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Cultura

Risco zero

Com trama policial fraca, a comédia romântica “Pega-Pega” foi feita na medida para o horário das 19h

Por Geraldo Bessa - Tv Press

04 de agosto de 2021, às 08h54

Malagueta (Marcelo Serrado), Julio (Thiago Martins), Sandra (Nanda Costa) e Agnaldo (João Baldasserini) - Foto: Divulgação

A faixa das sete é uma das mais versáteis da Globo. E é nela que a emissora se dá a chance de arriscar mais. Só nos últimos anos, o horário apostou em tramas de época, musicais, espíritas, aventureiras e de humor escrachado. Mas é justamente quando investe na comédia romântica que a audiência corresponde.

Com suas mocinhas fortes que não resistem a um conto de fadas, o horário viu folhetins como “Totalmente Demais” e “Bom Sucesso” primarem pela simplicidade e garantirem forte apelo popular. “Pega-Pega” pode até enganar com seu enredo aparentemente policialesco, mas é exatamente pela força dos romances que segue a atual trama da faixa.

Exibida originalmente em 2017, o folhetim de Cláudia Souto pode até não ser dos mais memoráveis, mas sua boa audiência média de 29 pontos garantem o interesse da Globo em reexibir a história para ocupar a faixa em tempos de pandemia.

Com referências diretas ao Copacabana Palace, hotel de luxo localizado no célebre bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, e à família Guinle, fundadora do empreendimento e sua mantenedora durantes décadas, a novela tem como trama central o roubo milionário ao tradicional hotel Carioca Palace e seus desdobramentos na vida de cada um dos envolvidos, sejam eles hóspedes, suspeitos ou convidados do grande baile de gala que movimenta os capítulos iniciais.

O dono, Pedrinho Guimarães, de Marcos Caruso, herdou o hotel da família e nunca o viu como um negócio, mas como um jeito de gastar e esbanjar. Hedonista nato, ele abusou de todo o glamour e caiu na farra, deixando de lado a administração do próprio hotel. Como consequência, o Carioca foi perdendo prestígio e, principalmente, dinheiro.

À beira da falência, Pedrinho vende o hotel para Eric Ribeiro, de Mateus Solano, um dos empresários mais conceituados do Brasil. É justamente o dinheiro deste acerto que some a partir de um plano arquitetado pelo concierge Malagueta, com envolvimento do garçom Júlio, do recepcionista Agnaldo e da camareira Sandra Helena, papéis de Marcelo Serrado, Thiago Martins, João Baldasserini e Nanda Costa, respectivamente.

É boa a forma com que a autora justifica a ação dos envolvidos no crime. Entretanto, a força da história do roubo acabou se dissipando de forma veloz. Neste sentido, o “plano B” de Claudia Souto foi investir em duas protagonistas bem diferentes para segurar as emoções do folhetim: a doce Luíza, de Camila Queiroz, ficou com a função de ser a mocinha tradicional, com apelo jovial na medida para os dias atuais. Paralelamente, na pele da destemida Antônia, Vanessa Giácomo vive o caso de amor mais inusitado da obra: o da investigadora que se apaixona pelo bandido.

Correndo por fora, com um papel feito na medida da tragicomédia, está Nanda Costa, que “rouba” a cena da novela com a heroína errante Sandra Helena em uma atuação inspirada e que acabou valorizando seu “passe” dentro da emissora. Dirigida pelo eficiente Luiz Henrique Rios, nome antigo dentro da Globo que só obteve real destaque ao longo da última década, “Pega-Pega” é a típica novela confortável e que acerta em cheio no esquema leve tão tradicional na faixa das sete.

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