29 de março de 2024 Atualizado 10:41

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Televisão

Há 35 anos, segunda versão de “Selva de Pedra” reverenciava Janete Clair

De olho na audiência, versão de 1986 trazia diversas novidades em relação à produção original, de 1972

Por TV Press

28 de fevereiro de 2021, às 10h00

O êxito de algumas novelas vira parâmetro para outras. Por isso, nada mais óbvio do que reapresentar a trama de forma atualizada e acreditar no saudosismo do público para ter uma boa audiência. De olho na repercussão da novela original de 1972, a Globo decidiu fazer em 1986 um remake do folhetim original de Janete Clair, “Selva de Pedra”. Embora o tempo entre as duas produções não fosse grande, a primeira versão foi veiculada em preto e branco, o que já garantiria ar de novidade ao projeto.

Destaque da novela era personagem de Christiane Torloni, a vilã dark Fernanda – Foto: Divulgação

“A novela veio depois do imenso sucesso de ‘Roque Santeiro’. A emissora queria manter a audiência do horário e homenagear a autora que tinha falecido há pouco tempo”, lembra Dennis Carvalho, diretor geral da segunda versão, que assumiu o posto após as saídas de Walter Avancini e de Daniel Filho. Baseada no romance

“Uma Tragédia Americana”, de Theodore Dreise, o texto original de Janete ficou sob a responsabilidade de Regina Braga e Eloy Araújo, que pouco modificaram o enredo de amor e vingança protagonizado por Tony Ramos, Fernanda Torres e Christiane Torloni. “Era um triângulo amoroso extremamente forte e misterioso. Os três tiveram atitudes bem duvidosas e tinha esse jogo de brincar com o público sobre os limites éticos dessas personagens tão bem construídas pela Janete”, elogia Torloni.

Na trama, Cristiano Vilhena, papel de Tony Ramos, é um jovem do interior que chega ao Rio de Janeiro fugindo da acusação de um crime que não cometeu. Na fuga, ele é acompanhado pela artista plástica Simone, de Fernanda Torres, a única pessoa que confira em sua inocência. Tudo vai bem até que a ambição de Cristiano fala mais alto, depois de conhecer a dondoca Fernanda, de Christiane Torloni.

Nessa versão, Fernanda Torres interpretou Simone, que antes tinha sido vivida por Regina Duarte – Foto:

Deslumbrado com um mundo de riquezas, ele decide se livrar de tudo que remeta a seu passado. “Ele vai até as últimas consequências para chegar ao topo. Para se casar com a Fernanda, ele se junta ao Miro e planeja a morte da Simone. É um vilão que a sociedade hipocritamente perdoou”, explica Tony, referindo-se ao acidente de carro que supostamente mata Simone, montado pelo malandro Miro, de Miguel Falabella.

A grande virada da história acontece quando, com sentimento de culpa, o protagonista abandona Fernanda no altar e Simone ressurge com uma nova identidade: a bem-sucedida artista plástica Rosana Reis. “Era uma personagem muito misteriosa e que deu muito trabalho. Foi a última novela que fiz. Nesta época eu estava mais envolvida com o cinema”, admitiu Fernanda Torres. A atriz confessa que foi uma protagonista indisciplinada.

BASTIDORES

Mas outros acontecimentos também tumultuaram os bastidores de “Selva de Pedra”, como a entrada de Dennis Carvalho na direção. A novela ficaria sob a batuta do diretor da versão original, Walter Avancini. Mas, depois dos primeiros 20 capítulos já gravados, Avancini foi chamado para outros trabalhos na emissora.

Com isso, Daniel Filho entrou no páreo, mas não também não pode tocar os trabalhos nos bastidores. O cargo de diretor sobrou para Dennis que assumiu e fez algumas modificações nos planos iniciais. “Dirigir atores sempre foi o meu foco. Muitos personagens mudaram suas nuances e troquei alguns nomes do elenco. A novela precisava de um ar mais solar. Tudo estava denso demais e o público estranhou bastante”, justifica Dennis.

Entre as alterações, o diretor dispensou a atriz Silvia Bandeira, inicialmente a intérprete de Laura, e deu a personagem para Maria Zilda Bethlem.

Publicidade