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Globoplay

Um longo e tenebroso inverno em ‘Desalma’

Aposta sobrenatural da Globoplay, “Desalma” promove mergulho misterioso nos costumes e rituais pagãos

Por Geraldo Bessa / TV Press

21 de outubro de 2020, às 10h28

A Globo está cada vez mais aberta a novas ideias. E a “culpada” pela produção de séries de diferentes gêneros é a Globoplay, plataforma de “streaming” da emissora lançada em 2015.

Para dar conta de novas ideias, a empresa se abriu para talentos de fora de seus estúdios e é nesse movimento que entra a figura do diretor Carlos Manga Jr. Filho do saudoso Carlos Manga, ele até chegou a trabalhar para a emissora nos anos 1990 mas, longe da sombra paterna, fez carreira na direção de peças publicitárias.

Mente por trás de séries como a policial “Se Eu Fechar Os Olhos Agora” e o “thriller” ecológico “Aruanas”, Manga Jr. quer ousar ainda mais com “Desalma”, drama sobrenatural que estreia na Globoplay quinta, dia 22. “A teledramaturgia no Brasil está muito centrada nos folhetins, séries de comédias e dramas históricos. Acho que a gente pode ir além, experimentar gêneros e ir encontrando uma linguagem própria”, conceitua o diretor.

Uma possível exibição na tevê aberta ainda não foi confirmada – Foto: Divulgação

Em 10 episódios, a série marca a estreia da romancista Ana Paula Maia na tevê. Assim que leu “Desalma”, Manga Jr. se empolgou com uma possível adaptação e, sem grandes pretensões, resolveu propor um projeto de série para a Globo. Dividida em duas épocas, a trama é ambientada na fictícia cidade de Brígida, colônia ucraniana localizada no Rio Grande do Sul. Em 1988, o desaparecimento da jovem Halyna, personagem de Anna Melo, choca a população da região e acaba retirando a tradicional festa de Ivana Kupala – evento de origem pagã realizado para divindades ligadas à fertilidade – do calendário cultural da cidade. “Li o roteiro e fiquei realmente hipnotizada. Não é uma história de terror cheia de sustos e soluções fáceis. Existe um forte drama humano forte que percorre o caminho do sobrenatural”, destaca Cássia Kis, que vive na série a enigmática Haia.

Trinta anos depois, a população se prepara para trazer a festa de volta, mas acontecimentos estranhos passam a assustar a comunidade. Às vésperas da noite mais escura do ano, a floresta parece atrair os ingênuos para seu interior frio, de árvores altas, onde eventos sem explicações lógicas passam a acontecer de forma mais frequente.

Haia até hoje não se conforma com o desaparecimento de sua única filha Halyna e vê relação entre os mistérios do passado e presente. A mãe recebe o conforto e a ajuda de Ignes, melhor amiga da jovem desaparecida, e de Giovana, uma forasteira que chega a Brígida para tentar entender o suicídio de seu marido, personagens de Cláudia Abreu e Maria Ribeiro, respectivamente. “Essas três mulheres têm suas vidas abaladas por sucessivas tragédias. Existe um apoio mútuo, mas cada uma delas também guarda seus segredos”, entrega Cláudia.

GRAVAÇÕES

Em pleno inverno, as gravações iniciais de “Desalma” aconteceram entre os últimos meses de junho e julho e passearam por locações nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram 36 “sets” de filmagem, sendo 16 deles em uma propriedade de 300 mil m², localizada na cidade de São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha.

O local serviu de cenário para as grandes cenas de floresta, penhascos, lagos e ruínas, que ajudaram a intensificar o clima sinistro que as sequências exigiam. Com nomes desconhecidos do grande público no elenco, como Camila Botelho, Nathalia Falcão, Giovanni De Lorenzi, Isabel Teixeira, Lucas Lentini, a ideia da direção foi investir em novas faces para acentuar a impressão de “estranheza” das cenas.

Uma possível exibição na tevê aberta ainda não foi confirmada. Porém, antes mesmo dos episódios de “Desalma” estarem disponíveis para os assinantes da Globoplay, a série foi renovada para uma segunda temporada, prevista para 2022. Carlos Manga Jr. e Ana Paula Maia já estão em conversas adiantadas sobre os rumos da história. Mesmo antes do aval da Globo, a confiança na produção já tinha feito a dupla deixar algumas lacunas que pudessem dar continuidade ao roteiro.

“A sequência da série vai mais fundo nos mistérios e no sobrenatural. Começamos a entender os entrelaçamentos da história e de como Brígida e seus moradores estão ligados uns aos outros. A tensão e o suspense só vão aumentar”, adianta Maia. O diretor já trabalha na escalação de atores para viver os novos personagens que chegam ao lugarejo.

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