Esse software acaba nos trazendo, de pronto, a identificação dessa pessoa. É enviado via Polícia Civil e acaba nos retornando com a identificação do autor. Isso traz segurança para a nossa cidade é o que a gente quer fazer. Não é difícil, não implica em muitos gastos. Basta ter vontade política, conhecer um pouquinho do assunto e priorizar a questão da segurança.

A Agemcamp é o caminho para isso?
Sim, um caminho bastante interessante, mas dá para a gente suprir. Em 2017 eu idealizei a lei do videomonitoramento em Americana, e do projeto Câmera Cidadã. É possível não só buscarmos receita via Agemcamp, como nós recebermos inclusive doações dos interessados.

Basta ter o padrão da câmera e de repente algum empresário fazer a doação. A lei que eu já elaborei em 2017 abre essa possibilidade sem nenhum entrave jurídico para atrapalhar essa transação.

Ondas pretende implantar Conselho de Desenvolvimento Econômico – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Seu plano de governo fala em retomar a atenção à saúde básica com reforço no atendimento dos postinhos. O fechamento de unidades no governo do prefeito Omar passa pela justificativa do custo de operação desses espaços. Como a sua administração pretende equilibrar o que é proposto com o que é alegado pela gestão que deixará a prefeitura?
Num primeiro momento vamos ter certa dificuldade com relação a receita. É esperado uma queda em torno de 15 a 18%. Vai ser difícil. Por isso que eu duvido de muitos que vem apregoando ‘vou resolver em 100 dias os problemas da cidade’. Não vão resolver isso em 100 dias. Essa é uma estratégia que vamos conduzir ao longo dos quatro anos, apostando no crescimento de receita, graças a algumas ações que queremos implantar já de imediato.

Americana precisa ter aumento de receita para suprir tudo aquilo que é demanda e que  é justo para o munícipe. Tudo que eu pretendo construir é em cima de uma base de aumento de receita.

Recentemente, nas suas redes sociais, o senhor mencionou uma lei de sua autoria sobre a criação de um conselho que atue na busca por novos investimentos e na diversificação da atividade econômica do município. Como o senhor imagina a formação desse conselho ao conseguir implantá-lo? E como ele poderia atuar de maneira efetiva para auxiliar a recuperação de empregos e renda?
É o grande marco que eu quero deixar na Prefeitura de Americana. O Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e o Fórum Permanente de Debates Econômicos do município seria nós tratarmos com o voluntariado americanense.

Nós temos muita gente de qualidade aqui, que gosta demais da cidade, mas não gosta da política porque acaba nos expondo publicamente. A ideia é trazermos esses bons americanenses, empresários, que saibam conversar a língua do empresariado, para que a gente forme esse colegiado.

Um órgão não deliberativo. Ao contrário de outros conselhos municipais, não será um órgão deliberativo, e sim consultivo. São pessoas que vão se reunir presencialmente ou até virtualmente, para que nós possamos através das ideias deles que vão ser discutidas, darmos as condições para Americana dar um salto significativo na questão do emprego e renda.

Diversificação da matriz econômica. Conversei com o pessoal do Sinditec nessa semana e firmei com ele o compromisso de continuar sendo parceiro do setor têxtil, mas não podemos só ficar parados no setor têxtil. Americana tem pessoas fantásticas. Qualquer empresa que vier para cá acaba encontrando a mão de obra que ela necessita. Se não plenamente qualificada, uma mão de obra qualificável.

Pretendemos que dentro desse grupo de 30, 40 que já se apresentaram para nós com muita gana de nos apoiar nessa tarefa, pelo menos uma vez por semana montarmos câmaras e sairmos de Americana para irmos apresentar nossa cidade nas diversas instituições.

Logo no pós-pandemia, nós acreditamos que vai haver uma mudança muito grande e uma retomada do crescimento. É nessa virada que a gente quer estar com Americana, pronta e preparada, para receber uma empresa que vai sair, digamos, do Japão, da Alemanha, em outro segmento de tecnologia.

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