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Cultura

Reserva particular

De olho no saudosismo do público, projeto de resgate de novelas clássicas da Globo valoriza o catálogo do Globoplay

Por Tv Press

15 de janeiro de 2021, às 21h26

Até bem pouco tempo, rever uma novela mais antiga produzida pela Globo era uma verdadeira “saga” para o telespectador mais saudosista. Sem uma plataforma oficial, capítulos dos diversos clássicos produzidos pela emissora só estavam disponíveis de forma quase clandestina em serviços de vídeo como Youtube e Vimeo.

Além disso, grande parte do conteúdo se apresentava incompleto e com péssima qualidade de som e imagem. Aproveitando-se do trabalho de restauração e digitalização de novelas já exibidas no Viva, a Globo, enfim, resolveu investir em seu rico e vasto acervo para valorizar o catálogo e buscar novos possíveis clientes para o Globoplay.

Com média de dois lançamentos por mês, desde maio, a emissora vem alternando títulos dos anos 1980 e 1990 com sucessos mais recentes, agradando diferentes gerações e exibindo sua hegemonia quando o assunto é telenovela.

“Tieta” ganhou uma vinheta que transformou em funk uma de suas cenas mais icônicas a volta da protagonista a Sant’Ana do Agreste – Foto: Divulgação

O mês de estreia, com a dobradinha “A Favorita” e “Tieta”, demonstra claramente a diversidade das produções e que, quando um texto de qualidade encontra diretor e elenco inspirados, a única diferença entre uma obra de 1989 e outra de 2008 são as tecnologias disponíveis à época.

Ciente de que um bom meme pode gerar curiosidade e publicidade gratuita nas redes, a equipe de marketing do Globoplay vem caprichando na estratégia de lançamento. “Tieta”, por exemplo, ganhou uma divertida vinheta que transformou em funk uma de suas cenas mais icônicas: a volta da protagonista a Sant’Ana do Agreste.

A mesma boa tática vem sendo utilizada em todas as estreias. Inclusive, mostrando que está de olho nas súplicas das redes sociais, a emissora deixou o calendário oficial de lado para disponibilizar uma de suas tramas mais “cults” e “incompreendidas”, adjetivos comuns de usuários do Twitter para o “sci-fi” caribenho “Kubanacan”, de 2003.

Uma das tramas que mais marcaram a década de 2000 na Globo atende pelo nome de Kubanacan, de 2003 – Foto: Divulgação

A ousada trama de Carlos Lombardi fez sucesso em sua exibição original, mas parece ter sido esquecida pela faixa de reprises “Vale a Pena Ver de Novo”. O lançamento no Globoplay desfaz esse erro de percurso, mas deixa nítido que, apesar de seus trunfos, a direção de Wolf Maya já dava sinais de desgastes no acabamento das sequências mais complexas. Tanto que, ao final da trama, ficou para trás também a longa e bem sucedida parceria entre Lombardi e Wolf.

As mais famosas
É da virada dos anos 1980 para os anos 1990 que surgem as novelas mais famosas do catálogo. E grande parte delas, embora datadas por cenários e figurinos, resistem bem ao passar dos anos. “Mãe” de todas as tramas praianas, “Top Model” impressiona por não perder a jovialidade, fruto da direção segura e inspirada do falecido Roberto Talma.

Pela mesma boa impressão segue o sucesso “Meu Bem, Meu Mal”, o clássico de Cassiano Gabus Mendes que contou com a direção de Paulo Ubiratan. Com sua visão gráfica de uma São Paulo pautada no design noventista, a produção exibe o poder de influência das novelas no comportamento de toda uma época, com destaque para as faixas no cabelo da poderosa Isadora, de Silvia Pfeifer, que viraram moda pelas ruas do Brasil.

Com muitos títulos ainda por vir, o projeto de resgate dos clássicos precisa de alguns ajustes técnicos na qualidade da imagem em tramas mais recentes, mas nada que tire o mérito histórico e popular de uma das melhores ideias já pensadas para o aplicativo Globoplay.

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