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Cultura

‘Visible’ mostra a luta do LGBTQ na televisão

Por Agência Estado

24 de fevereiro de 2020, às 08h01 • Última atualização em 24 de fevereiro de 2020, às 09h27

O ator Wilson Cruz sentiu na pele o poder da televisão tendo interpretado um adolescente gay na série Minha Vida de Cão, que durou apenas 19 episódios, mas marcou época. “Até hoje tem gente que me encontra e me diz como Rickie foi importante por permitir que encontrasse conforto em ser visível”, disse Cruz em entrevista em Los Angeles.

Foi por causa de sua experiência pessoal que ele se envolveu com a minissérie documental em cinco episódios Visible: Out on Television (Visível: Fora do Armário na Televisão), disponível na Apple TV+. “Oprah (Winfrey) fala como é debilitador não fazer parte da narrativa na nossa televisão. Seu sentimento é o de que sua vida não importa a não ser que histórias como a sua estejam sendo contadas. E é verdade, vi isso em primeira mão.”

Oprah é apenas uma das muitas pessoas entrevistadas na série, que traça um panorama do início da televisão, quando a comunidade LGBTQ era invisível, até a atualidade, com séries como Pose, com cinco atrizes trans no elenco principal, além de pessoas trans atrás das câmeras.

Âncoras de televisão como Anderson Cooper e Doug Lemon, ambos da CNN, apresentadores como Ellen DeGeneres e Tim Gunn, ativistas como Mark Segal e atores como Billy Porter (Pose) e Neil Patrick Harris comentam como personagens da TV foram importantes para a aceitação de sua orientação sexual ou de gênero. Muitos dão depoimentos emocionados, como Gunn, que se lembra da surra que levou do pai, agente do FBI, ao vê-lo brincando com a casa de bonecas da irmã.

Visible faz um histórico de como a televisão ajudou a moldar a opinião das pessoas sobre homossexuais e transexuais, desde a primeira vez em que a palavra “homossexual” foi pronunciada na televisão, durante a transmissão da investigação no Congresso durante o “Terror lavanda”, a campanha de Joseph McCarthy contra os homossexuais. A minissérie mostra os primeiros personagens gays, que tendiam a ser afetados e pouco realistas. “Naquela época, só de eles existirem já era notável. Então eles eram exagerados”, disse Cruz.

Também trata dos atores que precisaram esconder sua realidade, como George Takei em Star Trek. Pouco a pouco, as coisas foram mudando, com Ellen DeGeneres assumindo ser lésbica publicamente, séries como Queer as Folk e personagens gays em Modern Family e Glee, até o aumento da representatividade de hoje em dia, com personagens não-binários como Taylor Mason (Asia Kate Dillon) em Billions, que prefere os pronomes “eles” em vez de “ele” ou “ela”, e a inclusão de mais atores LGBTQ não-brancos.

Mas avanços ainda são necessários. Cruz acredita que houve progresso, no entanto. “Hoje em muitos casos a sexualidade e a orientação sexual desses personagens são menos importantes do que quem são como pessoas”, disse Cruz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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