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Entrevista

Jayme Monjardim celebra temática atual de ‘Flor do Caribe’

Monjardim ressalta a importância da troca em cena com os atores e, principalmente, da ligação especial que construiu com o elenco

Por Caroline Borges / TV Press

26 de outubro de 2020, às 07h50 • Última atualização em 26 de outubro de 2020, às 07h51

Para Jayme Monjardim, há histórias que se perpetuam no tempo. À frente dos trabalhos de “Flor do Caribe”, que voltou ao ar recentemente em edição especial, o diretor ressalta como enredos de amor e aventura podem ser contados e recontados inúmeras vezes.

Com as praias do Rio Grande do Norte como cenário, o folhetim assinado por Walther Negrão apresenta a trajetória de encontros e desencontros de Ester e Cassiano, interpretados por Grazi Massafera e Henri Castelli.

“Foi incrível! Um trabalho feito com muito amor e carinho. A proposta era trazer de novo o litoral brasileiro, um pouco de leveza, histórias apaixonantes, muita ação e aventura. Essa trama chega ao ar num momento muito especial, em que todos nós precisamos de um refúgio, de assistir a coisas alegres. Fiquei muito feliz quando soube que ‘Flor do Caribe’ tinha sido escolhida para voltar”, valoriza.

Aos 64 anos, Monjardim ressalta a importância da troca em cena com os atores e, principalmente, da ligação especial que construiu com o elenco ao longo do trabalho. “Sou um diretor apaixonado pelos meus atores. Sou muito entregue a eles. É uma troca constante e isso é muito importante. Principalmente para um diretor que não é ator. Eu morreria de vergonha de ficar na frente de uma câmera”, explica Jayme, que se tornou avô recentemente.

A filha mais velha do diretor, Maria Fernanda, deu à luz Flora no último dia 20. Além disso, Jayme Matarazzo, o segundo filho de Monjardim, também anunciou que será pai. “Vou ser vovô Monja”, brinca.

Monjardim ressalta a importância da troca em cena com os atores – Foto: Globo / Divulgação

“Flor do Caribe” foi originalmente exibida em 2013. Na sua opinião, a trama da novela é atual?

Essa história não envelheceu nem um pouco. Todo enredo de romance e aventura não envelhece nunca. Não há nenhum tema em “Flor do Caribe” que tenha ficado para trás. Tirando a cidade de Antígua, na Guatemala, não há nada de velho na novela (risos). Acho que esse projeto volta em um momento muito especial. Estamos precisando de um respiro, histórias de amor e aventura. “Flor do Caribe” tem tudo isso. Estou feliz com essa reprise e acho que a novela vem mais forte do que no lançamento original.

A novela contou com gravações na Guatemala. Como foi esse processo de seleção das locações?

A Guatemala foi um verdadeiro achado, encontramos locais incríveis. Mas não foi fácil fazer novela por lá. Foi uma gincana esse processo de organização e logística. Teve essa coisa de a gente ir para a Guatemala, um cenário novo, inédito e diferente. Foi superbacana porque lá a gente descobriu uma Guatemala que eu nunca pensei que pudesse existir, um lugar tão incrível e a gente realmente fez cenas maravilhosas. E depois, pegar todo o Nordeste, e fazer em Natal uma das coisas mais lindas que a gente conseguiu fazer. Aquelas jangadas, aquele colorido, ficou muito bacana, muito legal. O Rio Grande do Norte é um lugar mágico e acho importante mostrar isso nesse momento.

Como assim?

Eu sou um entusiasta do Brasil que o Brasil não conhece. O Brasil é muito pouco conhecido pelos brasileiros. Os brasileiros têm muito o sonho de ir para Miami, mas não sabem que o Brasil é lindo demais. A novela também é muito atual nesse tema. Essa brasilidade. Acho que a pandemia vai fazer com que os brasileiros queiram conhecer mais o Brasil.

Antes dos trabalhos engrenarem nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, você deu início às gravações na Guatemala e no Rio Grande do Norte. De que forma isso influenciou no trabalho da novela?

Toda vez que temos uma viagem em um projeto, eu proponho de começar pela viagem. A viagem vem para consolidar o nosso trabalho, nossa relação e amizade. A gente forma uma família. Afinal, a gente passa muito tempo junto. E tem de ser assim mesmo. Fazer uma novela é muito difícil. É um trabalho intenso conceituar, implantar e manter seis capítulos no ar por semana. A viagem faz com que a gente ganhe um corpo único. Isso é importante para passar por esse ano, que é o tempo mínimo de uma novela.

Antes das medidas de isolamento social, você estava envolvido nas gravações da série “O Anjo de Hamburgo”, que narra a história de Aracy de Carvalho, brasileira que salvou a vida de centenas de judeus na Alemanha. O que pode adiantar desse projeto?

Aracy é pouco conhecida no Brasil e em geral, as pessoas se lembram dela como a esposa do escritor Guimarães Rosa. Esperamos que, com cuidado e respeito, possamos mostrar a mulher por quem ele se apaixonou quando viveu na Alemanha, ocupando o cargo de cônsul-adjunto. Uma mulher inteligente, empática, batalhadora e que não cruzou os braços diante do que via ao seu redor. Uma verdadeira heroína que nunca quis publicidade para seus feitos.

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