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Cultura

Um básico certeiro e sem ‘firulas’

Entre golpes e as melodias, retorno de “Malhação – Sonhos” é aposta confortável da Globo em tempos de pandemia

Por Geraldo Bessa / TV Press

21 de fevereiro de 2021, às 09h27

No ar desde 1995, “Malhação” já passou por muitos altos e baixos na programação da Globo. Tentando acompanhar tendências e ter mais repercussão, a novela passou pelas mãos dos mais diversos diretores artísticos e roteiristas, mas a audiência não correspondia. Apesar dos rumores de cancelamentos, a novela se mantinha no ar muito por conta de ser a principal porta de entrada de novos talentos da emissora, assim como uma boa formadora de público por conta do inerente apelo jovem.

Disposta a uma volta ao básico, em 2014, a Globo encomendou uma história sem grandes firulas. E das mãos da dupla Rosane Svartman e Paulo Halm surgiu “Malhação – Sonhos”, temporada que recolocou a “novelinha” nos trilhos do sucesso e que volta a ocupar a faixa por conta da pandemia que paralisou os Estúdios Globo.

No ar desde 1995, “Malhação” já passou por muitos altos e baixos na programação da Globo – Foto: Divulgação

Substituir a reprise da premiada “Malhação – Viva a Diferença”, de 2017, é uma grande responsabilidade. Apesar de ter uma trama mais óbvia e protocolar, “Malhação – Sonhos” conquista pela força do encontro envolvendo suas apostas e seu elenco mais maduro, além de uma azeitada e coerente mistura de universos bem distintos: o MMA e a música.

A trama se desenvolve entre a Escola de Arte Ribalta, comandada por Nando, de Léo Jaime, e a Academia de Lutas do Gael, papel de Eriberto Leão. Viúvo, Gael é o pai das protagonistas da história, Karina e Bianca, de Isabella Santoni e Bruna Hamu.

De atitudes e visões de vida opostas, as garotas vivem às turras e ambas nutrem sentimentos secretos por Duca, de Arthur Aguiar, lutador da academia, a quem Gael considera o filho que nunca teve. Bianca sonha com a carreira de atriz enquanto Karina quer orgulhar o pai e se tornar uma grande lutadora. Sem apelar para o maniqueísmo do bem contra o mal, o texto aposta na disputa dessas irmãs, onde é o sentimento de fraternidade que equilibra os ânimos.

De início mais fraco, a atuação das protagonistas vai ganhando vigor ao longo da temporada, que ainda destaca outros “novatos” que, por conta de seus desempenhos e do sucesso da temporada, acabaram crescendo dentro da emissora, casos de Rafael Vitti, Antônio Carlos e, em especial, Jeniffer Nascimento.

ELENCO

Com uma escalação bem arquitetada, a direção segura de José Alvarenga Jr. fez a temporada de 2014 perder a sensação comum de que atores experientes que topam fazer “Malhação” sempre soam protocolares.

Amparados por histórias e personagens interessantes, Léo Jaime, Emanuelle Araújo e Eriberto Leão exibem sintonia na medida certa. Assim como Felipe Camargo e Patrícia França se destacam com as alegrias e dissabores de um casal em crise por conta da mesmice cotidiana. No geral, “Malhação – Sonhos”, de fato, não apresenta novidades no formato e conteúdo, mas segue fórmulas e usa arquétipos de maneira inspirada e sem subestimar o possível alcance etário da “novelinha”.

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