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Música

Black Sabbath: meio século de heavy metal

Por Agência Estado

12 de fevereiro de 2020, às 07h15 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h17

Foi em uma sexta-feira, 13. Um disco com capa meio esquisita, mostrando uma figura disforme, que parecia uma bruxa ou uma assombração, lançado timidamente na Inglaterra. O nome do álbum era igual ao da banda – e da faixa de abertura: Black Sabbath. O mesmo título de um filme de terror de 1936 dirigido por Mario Brava. Formado por Ozzy Osbourne (voz), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria), o quarteto mudou a história do rock, dando origem a um novo gênero, que viria a ser conhecido como heavy metal.

O Black Sabbath trouxe um peso inesperado para a época em seu som, dando continuidade aos experimentalismos sonoros da psicodelia, mas contrapondo-se à sua estética colorida que pedia por paz e amor. Não que o Black Sabbath, chamado Earth em seus primórdios, não tenha começado como uma banda colorida de blues rock, como a maioria de seus companheiros na época. Mas seu visual macabro inspirou em grande medida a estética que viria a ser adotada pelo heavy metal como um todo.

A faixa-título do disco de estreia abria com o som de uma tempestade, o dobrar de sinos e um riff longo, grave, distorcido e arrastado. Suas três notas estavam dispostas em uma sequência conhecida na Idade Média como o “intervalo do Diabo”, algo que era terminantemente proibido pela Igreja de ser tocado.

Apesar de parecer um truque bolado para chocar, o próprio guitarrista admite, em sua autobiografia Iron Man, que a ideia não foi intencional. “Eu não fazia ideia, foi simplesmente algo que senti dentro de mim. Foi quase como se aquilo tivesse saído de mim à força, as coisas surgiam assim.”

O disco contava com faixas que viriam a se tornar clássicos da banda, como N.I.B, com seu riff pegajoso; The Wizard, com sua gaita amedrontadora, e Sleeping Village, contribuindo com o clima de terror. Também trazia dois covers: Evil Woman, do Crow, e Warning, do Aynsley Dunbar Retaliation.

Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, um dos principais grupos do metal contemporâneo, falou ao jornal O Estado de S. Paulo sobre a influência da banda: “Black Sabbath é tudo, todo o metal veio deles, mesmo sem saberem o que estavam fazendo”, analisa. “Por mais barulhenta e diferente que seja a banda, se ela é de metal, veio do Black Sabbath.”

Essa influência pode ser sentida na evolução de um dos subgêneros do metal, o stoner rock, que se inspira tanto no Sabbath – especialmente no disco Masters of Reality, ressalta Kisser – que até mesmo os nomes das principais bandas desse estilo remontam aos títulos de faixas do Sabbath, como Electric Wizard, Saint Vitus, Black Debbath…

O guitarrista do Sepultura, que está lançando um novo disco, considera ainda que a banda foi bastante experimental durante os anos 1970, mas com a saída de Ozzy do grupo, eles diversificaram seu som e se renovaram.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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