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Televisão

Jorge Furtado e seus projetos diversos

Roteirista de sucessos da Globo, ele mergulha no universo de Domingos Oliveira em “Todas as Mulheres do Mundo”

Por TV Press

25 de junho de 2020, às 15h15

Jorge Furtado está sempre pensando em algum projeto novo. Entre filmes mais conceituais e séries televisivas para as massas, a cabeça do roteirista e diretor parece sempre disposta a inovar e diversificar. Basta observar seus mais recentes projetos na Globo: o drama médico “Sob Pressão” e a comédia “Mister Brau”.

Agora, em “Todas As Mulheres do Mundo”, Furtado faz uma grande homenagem ao dramaturgo Domingos Oliveira, seu amigo de longa data – que faleceu em março de 2019 -, em um projeto que demorou cerca de uma década para sair do papel.

A estreia de Jorge Furtado foi no início dos anos 1980, como repórter e produtor da extinta TVE do Rio Grande do Sul – Foto: Divulgação / TV Globo

“Nossas agendas se desencontraram. Mas fico muito feliz de lançar essa série e resgatar a obra do Domingos para o Brasil de hoje. Demorou, mas acredito que fizemos o nosso melhor “, valoriza.

Gaúcho de Porto Alegre, Furtado já fez de tudo um pouco na tevê. Sua estreia foi no início dos anos 1980, como repórter e produtor da extinta TVE do Rio Grande do Sul. No final da década, entretanto, muito envolvido com a sétima arte, acabou sendo um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, onde começou a dar seus primeiros passos como diretor e roteirista.

Nos anos 1990, sua assinatura acabou chamando a atenção da Globo, onde escreveu sucessos como “Agosto”, “A Comédia da Vida Privada” e “Memorial de Maria Moura”. Sem deixar a carreira de cineasta de lado, Furtado começou a ser um dos principais criadores da emissora e, ao lado de parceiros como Guel Arraes e João Falcão, realizou títulos como “A Invenção do Brasil”, “Doce de Mãe” e “Nada Será Como Antes”.

Aos 60 anos, ele estreou em uma produção original Globoplay com “Todas As Mulheres do Mundo” e se mostra um entusiasta do “streaming”. “Tudo no audiovisual me interessa. O Globoplay é mais uma janela de trabalho. Gosto dessa história de ver a série toda, maratonar. Aliás, tenho feito muito isso nesta quarentena”, ressalta.

Envolvido em sucessos como “Doce de Mãe” e “Sob Pressão”, você é um dos criadores mais prolíficos da Globo. Como esses projetos chegam até você?

Jorge Furtado
Cada caso é um caso. Normalmente, a emissora faz encomendas de acordo com pesquisas de público. Mas também tenho liberdade de propor projetos e parcerias. “Doce de Mãe”, por exemplo, é uma série muito autoral, feita em parceria com a Casa de Cinema de Porto Alegre. “Mister Brau” surgiu da vontade de trabalhar com o Lázaro (Ramos) e a Taís (Araújo). Já “Sob Pressão” é uma parceria da Globo com a Conspiração Filmes. Gosto desse diálogo entre a tevê e o cinema.

“Todas As Mulheres do Mundo” se encaixa nesse diálogo?

Jorge
Sim, pois é baseado no filme de 1964 pelo qual sou apaixonado. Mas a série vai além e se propõe a fazer um apanhado da carreira do Domingos Oliveira como realizador.

A série demorou cerca de uma década para sair do papel. O que aconteceu?

Jorge
São apenas questões de agenda. Fui amigo do Domingos por muitos anos. Lá por 2010, nos encontramos e falei que adoraria fazer uma série junto com ele. O tempo passou, me envolvi em outros projetos e ele também. Em 2018, em uma conversa informal com a Maria Ribeiro, ela me disse que Domingos ainda estava interessado em trabalhar comigo. Foi aí que sugeri à Globo a comprar os direitos de algumas obras dele e começamos a mexer no texto.

Como a morte de Domingos (em março de 2019) afetou a produção?

Jorge
Durante o processo de pré-produção, ele já estava bem doente e foi internado. Claro que a equipe e o elenco ficaram abalados, mas acho que também teve um sentimento coletivo de fazer dessa série uma grande homenagem a tudo que ele realizou em vida. Gosto muito do resultado e acho que, em tempos de quarentena, é uma série que celebra o amor e o fato de se estar vivo. Pode fazer muito bem ao público.

Com os trabalhos paralisados no Estúdio Globo, como anda sua rotina e quais projetos tiveram de ser pausados por conta da pandemia?

Jorge
A terceira e a quarta temporada de “Sob Pressão” vão demorar um pouco mais a chegar ao público. Assim que as questões sobre o Coronavírus começaram a ficar mais sérias, deixei o Rio de Janeiro e me isolei em casa, em Porto Alegre. Agora, é o momento de todos os autores e diretores pensarem em novas propostas para quando os estúdios voltarem a funcionar. Não tenho conseguido ler muita coisa, mas estou colocando as séries em dia e, inevitavelmente, novas ideias estão surgindo.

“Todas As Mulheres do Mundo” – Globoplay – 12 episódios disponíveis.

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