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Entrevista

Gal Costa: ‘Temos mesmo que lutar’

Após gerar diferentes reações ao “reger” plateia que protestava contra Bolsonaro em show, Gal Costa traz nova turnê a Jaguariúna

Por Rodrigo Pereira

02 de agosto de 2019, às 07h52 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h21

Usar a arte como ato político não é novidade para Gal Costa. A cantora levantou a bandeira tropicalista durante a ditadura militar e viu colegas do movimento presos ou exilados. Já no ano passado, aderiu ao movimento #EleNão, contra o então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Agora eleito, ele foi alvo de um protesto durante um show da cantora no Festival de Inverno de Bonito, em Mato Grosso do Sul, no último sábado. O ato gerou repercussão nacional e diferentes reações.

Foto: Marcos Hermes / Divulgação
Ao LIBERAL, ela avaliou que País vive “momento complicado” e comentou as reinvenções no novo disco

Neste sábado, Gal traz a turnê a Jaguariúna, na Red Eventos. Ao LIBERAL, falou sobre as reinvenções apresentadas no novo trabalho, que passeia pelo soul e tem parceria com Marília Mendonça, além do momento político atual.

Sobre o que é “A Pele do Futuro”? Quais as mensagens, provocações e reflexões que estão nas linhas desse novo disco?

GAL COSTA: O álbum fala sobre muitas coisas, um repertório muito bonito, que escolhemos a dedo, eu e Marcus Preto [diretor artístico]. O show é um pouco mais amplo, passa por várias fases da minha carreira, desde o tropicalismo até agora, mas segue esse caminho do soul do meio para o fim. É um show com muitos hits e bom para dançar. Fico feliz que as pessoas tenham gostado tanto de “Palavras do Corpo” e “Sublime”, e também da música com Marília Mendonça. Só vi ótimas reações por minhas redes. Uso muito o Instagram e notei que meus fãs gostaram. E logo sai o DVD, que eu amei gravar.

Resgatar a disco music é uma forma de buscar a reinvenção?

GAL COSTA: Eu sempre sonhei em fazer um disco com essa sonoridade, de disco music. E, coincidentemente, meu filho adora esse tipo de música, a geração dele vem ouvindo muito também. A ideia era fazer um disco para qualquer pessoa, de qualquer idade ou preferência musical, até mesmo para aquelas pessoas que não me ouvem muito. Ele adorou porque é um disco jovem, comigo cantando de uma maneira nova.

Ao mesmo tempo, você mostra sintonia com a cena contemporânea brasileira, como em parcerias com Emicida a Marília Mendonça. Como avalia essa nova geração? O que tem ouvido deles?

GAL COSTA: Não tenho tido muito tempo para ouvir coisas novas, foi Marcus Preto [diretor artístico] que trouxe essas músicas para o repertório e eu amei gravá-las. Adoro ter gente nova por perto.

Você diz que o novo álbum é político e um vídeo no qual “rege” uma plateia protestando contra Bolsonaro gerou repercussão nesta semana. Que tipo de influência o momento político atual tem em seu trabalho e qual você acredita que deve ser o papel do artista nesse contexto?

GAL COSTA: Eu sempre disse o que pensava nos palcos, com a minha música e minha arte. Eu não votei nesse presidente e acho que estamos num momento muito complicado, onde temos mesmo que lutar contra o que achamos errado.

Acontece

Gal Costa se apresenta neste sábado, na Red Eventos (Avenida Antarctica, 1.530, Santa Úrsula, Jaguariúna). A casa abre às 21h e o show está programado para 23h. Os ingressos custam entre R$ 30 e R$ 220 e podem ser comprados em www.agoraingressos.com.br.

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