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ELEIÇÕES 2020

Maria Giovana quer criar secretaria de Segurança Pública

Candidata a prefeita pelo PDT defende que a Gama seja integrada à pasta, que vai incluir ainda parte do setor trânsito e Defesa Civil

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04 de novembro de 2020, às 08h00 • Última atualização em 10 de novembro de 2020, às 10h48

A vereadora e candidata a prefeita de Americana, Maria Giovana (PDT), defende a criação de uma secretaria de Segurança Pública. A intenção é de que a Gama (Guarda Municipal de Americana) seja integrada à pasta, que vai incluir ainda a gestão estratégica do trânsito e a Defesa Civil.

A proposta foi apresentada nesta terça-feira (3) na reabertura da sabatina do Grupo Liberal com os candidatos a prefeito de Americana. A entrevista foi ao ar nas rádios Clube AM 580 e FM Gold 94.7 e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube.

Maria Giovana promete contratação de 100 médicos em 100 dias – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Maria Giovana entende que a criação da nova secretaria é crucial para a política de segurança pública da cidade. Além de permitir um diálogo mais amplo sobre o tema, a pasta também é considerada importante para conquistar recursos dos governos estadual e federal.

“A Gama é importantíssima e tem que ser valorizada, mas ela tem que estar dentro de uma estrutura, de um olhar integral e mais estratégico para segurança pública de Americana”, comentou Maria Giovana.

A candidata aponta que a mudança é um objetivo para o segundo ano de governo. “A gente não consegue montar uma secretaria no primeiro ano por uma questão legal. Nem pode, precisamos construir essa alteração para 2022, e aí também garantir a dotação orçamentária”, explicou.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL.

A nível nacional, o seu partido integra frentes progressistas, compostas por grupos de esquerda. Em Americana, o que se fala nos bastidores é de que os filiados do PDT se identificam mais com o chamado “centro”. Você define a sua candidatura como de esquerda ou existe um temor de que isso possa, automaticamente, trazer uma antipatia de parte do eleitorado?
Para a candidatura aqui de Americana eu entendo que nós somos uma candidatura de centro. Principalmente pelo movimento que nós fizemos de trazer um vice do Patriota. Então o nosso entendimento para resgatar Americana e ter um projeto que funcione para a nossa cidade nos próximos anos foi um movimento para que a gente tivesse uma candidatura de centro. Esse é o movimento que o PDT em Americana fez hoje.

Você se elegeu vereadora em 2016. Dois anos depois, em 2018, disputou a eleição para deputada federal. Neste ano, ao invés de tentar a reeleição, concorre a prefeita de Americana. Houve algum tipo de frustração com o que é possível realizar enquanto parlamentar que te leva a disputar cargos mais altos?
Eu vou até relembrar meu inicio na carreira política. Fui convidada para ser vice-prefeita e por questão interna do partido na época, não foi possível. A contragosto. Minha vontade era que a candidatura de vice-prefeita, na época do Erich Hetzl, tivesse dado certo e acabei vindo vereadora até mesmo para adquirir experiência política.

A minha formação, que é MBA gestão de saúde, e esse é o meu olhar, ele é um olhar para o poder Executivo, onde nós podemos executar os planos e as nossas ideias. A minha ideia sempre foi a gente pode realizar mudanças em Americana e isso é na prefeitura que a gente consegue fazer. Mas agradeço muito por ter passado esses quatro anos como vereadora porque sem dúvida nenhuma é uma experiência política que fez muita diferença para eu estar aqui hoje, capacitada e com essa experiência para conseguir conduzir a cidade de Americana.  

Na eleição deste ano, abrir mão do fundo eleitoral tem sido motivo de propaganda por parte de diversos candidatos, que alegam respeito ao dinheiro público. Entre os nove prefeituráveis, a senhora recebeu o maior repasse para a campanha, com R$ 752 mil do diretório nacional do PDT. Qual foi o entendimento ao optar pela utilização do fundo?
Eu sou favorável ao debate do fundão eleitoral, só que esse é um debate tem que acontecer no Congresso Nacional. Agora, é uma luta de muitos anos para que candidaturas de mulheres fossem prioridade dentro do partido. E não é nesse momento que a gente conseguiu se colocar como uma prioridade dentro do nosso partido que eu abriria mão desse dinheiro.

Até porque ele não vai para saúde como alguns pensam, não vai para nenhum outro tipo de política pública que vai ter um impacto na vida das pessoas. Ele simplesmente iria para a mão de outro político. Então, na minha opinião, é um contrassenso e até mesmo uma hipocrisia abrir mão do fundão eleitoral, sendo que esse dinheiro não vai para nenhum outro lugar nesse momento.

O que nós temos que defender, e eu defendo, é uma reforma política que tem que ser debatida no congresso nacional e aí sim, tem todo o meu apoio. Agora, deixar de pegar um dinheiro que me deixa livre de receber dinheiro de PJs, de empresas que a gente sabe que não podem doar, mas que acabam doando de uma forma ilícita até, ou pessoa física, isso pra mim é uma das maiores grandezas da nossa campanha.

Eu poder, realmente, ter uma campanha limpa. Meu dinheiro é o dinheiro que está vindo do partido, então eu não tenho problema nenhum em relação a usar esse dinheiro do fundão eleitoral.

Candidata do PDT respondeu perguntas dos jornalistas do LIBERAL em reabertura da série de sabatinas, nesta terça – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O seu plano fala em reabertura de UPAs para reestruturação e descentralização da assistência de urgência e emergência. Muito se falou nos últimos anos sobre o fechamento de postos de saúde pelo governo Omar Najar, tema que gerou atrito entre vocês dois por conta da fala do prefeito de que você teria recomendado o fechamento de cinco postos. Qual a sua avaliação sobre quais postos devem ser reabertos?
Os principais que tem que ser abertos. O posto do Parque da Liberdade, que é um posto que foi fechado e a equipe continua existindo, só que agora no “meio posto” do Parque Gramado, então não há motivo nenhum para a gente não ter esse posto no território, que é o Parque da Liberdade.

Hoje nós temos o posto do Ipiranga, que está em reforma, mas sempre foi vontade do Omar Najar fechar o posto. Na minha visão, ele encontrou essa desculpa para finalmente efetivar o fechamento desse posto. O posto do Zanaga, que está totalmente sobrecarregado. O posto do São Luiz, porque essa população tem uma grande maioria de pessoas idosas que tem sofrido muito.

Então esses quatro postos de saúde são nossa prioridade imediata para Americana. E é abri-los com médicos. O que aconteceu na época, e que o Omar mentiu e a gente comprovou isso, até porque eu nunca tive poder de fechar posto, foi que não tinha médico por falta de vontade do prefeito de contratar médico. Obviamente, tinha que fechar posto de saúde porque não adianta abrir as portas de um posto sem ter médico dentro.

Então na falta da vontade do Omar Najar contratar médico, ele teve que fechar os postos de saúde. Pior, queria achar alguém para culpar pela irresponsabilidade ele.

Pelas redes sociais, você prometeu a contratação de 100 médicos em 100 dias para acabar com o déficit de atendimento. Como viabilizar isso, candidata, e como distribuir esses profissionais?
Esses médicos fazem parte de uma contratação emergencial, que vai se dar via consórcio, e eles são muito importante para a gente acabar com a demanda reprimida, principalmente da pandemia.

Esses médicos, a longo prazo, não ficam na cidade. Eles virão em formato emergencial. A gente consegue viabilizar porque a gente não vai contratar médico por R$ 15 mil ao mês. Nós vamos contratar as consultas necessárias por especialidade. Isso é super possível, muito tranquilo de fazer com o dinheiro que já está previsto na saúde.

Em quais unidades eles devem atuar e de quais especialidades estamos falando?
As UBSs, que precisam de médicos urgentemente. Nós estamos prevendo voltar o atendimento ginecológico também nas UBSs porque ele está prejudicado há algum tempo. As UPAs, que nós queremos retomar, mas principalmente as especialidades. Hoje a gente tem uma demanda reprimida muito grande para as consultas de especialidades.

Isso faz com que as pessoas adoeçam de uma forma muito severa, e o que está me preocupando muito: ano que vem nós vamos ter que dar conta de 80% de novos casos de câncer que nós não encontramos esse ano nos exames preventivos porque as pessoas não foram aos postos de saúde.

E esses cânceres não deixaram de existir, eles estão em pessoas que no ano que vem nós podemos estar encontrando, infelizmente, em estágio mais avançado e mais perigoso. Por isso a nossa pressa na contratação desses médicos.  

Na área de mobilidade, você fala revisar totalmente o sistema de transporte público, mudando linhas, itinerários, horários e sistemas de controle. Um dos desafios do próximo prefeito é destravar a situação do transporte, cujo edital foi barrado na Justiça. Como promover essas adequações em um curto prazo de tempo para não ter que recorrer a contratos emergenciais?
O que precisamos é ter competência para não ter problema judicial. Isso é pura incompetência e falta de vontade de fazer. Nós que estamos acompanhamos de perto essa situação, sabemos que há muitas coisas estranhas nesses contratos emergenciais. Para mim, o motivo pelo qual nós estamos passando por tudo isso é, além de ser estranho, por pura incompetência.

Agora, o que a gente está prevendo? Trazer uma logística circular. Hoje Americana é só radial e aí nós estamos, junto com o nosso técnico, estudando a questão da mobilidade urbana e quando a gente traz uma logística também circular além de radial, vai facilitar bastante a vida do cidadão americanense.

Nós também estamos apostando em garantir nesse processo licitatório que outros meios também possam ser usados. Vans, ônibus em outros formatos. Uma das dificuldades relatadas pela empresa, principalmente para o transporte de domingo e feriado, é que o contrato só permite o uso de ônibus, e que eles até usariam outro meio de transporte se fosse permitido. Nós também vamos garantir nesse processo licitatório que outros formatos possam ser usados além do convencional.  

Na área da educação, é dito que será priorizado o atendimento para crianças que necessitam de creche e na pré-escola, na faixa etária de 0 a 5 anos. Posteriormente, pelo Facebook, você promete 700 novas vagas de creche em 700 dias, número próximo do apontado como sendo do atual déficit. Qual a estratégia para alcançar essa meta?
Muito provavelmente o déficit para o ano que vem deve estar em torno de 1.500 vagas, pelo o que nós estamos conversando com os técnicos da secretaria de Educação. Muito por conta das crianças que vão deixar de ir para o setor privado pela crise econômica, e também porque eles não fizeram o levantamento esse ano, o que aumentaria naturalmente.

O que nós estamos prevendo imediatamente é a parceria com o setor privado para que a gente dê conta, para que nenhuma criança fique sem vaga em creche. A minha preferência é pela reestruturação do setor público, mas imediatamente nós precisamos dar conta dessas crianças que tem o direito de estar na creche num momento tão importante da vida delas, que é a primeiríssima infância.

Maria Giovana falou sobre “coisas estranhas” em contratos – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Previamente, qual o seu entendimento sobre a implementação de um novo ponto de captação na represa do Salto Grande, ainda que seu plano fale que será feita a análise da viabilidade?
Esse é um investimento que é possível ser feito. Temos caixa no DAE para fazer. A previsão desse tipo de obra é de um ano e meio a dois anos. É por isso que nós estamos priorizando realizar essa obra.

Pelo nosso entendimento do que aconteceu dentro do DAE, esse é um projeto que já está escrito, já está desenhado, só que nunca foi prioridade por esse entendimento de que nós já retiramos a outorga máxima de água, então não faria sentido ter outro ponto de captação.

O que o nosso projeto traz de diferente é compreender, e essa é a nossa visão para Americana, de que nós não podemos depender de um único ponto de água para captação aqui de Americana, consequentemente do abastecimento. É uma visão estratégica do município que nós estamos agregando com esse compromisso do novo captação de água na Represa Salto Grande.  

O seu plano diz que há o objetivo de instituir a Secretaria de Segurança Pública para ampliar a participação dos cidadãos. Essa nova pasta também seria responsável pela direção da Gama, e não mais a própria corporação como uma espécie de autarquia? Se esse for o caso, qual o entendimento para justificar a mudança?
Eu entendo essa modificação como crucial para política de segurança pública da cidade. Primeiro porque é assim que vem sendo induzido pelo governo federal e estadual. Inclusive, nós perdemos verbas de investimento na área de segurança pública por não ter uma secretaria de segurança pública. É importante pontuar isso.

E a segurança pública tem que ter outras visões agregadas. Nós temos, por exemplo a ideia de colocar parte do trânsito, principalmente a questão estratégica do trânsito, dentro da secretaria de segurança pública. A Gama, porque é muito importante a execução disso tudo, e até mesmo a Defesa Civil. Nós queremos dialogar de uma forma muito mais ampla sobre a segurança publica do que a cidade vem fazendo hoje de forma defasada, onde tudo que nós contamos nessa área está dentro da Gama.

A Gama é importantíssima e tem que ser valorizada, mas ela tem que estar dentro de uma estrutura, de um olhar integral e mais estratégico para segurança pública de Americana.

É claro que a gente não consegue montar uma secretaria no primeiro ano por uma questão legal. A gente nem pode, precisamos construir essa alteração para 2022, e aí assim também garantir a dotação orçamentária que vai ser uma das nossas prioridades. Para a gente ter esse olhar de segurança pública para a cidade e outras secretarias.

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