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Cultura

‘Power Couple’ acerta na missão de apenas divertir

Por Geraldo Bessa / TV Press

08 de junho de 2021, às 07h09

Os “realities shows” da Record têm um sério problema de escalação. Apesar de bons cachês e premiações, a emissora encontra muita dificuldade em selecionar nomes relevantes para seus programas. Além desse tipo de produção não ter tanto prestígio artístico, pesa também o fato de que carreiras podem ser prejudicadas, ironicamente, por conta da alta exposição no horário nobre.

Recheado de sobras de outros realities como “Big Brother Brasil” e até mesmo “A Fazenda”, ou celebridades já esquecidas pela mídia, o “Power Couple” chega à quinta temporada mostrando que, mesmo com convidados aparentemente desinteressantes, a Record criou um jeito todo seu de realizar essas disputas. Na receita, cenários duvidosos, provas divertidas e a exploração maciça do que há de pior em participantes que querem aparecer a qualquer custo.

O retorno de Galisteu celebra a paz entre apresentadora e emissora – Foto: Divulgação

Os nomes mais famosos da atual edição do “Power Couple” são a ginasta Daniele Hypólito e a atriz Renata Dominguez. Portanto, com 13 casais e 26 participantes no total, o programa obriga o público a buscar na memória quem foi Pimpolho, um dos integrantes do Art Popular, banda que fez sucesso durante o auge do pagode nos anos 1990, ou Li Martins, integrante do extinto grupo juvenil Rouge.

Depois de ter a temporada adiada por conta da pandemia de coronavírus e garantir muito mais tempo para pensar nesta edição, a produção poderia ter, no mínimo, caprichado mais neste retorno. A compensação veio a partir do comando do programa, depois de edições comandadas pelo engessado Roberto Justus e o pelo saudoso Gugu Liberato, a presença de Adriane Galisteu realmente valoriza os episódios. Segura e por dentro da disputa, ela mostra que há tempos merece um lugar de destaque na tevê aberta.

O retorno de Galisteu celebra a paz entre apresentadora e emissora, 15 anos depois dela ter se tornado uma “persona non grata” dentro da Record. Em ascensão na virada dos anos 2000, ao ser revelada a partir de programas na MTV Brasil e Rede TV!, Galisteu fez parte do horário nobre da emissora no comando do “É Show”.

Em 2004, seduzida por um rentável convite do SBT, ela trocou a Record sem pestanejar. Com resultados abaixo do esperado, logo foi boicotada por Silvio Santos. Nos anos seguintes, seus projetos em outras emissoras não se destacaram e ela acabou investindo na tevê paga e na carreira de atriz.

Com muita vontade de fazer o “Power Couple” funcionar, a “entrega” de Galisteu combina bem com o esquema esforçado do programa, que muito além de testar os limites dos participantes, parece querer mesmo é causar um mal estar na relação, o que acontece com alguns pares após o fim de temporadas anteriores. Apesar do característico tom apelativo e forçado, a edição 2021 do “Power Couple” apresenta uma evolução em termos de entretenimento e mostra que está no caminho certo ao que se propõe.

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