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No próprio tom

Silvio Guindane celebra carreira diversa e autonomia artística

Ele é protagonista da série "A Divisão", que acaba de ter sua segunda temporada lançada no Globoplay

Por TV Press

23 de setembro de 2020, às 23h25

Silvio Guindane tinha apenas 13 anos quando entrou pela primeira vez em um “set” de gravação. Mesmo empolgado com a situação, aos poucos ele foi percebendo que, por conta da cor de sua pele, infelizmente, teria de trabalhar muito mais para ser reconhecido no meio audiovisual.

Ao longo dos anos, aprendeu a não depender de contratos de longa duração com emissoras e, sobretudo, a fazer seus projetos autorais virarem realidade.

Silvio Guindane – Foto: Divulgação

Hoje, protagonista do sucesso “A Divisão”, que acaba de ter sua segunda temporada lançada no Globoplay, Guindane celebra o tom diverso e a autonomia artística que construiu ao longo de mais de duas décadas de trabalho.

“Sou muito de arriscar. Acredito que todos os atores buscam essa independência, mas é preciso ter coragem de largar a zona de conforto, a segurança de um contrato, para ir atrás de um personagem que faça a diferença. Senti medo em várias ocasiões e é claro que fiz escolhas erradas. Mas todo esse processo foi importante para me tornar o profissional que sou hoje”, garante o intérprete do delegado Mendonça.

Natural de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, Guindane já tinha até feito participações em produções globais como “Aquarela do Brasil” e “Andando nas Nuvens”, mas se tornou conhecido do grande público ao viver o fofoqueiro Basílio de “O Clone”, de 2001.

Ao longo dos anos, trabalhou em canais pagos como Multishow, Fox, Canal Brasil e, contratado por obra, esteve em produções da Record, caso de “Vidas Opostas” e “Balacobaco”, e da Globo, nas recentes “Orgulho e Paixão” e “Segunda Chamada”.

No momento, trabalhando de casa no roteiro de séries e adaptações teatrais, ele aguarda a retomada definitiva dos trabalhos no setor audiovisual para voltar aos estúdios. “O mercado, no geral, está redescobrindo uma forma de voltar e também se reinventando dentro deste cenário. Sigo aguardando e trabalhando do jeito que é possível”, explica.

A boa resposta de público da primeira temporada de “A Divisão” acabou por renovar a série para uma segunda leva de episódios. Como foi voltar ao universo do Delegado Mendonça?

Silvio Guindane
Embora a ação ainda esteja no centro da história, acho que a segunda temporada de “A Divisão” ganhou contornos mais psicológicos. O roteiro faz um mergulho muito interessante nos personagens principais. O Mendonça, por exemplo, se vê encurralado pelo sistema. A eficiência de seu trabalho na DAS – Divisão Antissequestro da Polícia do Rio de Janeiro – gera uma série de desdobramentos de interesses políticos dentro da corporação e isso o afeta diretamente. Mendonça passa por uma grande transformação a partir dessa interferência no trabalho.

A rivalidade entre o Mendonça e o Santiago (Erom Cordeiro) foi um dos pontos altos do primeiro ano da série. Como isso se desenvolve na continuação?

Silvio
O engraçado é que, depois de tantas diferenças, eles começaram a ter um mesmo objetivo dentro da polícia. Isso foi um ganho para a parceria. Porém, mesmo com essa perspectiva parecida, os meios de se chegar aos resultados são bem diferentes. Meu personagem é marcado pela rigidez de valores e uma hora esse trabalho em conjunto não se sustenta. E a chegada de uma investigadora tumultua ainda mais essa convivência.

Como assim?

Silvio
Tudo o que aconteceu no passado pode ser usado contra eles a partir de uma investigação interna. Mendonça e Santiago não vão apenas investigar, também serão investigados pela própria polícia e isso vai fazer ambos reverem suas atitudes. Adoro essa visão realista que a série tem. Dentro dessas escolhas certas ou erradas, meu personagem é obrigado a se reinventar.

Além de protagonizar “A Divisão”, você também tem papéis de destaque em “1 Contra Todos”, da Fox, “Segunda Chamada”, da Globo, e é roteirista da “sitcom” “O Dono do Lar”, do Multishow. Como consegue conciliar tantos projetos?

Silvio
As oportunidades vão surgindo e eu amo trabalhar. Então, normalmente, vou organizando os roteiros de gravação e tentando encaixar tudo na agenda. Tento mesclar projetos mais autorais com o convite de amigos para que tudo fique bem equilibrado. Não é uma conta fácil, mas as coisas têm funcionado. Estou muito contente com todos os projetos que estou envolvido.

E como a quarentena afetou essa rotina de trabalho?

Silvio
Tudo está meio em pausa no momento. “Segunda Chamada” teve sua gravação interrompida e a turnê do espetáculo “Perfume de Mulher” também foi adiada. Outros projetos que eu tinha já programados para o segundo semestre deste ano mudaram de datas. O mercado, no geral, está redescobrindo uma forma de voltar e também se reinventando dentro deste cenário. No momento, estou me dedicando basicamente a escrever.

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