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Cinema

Morre Joel Schumacher, diretor de ‘Batman’

Por Agência Estado

23 de junho de 2020, às 07h07 • Última atualização em 23 de junho de 2020, às 11h44

O cineasta americano Joel Schumacher, diretor de filmes como Batman Eternamente (1995) e Batman & Robin (1997), morreu na segunda-feira, 22, aos 80 anos. O portal Wrap, citando seu representante, disse que Schumacher sofria de câncer (sem especificar), enquanto a revista Variety detalhou que ele morreu em Nova York, nos Estados Unidos.

Nascido em 1939, Schumacher estudou design de interiores e, logo na faculdade, teve sucesso como decorador das vitrines da loja de acessórios Henri Bendel. Ele iniciou sua carreira em Hollywood como figurinista, trabalhando no filme O Dorminhoco, dirigido por Woody Allen, em 1973. O passo seguinte foi escrever roteiros para longas como Car Wash: Onde Tudo Acontece, de 1976, e O Mágico Inesquecível, de 1978, a versão de Sidney Lumet para O Mágico de Oz, com Diana Ross e Michael Jackson, antes de fazer sua estreia na direção com a sátira estrelada por Lily Tomlin, de 1981, A Incrível Mulher que Encolheu.

Aos poucos, ele foi colecionando sucessos, especialmente com filmes direcionados ao público jovem, como O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas (1985), Os Garotos Perdidos (1987), clássico vampiresco teen com Corey Haim, Corey Feldman e Kiefer Sutherland, e Linha Mortal, de 1990, em que o diretor usou suas habilidades elegantes para trazer esse drama médico à vida de uma forma vibrante.

Com o Primeiro Ano…, aliás, que lhe rendeu um tremendo sucesso, nasceu o que foi logo chamado de Brat Pack, alcunha – que Schumacher não apreciava – para um conjunto de atores daquele filme e de outro, O Clube (1985) que logo se tornaram estrelas como Demi Moore, Rob Lowe, Ally Sheedy, Judd Nelson e Emilio Estevez, entre outros.

Nos anos 1990, Schumacher se tornou um dos diretores mais famosos de Hollywood, emendando uma série de sucessos de público (mas nem sempre de crítica), como Um Dia de Fúria, de 1993, Batman Eternamente, de 1995, Tempo de Matar, de 1996, Batman & Robin, de 1997, e 8 mm: Oito Milímetros, de 1999.

Schumacher dirigiu dois filmes com Julia Roberts, logo que virou estrela: Linha Mortal e Tudo Por Amor. Provocou polêmica com Um Dia de Fúria, em que Michael Douglas, como representante da maioria silenciosa, pega em armas contra imigrantes. E, nos dois filmes da série com o Homem-Morcego, escalou dois atores diferentes no papel, Val Kilmer e George Clooney. O mais notável, para muitos críticos, foi o fato de herói ter os mamilos definidos em seu disfarce – e, se Clooney chegou a afirmar que interpretava um personagem gay, Schumacher garantia que não tinha sido essa a condução de sua direção.

Em meados dos anos 1990, em visita ao Brasil, ele contou como, quando garoto, ficou marcado pela morte do pai. O tema da morte tornou-se obsessivo em seus filmes. Linha Mortal é sobre jovens que realizam experimentos sobre a vida após a morte. Tudo por Amor é sobre uma linda mulher (Julia) contratada para acompanhar um homem que está morrendo.

Schumacher era gay assumido, mas não ativista. Deu uma entrevista que repercutiu muito, dizendo que não entendia essa nova geração de gays que sonha levar a vida a dois, como casais héteros. Contabilizava ter tido entre 20 mil e 30 mil parceiros sexuais ao longo da vida. No Brasil, riu muito ao declarar que tinha sido necessário alargar o uniforme de Batman para que se ajustasse ao ator Val Kilmer. Não adiantou. Kilmer declarou recentemente que desistiu do papel porque achava o uniforme muito desconfortável.

Schumacher não era o que se poderia chamar de grande diretor, mas conheceu grandes sucessos. Fez duas eficientes adaptações da obra do escritor de best-seller John Grisham, O Cliente e Tempo de Matar. Dirigiu a adaptação do cultuado musical O Fantasma da Ópera, dividindo a opinião dos fãs, alguns insatisfeitos com suas decisões consideradas românticas demais.

Seus créditos mais recentes incluíram Tigerland – A Caminho da Guerra, de 2000 – que contou com uma atuação estrelada por Colin Farrell -, Por um Fio, de 2002, e Número 23, de 2007.

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