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Análise

‘The Voice Brasil’ chega muito bem à maturidade

Com roteiro inspirado e vozes lapidadas pela maturidade, “The Voice+” joga luz sobre talentos quase ocultos

Por Geraldo Bessa / TV Press

10 de fevereiro de 2021, às 07h50

Criado pela produtora de origem holandesa Endemol, em 2010, a franquia “The Voice” chegou ao Brasil dois anos depois e se consolidou como o principal “reality” de música do país. Bem produzido e divulgado, o programa escalou nomes consagrados do pop nacional, como a baiana Ivete Sangalo e o sertanejo Michel Teló, para reforçar ainda mais seu apelo popular.

Sendo assim, apesar de não revelar nenhuma grande estrela nacional ao longo das temporadas tradicionais e da versão “kids”, o “The Voice Brasil” sempre cumpriu muito bem sua missão de entreter o público.

Depois de tanto tempo no ar, é normal que o formato comece a apresentar sinais de desgaste e isso ficou bem claro na edição de 2020, onde histórias e vozes semelhantes e sem tanto brilho fizeram a audiência média do programa cair dos confortáveis 25 pontos no Ibope obtidos em 2019 para 17 pontos na última temporada.

Renovada e relevante, a franquia “The Voice Brasil” chega muito bem à maturidade – Foto: Divulgação

Com a estrutura montada, a Globo decidiu não se deixar levar pela repercussão mais modesta e estrear, aos domingos, o “The Voice+”, “spin-off” voltado para participantes maiores de 60 anos. Fugindo da meiguice por vezes forçada das crianças e da falta de estofo dos calouros da versão tradicional, a franquia, enfim, entrega um programa bem acabado e com repertório e histórias realmente relevantes.

Com a pesquisa em dia, o “The Voice+” logo trata de valorizar algo já banal nas outras versões da produção: o roteiro. Sem enrolações ou “ganchos” esdrúxulos, a apresentação dos participantes é entremeada com fatos históricos que levam o espectador a uma deliciosa viagem no tempo.

A emoção vem fácil ao descobrir os bastidores de tantas vozes silenciadas ao longo dos anos. Em especial, das participantes mulheres que, geralmente, tiveram de optar pela família em detrimento de uma carreira de cantora ou até casos mais graves de pura opressão machista.

Viúvas e sem dever nada a ninguém, calouras como Henriette Fraissat, de 72 anos, e Miracy de Barros, de 82 anos, esbanjam técnica e maturidade vocal em performances que arrebatam público e técnicos. Aliás, o aparente real interesse do time formado por Ludmilla, Daniel, Claudia Leitte e Mumuzinho agrega carisma à dinâmica do programa.

FALTA DE SEGURANÇA

Novata no grupo, Ludmilla ainda exala nervosismo e falta de segurança ao dar suas impressões sobre as apresentações. Mas, no geral, calma e entendimento marcam os comentários dos técnicos. Um alívio necessário frente a verborragia de outros técnicos da franquia, casos de Carlinhos Brown e da dupla Simone e Simaria.

Por fim, sendo a música o item de maior valia dentro de um “talent show” musical, os participantes e a banda do “The Voice+” não decepcionam. Em arranjos bem elaborados, clássicos da música brasileira e internacional mostram a diferença que um repertório mais elaborado pode fazer em um programa de tevê.

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