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Câmeras e ideias

Nova série da Globo, ‘Amor e Sorte’ tem estreia prevista para 8 de setembro

Série dá o pontapé inicial nas produções dramatúrgicas gravadas 100% remotamente pela Globo

Por Caroline Borges / TV Press

28 de agosto de 2020, às 08h34

Em geral, uma produção audiovisual exige contato e aglomeração. A pandemia do novo coronavírus, no entanto, forçou o setor a repensar a forma como irá agrupar equipes em um set de filmagem. Enquanto não é possível reunir um grande número de pessoas em um mesmo espaço, a tecnologia vai se tornando a principal aliada de muitos profissionais.

A série “Amor e Sorte”, que tem estreia prevista para o próximo dia 8 de setembro, dá o pontapé inicial nas produções dramatúrgicas gravadas 100% remotamente pela Globo. Três dos quatro episódios da obra criada por Jorge Furtado são gravados única e exclusivamente pelos atores diretamente de suas casas.

“É um trabalho totalmente coletivo. Sou grato a todos que embarcaram nessa viagem, não sabíamos o que iria acontecer. Provocamos uma pequena aglomeração virtual. Se me dissessem que é um produto gravado nos Estúdios Globo com 100 pessoas, eu acreditaria. Estou muito feliz com os resultados que estamos alcançando”, explica Furtado.

Lázaro Ramos e Taís Araújo foram os primeiros a gravar a produção que reúne histórias sobre relacionamentos em tempos de isolamento social. Os dois serão protagonistas do episódio “Linha de Raciocínio”, assinado por Alexandre Machado.

Na trama, eles encarnam Cadu e Tabata, um casal confinado que, ao divergir sobre uma questão ideológica, chega a uma grande discussão matrimonial turbinada pelos nervos à flor da pele. “O trabalho fortalece a gente mutuamente. É um lugar forte da nossa relação. Fiquei feliz de ter contato com esse texto do Alexandre. Ele me fez redescobrir o prazer que tenho ao fazer comédia”, explica Taís, que teve algumas dificuldades para operar os equipamentos de gravação.

Experiência
Ao contrário da esposa, Lázaro já acumula experiências na direção. Por isso mesmo, ele divide a direção do episódio com Patrícia Pedrosa, diretora artística da série. Ainda assim, o ator precisou encarar 17 vídeos de tutoriais da equipe técnica ensinando como mexer no equipamento disponibilizado pela emissora para a gravação remota.

Ator precisou encarar 17 vídeos de tutoriais da equipe técnica ensinando como mexer no equipamento – Foto: Divulgação

“Eram vídeos longuíssimos, mas muito didáticos e muito bem preparados. Foi difícil porque é uma demanda muito diferente de quando trabalhamos com a equipe próxima. E, mesmo eu tendo experiência como diretor e estudado um pouco para exercer minha profissão, tudo era muito diferente. Os equipamentos que chegaram, a maneira de se relacionar e conversar com os técnicos, com o diretor de fotografia à distância, a gente teve de criar nosso próprio vocabulário para esse momento”, ressalta Lázaro.

O episódio da série é o primeiro trabalho de Machado após a morte prematura da esposa, Fernanda Young. O texto, inclusive, traz uma homenagem a Young no final. “Conhecer Fernanda foi a melhor coisa da minha vida. Em todos os sentidos. Amorosamente, profissionalmente, espiritualmente e existencialmente. Ninguém aproveitou mais a Fernanda do que eu. Foram 25 anos casados, muita sorte, realmente. Eu não seria 10% do que sou se não fosse por ela. Escrevi o texto para ela”, valoriza o autor.

Todo o episódio foi gravado sem que ninguém entrasse na casa do casal. No conforto do lar, eles receberam câmera, equipamento de som, de luz, os figurinos e os materiais de arte. “Nos primeiros dias, eu sofri muito por não poder estar no ‘set’ presencialmente. Foi um projeto leve, intenso, cansativo e muito prazeroso. É como se fôssemos músicos de uma orquestra entregando flauta, violino, piano, oboé, harpa, entre outros instrumentos, para trompetistas tocarem. Estamos descobrindo uma nova maneira de filmar”, aponta Patrícia.

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