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Literatura

Três mulheres vencem o Prêmio Oceanos

Por Agência Estado

06 de dezembro de 2019, às 07h55 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h10

A escritora portuguesa nascida em Angola Djaimilia Pereira de Almeida venceu o Prêmio Oceanos de Literatura com o romance Luanda, Lisboa, Paraíso. A portuguesa Dulce Maria Cardoso, com Eliete, ficou em segundo lugar. E a brasileira Nara Vidal foi a terceira colocada com Sorte. Elas ganharam, respectivamente, R$ 120 mil, R$ 80 mil e R$ 50 mil. O anúncio foi feito ontem no Itaú Cultural.

Djaimilia, Dulce e Nara eram as únicas mulheres entre os 10 finalistas desta edição do prêmio, que recebeu a inscrição de 1.467 livros de 314 editoras de 10 países. O Oceanos aceita a inscrição de obras de ficção publicadas em português em qualquer lugar do mundo.

Um livro sobre diáspora e solidão, como destacou a escritora Maria Esther Maciel, uma das juradas, no evento. Luanda, Lisboa, Paraíso, publicado pela Companhia das Letras, é o segundo romance de Djaimilia – autora de Esse Cabelo. A obra conta a história de Cartola e seu filho Aquiles, que deixam Angola nos anos 1980 para procurar tratamento para uma má-formação no pé do jovem em Portugal.

Dulce Maria Cardoso, autora também de O Retorno, que conta sobre a volta dos portugueses à terra natal depois de anos vivendo em Angola, até o fim da colonização, ficou em segundo lugar no Oceanos com Eliete, lançado pela Tinta da China. O novo livro é narrado em primeira pessoa e intercala memórias de uma infância sob o regime de Salazar e da revolução com o passagens da vida que segue.

Já Sorte é o romance de estreia de Nara Vidal, brasileira radicada em Londres, onde administra uma livraria especializada em literatura brasileira. Publicado pela Moinhos, fala sobre a vinda ao Brasil de uma família fugindo da fome da batata da Irlanda em 1827. “Dedico este prêmio a todas as mulheres que não têm voz e não têm vez, que são apagadas, massacradas pela História que insistem em nos contar. Mulheres que são do passado, do presente e infelizmente, mulheres do futuro”, disse Nara, em vídeo transmitido ao final do anúncio.

“Ficar em terceiro lugar num prêmio tão importante como Oceanos é uma alegria inimaginável. Sorte é o meu primeiro romance e, honestamente, estava feliz de ter sido semifinalista. Quando soube que as três únicas mulheres foram as vencedoras confesso que me senti fazer parte de algo muito bonito e significativo, especialmente se levarmos em conta as lutas diárias contra os que insistem em nos diminuir. E eu como a única brasileira este ano sinto grande orgulho em representar editoras pequenas e importantes como a Moinhos. Uma honra fazer parte desse trio”, destacou ao jornal O Estado de S. Paulo.

Concorreram, ainda, os escritores Gustavo Pacheco, Cristovão Tezza, João Tordo, José Gardeazabal, Mauricio Lyrio, Nei Lopes e Pepetela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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