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Cultura

O fim está próximo

Última etapa de “Gênesis”, “José do Egito” tem melhor qualidade que as fases iniciais e mantém boa audiência

Por Márcio Maio / TV Press

17 de setembro de 2021, às 07h18

Depois de mais de sete meses no ar, “Gênesis” caminha para o fim. Tanto que a última fase do folhetim bíblico da Record, “José do Egito”, já está no ar. E essa despedida dá sinais de que será mesmo à altura do que a emissora projetava antes de estreá-la, chamando-a de “superprodução”.

É nítida a preocupação de Juliano Laham (José) em convencer na pele de um jovem ainda inexperiente – Foto: Divulgação

A média geral está acima de 12 pontos e os capítulos que estão sendo exibidos contam uma história que o público até já conhece, mas com um elenco bem escolhido e um cuidado na direção e na arte bem superior ao que foi apresentado nas fases iniciais do projeto.

No início, a equipe de “Gênesis” parecia estar mais preocupada com a mensagem bíblica do que com a qualidade artística da novela. O que se vê hoje, porém, é que é possível fazer uma coisa sem que a outra seja prejudicada. Há ainda, é verdade, uns poucos momentos em que o texto parece didático demais. No entanto, não chega a comprometer o conjunto da obra. Até a narração de Flávio Galvão, que faz a voz de Deus, tem sido usada estrategicamente em pontos importantes da trama, seja antecedendo-os ou logo em seguida a eles.

Uma característica boa das últimas fases de “Gênesis” é que a transição entre elas se deu de maneira muito natural. Afinal, desde “Ur dos Caldeus”, a quarta etapa, todos os protagonistas são descendentes uns dos outros. Terá, papel de Ângelo Paes Leme, era o pai de Abrahão, vivido principalmente por Zécarlos Machado, que era avô de Jacó, personagem de Miguel Coelho e Petrônio Gontijo, que é o pai de José, defendido por Juliano Laham. Ou seja, trata-se da saga familiar que se estende ao longo de séculos.

“Gênesis” se mostra mesmo uma superprodução. A aposta em efeitos especiais é alta – uns bons, outros nem tanto – e foram construídas oito cidades cenográficas para a trama. Isso sem contar em outras estruturas externas, para retratar acampamentos e vilarejos. O elenco é bastante numeroso – são mais de 250 pessoas, no total – e traz boas surpresas. Dos mais jovens aos mais experientes. Igor Cotrim, ator que pouco aparece em novelas, faz um belo trabalho na pele do explosivo Simeão, um dos irmãos de José.

O protagonista da vez é um ator que se tornou conhecido em 2016, quando fingiu ser um participante libanês para os confinados do “Big Brother Brasil 16”, na Globo. De lá para cá, ele já fez duas novelas na Globo, participou da série “Dom”, disponível no Prime Vídeo, da Amazon, e se afastou da “Dança dos Famosos” no ano passado, para retirar um tumor. O papel de José nem seria dele, inicialmente. O primeiro escalado foi Arthur Aguiar, que acabou sendo desligado do projeto e, então, substituído por Laham.

José foi vendido como escravo pelos irmãos ainda adolescente, quando tinha entre 17 e 18 anos, e aos 30 começou a servir ao faraó, rei do Egito. “José do Egito” já foi uma minissérie de sucesso da emissora. Na época, porém, dois atores foram escalados para interpretar o personagem: Ricky Tavares e Ângelo Paes Leme – ambos, curiosamente, também participaram de “Gênesis”, na quarta fase.

Na novela, é diferente: caberá a Laham viver o personagem nesses momentos distintos. Diante disso, é nítida a preocupação de seu intérprete em convencer na pele de um jovem ainda inexperiente. Suas reações, olhares e até o jeito de falar deixam essa ingenuidade juvenil bem marcada. Agora, resta ver como será sua interpretação nessa etapa mais madura e próspera do personagem.

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