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Cultura

José Júnior se empolga com a exibição de ‘Arcanjo Renegado’ na TV aberta

José Júnior se prepara para a segunda temporada de “Arcanjo Renegado”, que teve de ser adiada por conta da quarentena

Por Geraldo Bessa / TV Press

16 de fevereiro de 2021, às 07h22

O poder de argumentação de José Júnior é inegável. Fundador do Grupo Cultural AfroReggae e histórico mediador de conflitos entre o morro e o asfalto, foi no audiovisual que ele achou a ferramenta perfeita para propagar suas ideias e referências.

Um dos frutos mais nobres desse investimento é a série “Arcanjo Renegado”, realizada em parceria com a plataforma Globoplay. O sucesso no “streaming” acabou fazendo a produção entrar também na grade da Globo, onde vem sendo exibida nas noites de quinta.

José Júnior começou a produzir cultura como “promoter” de festas no centro da capital carioca – Foto: Divulgação

Natural do Rio de Janeiro, José Júnior começou a produzir cultura como “promoter” de festas no centro da capital carioca. Em meados dos anos 1990, disposto a criar formas de educar jovens, descriminalizar a arte que vem das ruas e difundir a cultura africana presente na sociedade brasileira, criou o AfroReggae.

O projeto nasceu como oficinas de reciclagem de lixo, percussão e dança dentro da favela de Vigário Geral e hoje é uma potente produtora audiovisual, responsável por títulos como “Conexões Urbanas”, “No Rastro do Crime” e “A Divisão”, entre outros.

No momento, José Júnior se prepara para a segunda temporada de “Arcanjo Renegado”, que teve de ser adiada por conta da quarentena. O roteiro está em fase de finalização.

Você já tinha abordado o caos da segurança pública em “A Divisão”. Você teve algum cuidado para que “Arcanjo Renegado” não soasse mais do mesmo?

São projetos que acontecem no mesmo universo, com pegada bem realista e que passam a mensagem de que, em prol de algo maior, pessoas diferentes, muitas vezes, precisam se conectar. “A Divisão”, por exemplo, é uma série de época que conta uma história baseada em fatos reais de como acabou a onda de sequestros ocorridos no Rio de Janeiro, no final dos anos 1990. Neste contexto, tive de respeitar cronologia, personagens e situações bem definidas. Já “Arcanjo Renegado”, mesmo que tenha um contexto realista, me deu a liberdade de trabalhar arquétipos dramatúrgicos dentro de uma história de ficção.

“Arcanjo Renegado” fez sua estreia na tevê aberta. Quais os principais atrativos da série para conquistar um público mais abrangente?

É uma história muito brasileira, que fala das nossas contradições cotidianas e do perigo que é olhar só para um lado e não entender as atrocidades que acontecem no país. Com essa série, quero retratar os benefícios de se conviver com pessoas que pensam diferente umas das outras.

Como isso é abordado?

A série é a história de um policial do Bope, um sargento, que perdeu os pais muito cedo: o pai, vítima da violência, a mãe, morreu de câncer. Ele tem uma irmã e os dois cresceram um cuidando do outro. Em função dessas perdas, e por ter um olhar extremamente equivocado da sua própria instituição e da sociedade fluminense, ele é um ser com uma visão de correção deturpada. Isso muda quando o caminho dele cruza com o do jornalista Ronaldo Leitão (Álamo Facó), um sujeito mais humanista e que entende melhor os meandros da política.

Como criador de “Arcanjo Renegado”, qual sua área de maior envolvimento dentro da série?

Estou sempre me intrometendo em tudo. Escolhi e fiz conexões muito boas para que a série ganhasse vida. Chamei o Heitor (Dhália) para dirigir e me cerquei de roteiristas que confio para transformar a história que estava na minha cabeça em uma série de 10 episódios consistentes e coerentes. No entanto, acho que minha maior contribuição neste trabalho foi a escolha do Marcello (Melo Jr) como protagonista.

Como assim?

Eu tinha o personagem pronto na minha mente. Quando vi o teste do Marcello, eu sabia que ele seria perfeito para o papel. Ficamos próximos e uma amizade muito legal surgiu desse processo de composição, onde mostrei para ele a minha visão sobre o Mikhael e ele também trouxe referências próprias.

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