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ELEIÇÕES 2020

Construção de hospital municipal é de ‘extrema urgência’, diz Dr. José

Candidato a prefeito de Santa Bárbara pelo PSD foi o 1º entrevistado pelo Grupo Liberal; ele pretende recorrer aos governos estadual e federal para tirar hospital do papel

Por André Rossi

20 de outubro de 2020, às 08h00 • Última atualização em 20 de outubro de 2020, às 15h28

A construção de um hospital municipal com UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal em Santa Bárbara d’Oeste é de “extrema urgência”, na visão do vereador e candidato a prefeito José Antonio Ferreira, o Dr. José (PSD).

O assunto foi comentando na sabatina realizada pelo Grupo Liberal nesta segunda-feira (20). A entrevista foi ao ar nas rádios Clube AM 580 e FM Gold 94.7 e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube.

Dr. José: candidato a prefeito de Santa Bárbara pelo PSD – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Questionado sobre como tirar o hospital do papel em quatro anos, Dr. José disse que a ideia é recorrer aos governos estadual e federal para conseguir verba. O crescimento da cidade é apontado como decisivo para justificar a necessidade.

“Nós temos praticamente 200 mil habitantes, próximo de Americana, e você vê o número de hospitais que tem em Americana e quantos tem em Santa Bárbara. Apenas a Santa Casa, que é uma entidade filantrópica, e que logo no início da gestão atual acabou alugando 19 leitos. Com isso, diminuiu o número de leitos para os pacientes do SUS”, afirmou Dr. José.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL. As sabatinas continuam nesta terça-feira e o entrevistado da vez será o ex-vereador e candidato a prefeito Fabiano Ruiz Martinez, o Pinguim (Podemos). A transmissão é das 20h15 às 21h15.

O que faz o senhor acreditar que pode ser o prefeito de Santa Bárbara d’Oeste a partir de janeiro do ano que vem e pelos próximos quatro anos?
Eu tenho 58 anos de idade e 30 anos como médico na rede pública, atendendo pessoas nas unidades básicas de saúde de Santa Bárbara d’Oeste, do Jardim Europa, Mollon, Vista Alegre, Linopolis, Romano e também dos dois pronto-socorros, Edison Mano e Afonso Ramos. Atuo também como médico clínico plantonista no hospital municipal de Nova Odessa, estou no segundo mandato como vereador. Vereador da oposição desde 2014.

E acredito que tenho condições de ser o novo prefeito de Santa Bárbara por querer fazer a diferença, não só na saúde como em todos os segmentos. Tornar Santa Bárbara atrativa para morar, trabalhar, investir e visitar. Esse é o nosso intuito e eu acredito que estou pronto para Santa Bárbara.

Seu plano de governo menciona que você pretende reduzir o tempo de espera para consultas médicas com especialistas, contratando mais profissionais ou através da iniciativa privada. São dois caminhos distintos. Não existe a convicção hoje de qual é a melhor opção para ser abraçada por uma gestão que tenha o senhor como prefeito?
Acredito que o principal fator para você decidir entre uma ação e outra seria contratação de médicos concursados, especialistas. Pelo atual pagamento que é feito aos médicos especialistas, é muito difícil você trazê-los para trabalhar em Santa Bárbara. O número de especialistas é muito pequeno em relação a população que aumentou muito. Você acaba tendo que “fugir” para essa segunda opção, fazer compra de consultas, no sentido de que a população seja atendida por esses especialistas.

Candidato foi sabatinado por jornalistas do LIBERAL nesta segunda – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O senhor fala no plano de governo em construir um hospital municipal com UTI neonatal. Você acha que é factível erguer a partir do zero um hospital em quatro anos?
Acredito que nós temos que recorrer tanto ao governo do estado quanto ao federal para que tenhamos verba para a construção do hospital. Acredito que é fundamental a construção de um hospital municipal em Santa Bárbara porque nós temos praticamente 200 mil habitantes, próximo de Americana, e você vê o número de hospitais que tem em Americana e quantos tem em Santa Bárbara. Apenas a Santa Casa, que é uma entidade filantrópica, e que logo no início da gestão atual acabou alugando 19 leitos. Com isso, diminuiu o número de leitos para os pacientes do SUS.

Acredito que é de extrema urgência a construção de um hospital municipal em Santa Bárbara. Recurso teremos para construção, mas o mais difícil é você ter a mão de obra de qualidade, especialmente os médicos para atender nesse hospital. A vontade de fazer é muito grande. Tenho certeza que passou da hora de Santa Bárbara ter um hospital municipal. Cidades menores tem hospital municipal e nós não temos.

Dado o número de leitos de UTI que nós temos na Santa Casa. Atualmente são 10 leitos de UTI para diversas patologias e 14 leitos com respiradores para pacientes com Covid-19. Então esse número está muito aquém do necessário.

Já em 2013, o Ministério da Saúde determinou que Santa Bárbara teria que ter 54 leitos de UTI. Gestantes de alto risco tem que ir, infelizmente, para outra cidade para ter o seu filho. Faz muita falta a UTI neonatal. E também para ampliar o número de leitos hospitalares para a população barbarense. A Santa Casa hoje em dia dispõe de cinco leitos de pediatria. Para uma cidade tão grande como essa é muito pouco.

Postulante a prefeito de Santa Bárbara falou por uma hora ontem – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Isso modificaria a relação que o município tem hoje com a Santa Casa?
Tenho certeza. A relação com a Santa Casa é amigável pelos serviços prestados que ela vem fazendo aqui, mas não adianta a gente se desligar totalmente da Santa Casa e dar atenção só ao hospital municipal. Vamos depender dos dois. A cidade é grande, a população precisa de mais hospitais, sem dúvida nenhuma.

Na área da educação, Santa Bárbara depende muito das creches particulares para tentar dar conta da demanda. Mesmo assim, ainda há déficit. A situação é constantemente acompanhada pelo Ministério Público. Qual a sua proposta para o setor?
Nós sabemos que a vaga em creche é um direito da criança. O ideal é você construir mais creches para ter um número maior de vagas a disposição das crianças. Infelizmente, você tem que fazer mesmo parcerias e buscar creches particulares para diminuir essa demanda. Nós pretendemos construir creches. Sabemos que Santa Bárbara teve empreendimentos, mas não houve contrapartida para a construção de creches.

O número de creches construídas não acompanhou o número de empreendimentos. É o tal do crescimento desorganizado e isso nós temos que melhorar.

O seu plano de governo menciona a construção de um novo aterro sanitário. Por que você defende a construção de mais um aterro?
Infelizmente o nosso aterro teve uma das notas mais baixas do Estado de São Paulo na última avaliação. Nós precisamos urgente da construção de um novo aterro porque ali está praticamente esgotado, mas continua sendo depositado o lixo de Santa Bárbara. Esse aterro que nós temos em Santa Bárbara, a ampliação foi feita próxima de uma nascente e isso pode gerar muitos problemas a serem solucionados. A intenção é um aterro municipal.

Santa Bárbara lidera o número de óbitos por acidentes automobilísticos na RPT (Região do Polo Têxtil) neste ano. São 21 mortes até o momento e um dos pontos mais problemáticos fica na Avenida São Paulo. O que você sugere para reduzir esse número?
Existe a intenção nossa, não só na educação de trânsito, mas também em sinalização. Melhorar a sinalização no sentido que as pessoas diminuam o fluxo de velocidade. Santa Bárbara tem 26 radares, que o pessoal chama de “fábrica de multas”, que as pessoas passam em excesso de velocidade, mas isso não resolve. Nós temos que fazer campanhas itinerantes de educação no trânsito e fazer uma melhor sinalização. Com essa obra do governo do Estado, o Corredor Metropolitano, o número de acidentes realmente tem sido em excesso.

Mesmo você fazendo requerimento, moções de apelo a gestão atual, você não consegue alteração da sinalização, a ponto de ter dois acidentes fatais, no mesmo local, e nada foi feito. Por mais que vereador solicite, nada é feito. Nós precisamos fazer. No nosso governo, vamos governar com a população, ver quais as prioridades no bairro, e todos os locais que tiverem maior acidente, nós temos que modificar.

Sei que lombada é ruim, é proibido até, mas lombada segura um pouco as pessoas de andar em excesso de velocidade.

O senhor cita o entroncamento da Avenida Iacanga com a Avenida Santa Bárbara como um problema a ser resolvido. Qual a alteração que você propõe? Acha que seria possível um diálogo com a prefeitura de Americana, já que a via fica no limite com a cidade vizinha?
Sem dúvida. Existem horários de pico que você não tem condições de passar. É demais da conta. Nós pretendemos fazer um dispositivo na Avenida Iacanga, ou seja, um pontilhão que passe sobre a Avenida Santa Bárbara, diminuindo assim o número de acidentes porque o fluxo de veículos ali é muito grande em determinados momentos do dia.

Poderemos sim fazer uma parceria com Americana, no sentido de melhorar a mobilidade urbana para as pessoas que ali transitam. Seria fundamental. Essa é uma das prioridades do nosso plano de governo.

Você mencionou a intenção de aumentar o efetivo da guarda municipal. Você falou também sobre a contratação de médicos. Quando a gente fala em ampliar vagas em creche, isso também demanda mais profissionais. Você entende que é possível fazer isso sem o comprometimento da folha de pagamento além do recomendável? 
Eu fui recentemente presidente da CEI em relação aos salários parcelados na prefeitura entre os anos de 2016, 2017, 2018 e janeiro e fevereiro de 2019. Toda a documentação que nós tivemos da prefeitura, sem contar folha salarial, havia superávit de R$ 100 milhões. É possível você contratar esses profissionais com esses R$ 100 milhões, basta dar prioridade no que é prioridade.

Suas peças de campanha no segmento econômico são tomadas pelo discurso do empreendedorismo e da facilitação da abertura de empresas. É difícil se comprometer com um projeto de oferta de empregos formais nesse momento?
Em relação a empregos formais, a tendência é nós fazermos cooperativas regionalizadas. Em Santa Bárbara, mais de 50% dos CNPJs são de MEIs. Se nós dermos oportunidade para esses MEIs, que são 10 mil, fazendo com que eles possam contratar pelo menos uma pessoa, seriam mais 10 mil postos de trabalho a mais. A nossa intenção é essa. Dar incentivo para empresas que possam vir para Santa Bárbara, de médio e grande porte, mas todos nós sabemos que isso será difícil para qualquer cidade em relação a pandemia.

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