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ELEIÇÕES 2020

Crivelari quer revitalizar região central com modelo ‘shopping center’

Candidato do PSL a prefeito de Americana sugere mudança no Centro com modelo “shopping center”, no estilo do que foi realizado nas cidades de Lima e Buenos Aires

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31 de outubro de 2020, às 08h02

Ex-vereador e candidato a prefeito de Americana, Luiz Antônio Crivelari, o Major Crivelari (PSL), quer revitalizar o comércio da área central da cidade e implementar um modelo “shopping center”, cobrindo e controlando entradas e saídas.

A proposta foi apresentada durante sabatina do Grupo Liberal nesta sexta-feira (30). A entrevista foi ao ar nas rádios Clube AM 580 e FM Gold 94.7 e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube.

Crivelari também fala em debater melhor a ocupação do Pós-Represa – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Crivelari diz que a ideia é inspirada no modelo implantando em cidades como Lima, no Peru, e Buenos Aires, na Argentina. Entretanto, ele também cita o exemplo da brasileira Curitiba (PR).

“Durante o dia as lojas funcionam e no período noturno aquilo se transforma em bares, entretenimento, local de música. Não precisa ir para o exterior para ver isso. Curitiba foi pioneira no lançamento da rua 24 horas. A população precisa disso. Ninguém trabalha mais em horário que começa às 8h e termina às 18h”, comentou Crivelari.

O prefeiturável também defende a revisão do sistema de Área Azul adotado em janeiro deste ano pelo governo de Omar Najar (MDB). Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL.

Seu plano fala em prioridade para mobilização de recursos para troca da rede de água. Em paralelo ao volume de queixas que se apresentam sobre o DAE, a administração do prefeito Omar Najar tem reiterado que o departamento hoje é financeiramente saudável. Sua intenção é conduzir esse projeto com a ação do próprio poder público?
Não tenha dúvida. Fala-se muito em privatização do DAE. Eu sou contra esse tipo de privatização. A direita, o nosso procedimento, é a manutenção do que é saudável e não jogar para iniciativa privada, não vender aquilo que é um patrimônio do município.

Americana está encravada num complexo fluvial dos mais nobres do Estado de São Paulo. Rio Jaguarí, Rio Atibaia, Represa Salto Grande. Água nós temos a vontade. O que falta é uma administração séria, profissional para gerenciar a água de Americana para os munícipes.

Quando você abre o leque de atividades do DAE, você verifica que aquela autarquia, que deveria ser uma secretaria para não ter tanta liberdade, é um cabidão de emprego. Os servidores que gerenciam aquela situação são de outras áreas, de comunicação, de diversas que não a de engenharia.

Hoje o comando do DAE é ocupado por um funcionário de carreira, o Carlos Zappia. O que pode ser mais simbólico do que isso no aspecto técnico, candidato?
É o único que se salva ali porque ele é formado no gerenciamento e na crise. Eu o conheço, tenho amizade pessoal com ele, sei que é competente, mas abaixo dele há uma lacuna toda entre o comando e o executor da autarquia. Essa linha de conduta não chega até a execução.

Aquele cabidão que está no meio ali, onde você encaixa cargos distribuídos da administração, não é competente para gerenciar o sistema de água e esgoto de Americana. Na minha administração, eu já disse, cargo político não ocupará a administração pública da cidade, principalmente no DAE.

Existe na sua campanha a meta de universalizar o acesso infantil para a faixa de 0 a 3 anos de idade. Qual a relação que o senhor pretende estabelecer diante da dificuldade verificada no desenho atual para ampliação do quadro de profissionais e novas unidades?
Nós passamos por uma turbulência de funcionários que acreditaram em concurso público da prefeitura de Americana, engrossaram o quadro de professores da cidade, e por um processo imoral e ilegal eles foram dispensados. São aqueles que cumpriam probatório para engrossar esse quadro de professores, o que hoje constitui uma ausência muito grande.

A educação está carente. Hoje ela precisava ter sim mais concurso, engrossar esse contingente e chamar para essa faixa aí. Agora, todas as cidades tem buscado atender essa demanda com maestria e Americana ficou para trás. Precisamos entrar na modernidade. A cidade passou, deixou esse assunto e hoje há uma carência muito grande. Quando a gente discute isso com a sociedade civil, com os professores, um dos maiores pedidos está exatamente nessa área.

O projeto de implantação de escolas cívico-militares que o senhor menciona pensa em migração de unidades já existentes para esse modelo ou em erguer novas escolas a partir do zero com essa proposta de ensino?
Ela pode trabalhar nos dois sentidos. Pode migrar e pode partir do zero. Não é obrigado a ir, quem quer manter o filho da maneira como está não é obrigado a fazer isso.

E há uma grande confusão aí entre escola cívico-militar e a escola militar. Escola militar foi aquela que eu fui, rígida, baseada no código militar. Na escola cívico-militar, a grade permanecerá a mesma, os professores serão os mesmos, os funcionários serão os mesmos. Não mexe na grade educacional.

Candidato a prefeito de Americana foi recebido pelos jornalistas do LIBERAL nesta sexta no estúdio da FM Gold (94.7) – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

É um plus que vai para dar ordem, disciplina, para evitar que a droga entre na escola. Para que ele tome conta do contorno da escola, para que ele saiba que seu filho está ou saiu da escola, para que não tenha contato com o traficante, marginal. E principalmente para evitar o conflito que hoje está crescendo muito do ataque de estudante a professores e ataque externo a professores e alunos.

A implantação dela seria feita gradativamente naquelas [escolas] que se habilitassem.

Seu plano também observa, candidato, uma estratégia de recuperação devido ao cenário do coronavírus. Qual é a ideia aqui? É submeter os alunos aos mesmos conteúdos que seriam o deste ano de 2020 em condições normais?
O ano está perdido. E olha se a gente não perder o ano que vem também no sistema educacional. Esse ano tem que ser recuperado de alguma forma. A tecnologia e o ensinamento moderno daria uma recuperação. Eu tenho neto nessa atividade e eu sei o quanto é penoso. Vai ser uma recuperação difícil, mas não há como fugir de um plano de recuperação.

Ao tratar de emprego e renda, seu plano destaca um programa chamado Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, uma proposta fácil de interpretar como uma política de mandato. E a curto prazo, com a fragilidade econômica muito perceptível pelo impacto da economia e a proximidade do fim do auxílio emergencial?
O mote meu é a atração de empresas e geração de emprego com diversificação nessa área. Nós estamos sobrevivendo e vivendo aquilo que ocorreu nos Estados Unidos em 1929, com o crack da bolsa de valores. O Brasil quebrou junto porque só tinha um tipo de atividade, a produção do café. Americana não soube adaptar-se aos tempos modernos.

O que se prega nesse núcleo é a sustentabilidade. Nós não podemos abrir mão disso. Deve conviver pacificamente com esse avanço, essa atração de empresas que nós queremos. Atração de empresas criará geração de empregos, que é o que nós precisamos para estabilizar a nossa cidade.

A cidade hoje está virando uma cidade dormitório. Temos que fazer um crescimento junto entre a atração de empresas, geração de empregos e a manutenção da sustentabilidade porque somos uma cidade de pouco território.

O senhor fala em debater a melhor ocupação do Pós-Represa, um assunto que esteve em vários momentos desse ano em discussão na câmara por conta do Plano Diretor elaborado para aquela região pela administração do prefeito Omar Najar. O senhor diverge do que foi elaborado?
Eu participei como vereador da discussão do plano diretor anterior. O atual eu não tenho um conhecimento tão técnico dele. O anterior eu discuti muito e deram tanto privilégio ao meio ambiente, ao olho d’água que ali existia, que esqueceram que a cidade vive com gente, tem que atrair empresa.

Quando eu falo em sustentabilidade nesse núcleo criado, é um equilíbrio entre ambos. Ora, nós protegemos tanto aquela área, não deixamos pegar a industrialização, não fez um parque industrial ali, mas determinados indivíduos que hoje disputam a eleição na cidade foram lá com foice na mão, facão na mão e fizeram uma ocupação totalmente desordenada naquela área. Não tem água, não tem luz, transporte.

Por duas vezes eu desocupei aquela área. Tirei um senador de lá. Senador Suplicy, isso é fato. Tirei de lá reintegrando a posse. Mas foi só descuidar daquilo, voltaram, criaram os núcleos. Não que a pessoa não mereça ter seu sua casa, sua habitação, seu abrigo, mas não da maneira como foi colocado.

Jogaram um monte de gente para lá, virou um ajuntamento populacional, um desordenamento, coisa que Americana não tinha. Coisa que está ocorrendo agora aqui na região do Zincão. Começou a ocupar e virou uma favela a céu aberto.

Quando falamos do Pós-Represa, é a última grande fronteira que Americana tem para avançar, para criar um polo industrial que possa não ferir o meio ambiente. Podemos hoje conviver tranquilamente com o avanço das construções, com parque industrial e o meio ambiente que é de primeira qualidade naquela área.

Ex-vereador disse nesta sexta-feira que é contra a privatização do DAE – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Qual o seu entendimento de financiamento ao propor a construção de terminais de ônibus nos extremos da cidade, em bairros mais distantes do Centro?
Eu convivi algum tempo em Brasília, trabalhando, fazendo lobby da polícia. Lá eu tive a oportunidade de ver como prefeitos de cidades pequenas de São Paulo tiravam o traseiro da cadeira e iam de gabinete em gabinete, de secretaria e secretaria, e levavam emendas fabulosas, construções fabulosas para sua cidade.

Aqui está tudo parado. Sujeito anuncia emenda de R$ 100 mil e acha que fez um grande milagre para a cidade. As emendas tem de ser poderosas, para construir terminal e elas vem. O governo federal é a fonte de fornecimento dessa emenda, basta procurar.

O orçamento local não dá para fazer isso, nós sabemos, mas se você for buscar, nós conseguimos. Eu já tenho, inclusive, promessa de um senador da República que diz: “assuma a cidade e venha usar meu gabinete para isso”. Não tem dificuldade nenhuma, basta parar de resmungar na cadeira, ficar falando de governos anteriores e assumir o cheque especial sem fundo que você vai pegar daqui para frente.

Um item mais complexo da sua pauta nesse aspecto da mobilidade fala em aproveitar o comércio da área central e “transferi-lo” a um modelo “shopping center”, cobrindo e controlando com entradas e saídas. O senhor pode explicar exatamente o que está sendo sugerido aqui?
Parece loucura, mas eu visitei duas cidades: Lima, no Peru, e Buenos Aires na Argentina. O centro completamente caído das cidades foi recuperado com parceira público-privada. Aquele comércio que estava às traças no Centro de Buenos Aires eles cobriram através de uma parceria, de um investimento naquelas ruas.

Fecharam o quadrilátero, colocaram segurança. Durante o dia as lojas funcionam e no período noturno aquilo transforma em bares, entretenimento, local de música. Não precisa ir para o exterior para ver isso. Curitiba foi pioneira no lançamento da rua 24 horas.

A população precisa disso. Ninguém trabalha mais em horário que começa às 8h e termina às 18h. Hoje o mundo é modernizado. Nós temos pessoas que trabalham a noite inteira.

Temos sim que recuperar essa área central da cidade e que já chegou a descarregar num só dia 30 mil pessoas nesse comércio, que está falido, quebrado. No que pese estarmos num momento de pandemia, mas antes disso o Centro da cidade já estava quase que falido.

Além disso, a Área Azul que foi colocada acabou de dar a pá de cal. O Centro tem de ser revitalizado. Americana não tem um cinema, um shopping center. Saímos para outras cidades procurar aquilo que não tem aqui.

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