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Entrevista

Fresno mostra lado melancólico em SB

Líder da banda que fecha a Virada Cultural neste domingo fala sobre as inspirações do novo álbum e a saída de Esteban Tavares

Por André Rossi

07 de dezembro de 2019, às 06h30 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h18

Principal atração da Virada Cultural S. Bárbara, que acontece neste final de semana, a banda Fresno traz para Santa Bárbara d’Oeste a turnê do oitava álbum de estúdio, “Sua Alegria Foi Cancelada”. Os gaúchos sobem ao palco do CSU (Centro Social Urbano) neste domingo, às 18h, para encerrar o festival.

De tom melancólico e com mensagens mais diretas, o disco evidencia o crescimento da banda ao longo dos 20 anos de carreira, se distanciando do emocore que levou o grupo ao estrelato em 2008. Em entrevista ao LIBERAL, o vocalista e guitarrista Lucas Silveira explica que as composições do novo CD refletem o seu lado melancólico.

Foto: Divulgação
A Fresno em 2015, ano em que a banda percorreu o Brasil com turnê comemorativa de 25 anos

Entretanto, o músico considerou importante que pelo menos uma das 10 faixas trouxesse esperança. “Quando Eu Caí”, penúltima canção, soa como um respiro.

“Nós somos todos sobreviventes daquilo que nos aconteceu. Isso tem uma força muio grande com o público porque em qualquer momento da vida, em qualquer carreira que a pessoa tenha seguido, ela vai se sentir sobrevivente em relação a coisas que aconteceram com ela. É uma canção que celebra isso, de olhar pra trás e perceber que estamos aqui”, explicou Lucas.

Para o setlist da turnê, foram escolhidas canções que dialogassem com o novo trabalho, como “Absolutamente Nada”, de 2006. “Claro que vai ter uns momentos mais pra dentro. Tipo ‘Eu Sou A Maré Viva’, que é de uma das fases mais representativas da banda”, contou o guitarrista.

FATOR TAVARES

Depois de dois álbuns independentes, a Fresno lançou “Redenção” (2008) e “Revanche” (2010), ambos pela Universal, fase que ficou marcado pela ascensão do emo no País e por uma pegada mais pop na banda que até então não existia.

Parte dessa mudança sonora é atribuída a Esteban Tavares, baixista dos dois discos e que deixou a banda em 2012 para seguir carreira solo. Na sequência, a Fresno volta a ser independente e lança “Infinito”, pontapé para uma nova mudança de estilo.

Para Lucas, a saída de Tavares foi significativa. Além de centralizar novamente as composições, o vocalista sentia que precisava dar uma “resposta”.

“Porque eu percebia que o fã ficou muito desesperançoso em relação a banda quando o Tavares saiu, e foi um bagulho que foi muito ruim pra mim. Pra ele pode ate ter sido legal né, perceber a importância que ele teve ali, mas pra mim foi tipo bá, sério? Eu tava ligando para esse sentimento que foi muito ruim e até eu superar isso foram alguns anos até eu conseguir falar de outras coisas”, admitiu.

O lado pessoal presente nas letras deu lugar a discussões mais amplas, como no EP “Eu Sou A Maré Viva”, de 2014. “Eu me liguei que tem coisas ainda mais profundas fora de nós, de poder sentir raiva, sentir tristeza. Foi quando eu comecei a olhar mais as pessoas, ter mais empatia e até conseguir resolver coisas internas minhas”, afirmou Lucas.

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