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Cultura

Morre o crítico paraibano Willis Leal

Por Agência Estado

07 de maio de 2020, às 12h36 • Última atualização em 07 de maio de 2020, às 15h37

Morreu, aos 83 anos, o crítico de cinema e agitador cultural paraibano Willis Leal. Criador da “Hollywood nordestina”, em Cabaceiras, onde foi filmado o Auto da Compadecida, entre outros filmes, Willis deixa algumas obras fundamentais sobre o cinema do seu Estado. Entre elas os dois volumes de Cinema Paraibano e o pequeno porém influente livro Introdução ao Cinema Nordestino, prefaciado por Jean-Claude Bernardet.

Esta pequena obra tem uma história interessante. Willis a escreveu e mandou os originais para Jean-Claude. Rigoroso e implacável, Bernardet a leu e mandou a Willis uma extensa carta, reconhecendo a importância do livro, porém fazendo uma série de reparos. Inteligente e permeável a críticas, Willis não se deu por achado e transformou a carta no prefácio ao livro.

Willis foi uma figura importantíssima na vida cultural paraibana. Jornalista, crítico de cinema e escritor, era figura ligada ao cineclubismo e ao turismo da cidade. No dizer do jornalista Sílvio Osias, do Jornal da Paraíba, “A Academia Paraibana de Cinema” não existiria sem Willis.

De espírito sempre jovem, Willis era figura incontornável nos debates do Fest Cine Aruanda. Era polêmico, incisivo, com ideias muito bem fundamentadas.

Tivemos o prazer de tê-lo como cicerone em visita à Roliúde Nordestina, em Cabaceiras, onde saboreamos uma boa carne de bode em sua companhia. Willis entendia de bodes e de filmes. E de muitas outras coisas também. Era arraigado a seu Estado, porém com alma profundamente universal. Um prazer conversar com ele. Fará muita falta à cultura brasileira e nordestina, em particular.

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