28 de março de 2024 Atualizado 10:54

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Cultura

Riso certeiro com dinâmica simples

Básico e sem grandes pretensões, “Cada um no Seu Quadrado” se utiliza do imponderável para divertir

Por TV Press

14 de agosto de 2020, às 09h07 • Última atualização em 14 de agosto de 2020, às 09h08

Mesmo com os trabalhos suspensos nos Estúdios Globo, o setor de humor da emissora segue propondo formatos e realizando programas ao melhor estilo “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Com a necessidade de garantir conteúdo original, o aplicativo Globoplay é o grande incentivador e, naturalmente, a primeira janela de exibição dessas experimentações, que começou com Marcelo Adnet e a “pílula” cômica diária “Sinta-se em Casa”.

Na sequência, ganhou grande repercussão com o humor caótico de “Sterblitch Não Tem um Talk Show: o Talk Show”, que brinca com o formato de programa de entrevista, onde convidados e plateia interagem virtualmente com as ideias mirabolantes e divertidas de Eduardo Sterblitch. Depois, foi a hora de produzir dramaturgia com “Diário de um Confinado”, de e com Bruno Mazzeo. Até chegar no “Cada um no Seu Quadrado”, espécie de “happy hour” da empresa, capitaneado pela dupla Fernando Caruso e Paulo Vieira.

“Cada um no Seu Quadrado”, da Globoplay, tem novos episódios às sextas-feiras – Foto: Globo / Divulgação

Idealizado pela roteirista Daniela Ocampo, um dos nomes de maior destaque do humor recente da Globo, o programa de pouco mais de 30 minutos tem uma dinâmica aparentemente simples: a cada episódio, quatro nomes relevantes são convidados para brincadeiras e uma conversa intimista feita em um aplicativo de reuniões “online”.

Além do papo bem-humorado, rola um clima de “game night” entre amigos, com direito a sessões dos famosos “stop” e “jogo da memória”. Sem um roteiro tão engessado e à distância, o programa poderia facilmente cair nos artifícios de uma “live” sem ter muito a necessidade de existir. Porém, além da boa seleção de convidados, o “Cada um no Seu Quadrado” tem no pensamento rápido de Caruso e Vieira um grande trunfo. Íntimos com o “timing” de humor um do outro, os dois seguram a comicidade do programa e ajudam os participantes semanais a terem seus bons momentos.

UNIDADE ESTÉTICA

Com a tela dividida em seis quadrados e com foco total no rosto do elenco, o capricho técnico da Globo está a serviço do clima de botequim da produção. É nítida a preocupação de se manter uma unidade estética, onde todos os participantes tenham uma imagem com resolução e áudio de boa qualidade. O resto, fica por conta do imponderável.

Bruno Mazzeo apareceu “alegrinho” tomando sua cerveja, Fabiula Nascimento escolhe sua cozinha como cenário, George Sauma tocou piano e Maria Clara Gueiros encarnou uma coelhinha da Playboy em alguns dos episódios já exibidos.

Motivado pelo tédio da quarentena, “Cada um no Seu Quadrado” levanta a bandeira da despretensão e sem muita produção, maquiagem ou firulas, mostra nomes interessantes no conforto de seus lares e sem a pompa que a mesmo programa teria se fosse em um estúdio tradicional de tevê. Neste quesito, aponta os novos – velhos – rumos do entretenimento em direção ao básico, mas longe do simplismo.

Publicidade