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Música

‘Grandes Encontros da MPB’ traz canções de várias épocas

Por Agência Estado

21 de novembro de 2019, às 08h00 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h19

Quando se espera uma voz feminina para cantar Beatriz (Chico Buarque / Edu Lobo), surge a interpretação perfeita de Thiago Machado. Da mesma forma que a lembrança traz uma voz masculina para London London (Caetano Veloso), é a entonação rasgada de Julia Gorman que invade o palco – Grandes Encontros da MPB, o Musical promove constantes surpresas na plateia.

“Buscamos características específicas de cada um do elenco quando fizemos a seleção dos intérpretes”, conta o diretor Sérgio Módena. “Beatriz, por exemplo, é uma canção muito difícil de se cantar, um desafio que sabíamos à altura do Thiago. E a Júlia tem a melancolia necessária para traduzir o difícil momento que Caetano e Gil vivia no exílio em Londres.”

O espetáculo – que nasceu de uma ideia de Aniela Jordan, uma das sócias da produtora da peça, a Aventura – começa com um grupo de contadores de histórias que se reúne em uma festa. A partir daí, eles se revezam em lembrar casos ilustrados por músicas que traduzem com exatidão o momento em que foram criadas. “Por isso, é um show teatralizado, uma proposta de encenar esse cancioneiro a partir de imagens que nos vieram à mente durante os ensaios”, explica Módena. “Há momentos em que a narrativa é mais teatral.”

A peça começa com o elenco apresentando Festa da Música, homenagem de Gabriel, o Pensador a artistas de todos os gêneros da música brasileira. Em seguida, começa o passeio histórico com Proibido Fumar, de Roberto e Erasmo, trazendo o público para os anos 1960 e a Jovem Guarda. “É nessa época que nasce o conceito de MPB”, conta o autor do texto do musical, Pedro Brício. “Esse multiplicidade é mostrada com exemplos de samba, bossa nova, o rock dos anos 1980 e outros.”

Nesse início, é destacada a frutífera parceria que Vinicius de Moraes estabeleceu com alguns de seus pares, mostrada em clássicos como Se Todos Fossem Iguais a Você e Garota de Ipanema (criadas com Tom Jobim), Sei Lá (Toquinho) e Canto de Ossanha (Baden Powell). “Não são apresentados retratos desses artistas, mas como suas canções traduzem a atmosfera de uma época”, observa Módena.

Em seu passeio melódico, o musical traz momentos preciosos, verdadeiros marcos da criação artística nacional. Como a homenagem a João Gilberto, morto em julho deste ano: depois de uma pungente interpretação de Desafinado (Jobim e Newton Mendonça) e Chega de Saudade (Jobim e Vinicius), um violão é deixado sobre um cadeira, iluminado por uma luz melancólica.

Outro grande momento é a homenagem à sacudida promovida pelas bandas surgidas nos anos 1980, no medley iniciado por Esse Tal de Roque Enrow (Rita Lee e Paulo Coelho). Em sua reta final, o espetáculo mostra o vigor da música pernambucana nos anos 1990, com Chico Science à frente (com Da Lama ao Caos) até chegar aos dias atuais, quando Franco Kuster e Thiago Machado interpretam Flutua, marca hoje do encontro com beijos entre Liniker e Johnny Hooker.

GRANDES ENCONTROS DA MPB, O MUSICAL
TEATRO RAUL CORTEZ. RUA DOUTOR PLÍNIO BARRETO, 285. TEL.: 3254-1700. 5ª, 21H. 6ª, 21H30. SÁB., 18H E 21H. DOM., 18H. R$ 25 / R$ 45. ATÉ 22/12
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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