O lançamento de “Amor Sem Igual”, em dezembro do ano passado, foi carregado de expectativas. A principal delas era se o novo título conseguiria manter a boa repercussão de “Topíssima”, trama anterior que revitalizou a produção de novelas contemporâneas pela Record.

Em março deste ano, quando a audiência começou a se estabilizar, a atual novela das oito da emissora foi “atropelada” pela pandemia de coronavírus, que fez a Record e a Casablanca paralisarem os trabalhos de estúdio e recorrerem a reprises para “tapar o buraco” na programação.

Com estreia prevista para quarta, dia 28, as gravações desta nova fase foram pensadas de forma minuciosa pela emissora e produtora, com uma série de cuidados e novas atitudes que começaram a partir do trabalho da autora Cristianne Fridman. “Retirei diversas cenas de contato físico, como beijos, abraços e lutas, reduzi drasticamente o número de figurantes e diminui sequências de eventos, celebrações. A novela ficou mais enxuta, mas não menos romântica e divertida”, detalha Fridman.

Enquanto a autora dava os últimos ajustes no texto, o diretor Rudi Lagemann começava a agitar as equipes técnicas e a fazer os primeiros ensaios, ainda de forma remota, com o elenco. Com os estúdios devidamente higienizados e roupas especiais para a reduzida equipe responsável pelas gravações, “Amor Sem Igual” voltou a ser produzida abusando de cenas em locais abertos e à toque de caixa. Seguindo as diretrizes da Casablanca, até o final de setembro toda a segunda parte deveria estar integralmente captada

Na trama, Angélica, de Day Mesquita, teve uma vida difícil e acabou recorrendo ao mundo da prostituição para se sustentar. O pai que a abandonou é o milionário Ramiro, de Juan Alba. Ele nunca quis saber de seu paradeiro até precisar de um transplante de rim para não morrer, já que seus outros filhos, Tobias e Fernanda, de Thiago Rodrigues e Bárbara França, não são doadores compatíveis.

A busca pela bastarda, no entanto, é atravancada por Tobias, que não quer dividir a herança e deseja a morte do pai. Após quase ser assassinada, Angélica é salva por Miguel, agricultor honesto vivido por Rafael Sardão. Desse encontro nasce um romance conturbado, uma vez que ela não confia em ninguém e muito menos acredita no amor.

CUIDADOS NECESSÁRIOS

Ao longo de toda a quarentena, Day Mesquita fez questão de tomar todos os cuidados para evitar o ganho de peso. Além disso, pouco antes das gravações, a atriz passou novamente pelo processo de caracterização da personagem. Tudo para não comprometer a continuidade da história. “Foi uma experiência diferente de tudo que já vivi. Além de decorar o texto e estudar as cenas, tinha de chegar no estúdio sempre mais cedo para fazer os exames periódicos. Depois de um tempo, os processos e protocolos viraram hábitos e tudo fluiu bem”, avalia a atriz.

Além de mais cor e um logotipo atualizado, a abertura de “Amor Sem Igual” ganhou outro tema musical, a canção “I Will Love Again”, de Lara Fabian, que já era tema do casal formado por Poderosa e Miguel. Em isolamento com a família ao longo dos meses, Sardão se pegou pensando diversas vezes em como seria a volta ao trabalho e, mesmo assim, se surpreendeu.

Para o ator, a parte mais complexa das gravações foi passar a emoção exigida por cada sequência sem esquecer do protocolo de segurança. “A gente ensaiava de máscara e proteção facial. Ficava difícil manter a concentração. Além disso, o número de interrupções também era maior para retocar maquiagem, acertar enquadramentos, ajustar a luminosidade”, enumera o protagonista.