Na região
Folia de Reis precisa dos jovens para sobreviver
Os grupos que ainda resistem na região, iniciam ações para passar às próximas gerações a beleza da dança e da música
Por Débora de Souza
05 de janeiro de 2020, às 08h39 • Última atualização em 05 de janeiro de 2020, às 09h20
Link da matéria: https://liberal.com.br/cultura/folia-de-reis-precisa-dos-jovens-para-sobreviver-1129713/
A Folia de Reis (ou Folia de Santos Reis) surgiu em Portugal, segundo a maioria dos historiadores. A tradição atravessou o Oceano Atlântico com os jesuítas e portugueses e se instalou no Brasil Colônia ainda no século 16, sendo continuada em tempos recentes pela iniciativa de pequenos grupos como as Companhias Estrela de Belém, em Santa Bárbara d’Oeste e Companhia Rosa dos Anjos, de Hortolândia.
Em ambas, a “folia” é realizada por cerca de 20 pessoas, tendo o mestre à frente levando a bandeira dos Santos Reis, seguido por cantores e músicos que fazem a saudação às famílias com cânticos sobre o nascimento do menino Jesus e a visita dos três reis magos: Belchior, Gaspar e Baltazar.
A bandeira é o principal símbolo da festa. De acordo com Inácio Luiz Souto, o Mestre Inácio, da Cia Estrela de Belém, a bandeira representa o manto dado por Nossa Senhora aos três reis, em retribuição aos presentes trazidos para celebrar seu bebê.
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“No caminho, eles perceberam que estava estampada a figura deles com a Sagrada Família. Eles levaram esse manto para todas as casas que encontraram no caminho, anunciando o nascimento do salvador, e prometeram que, assim que chegassem em casa, dariam uma festa. As pessoas os seguiram até o destino levando prendas e, quando chegaram, fizeram a maior festa”, conta mestre Inácio, há 40 anos no grupo.
À visita da bandeira é atribuída a graças alcançadas como a cura da esposa de Inácio, que voltou a cantar no grupo, sem sequelas, após cirurgia delicada na garganta. “A bandeira é a representação do manto de Nossa Senhora que guardou o menino Jesus. Feliz daquele que recebe a bandeira em casa, que a toca, pois acreditamos que será abençoado”, afirma.
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Novos adeptos. Apesar da fé, manter a tradição se faz uma tarefa difícil aos grupos. Atrair a atenção dos jovens, bem como trazer novos adeptos à Folia de Reis, será a missão da Cia Rosa dos Anjos para este ano, segundo Francisco Aparecido Borges, o Mestre Chiquinho.
Em março será aberta a formação para novos cantores e músicos no Centro de Memória de Hortolândia Professor Leovigildo Duarte Júnior (a Estação Jacuba), em Hortolândia. “Serão aulas de violão e viola já pensando na próxima Folia de Reis”, diz ele.
A ideia é que as aulas comecem na primeira semana de março com encerramento previsto para o mês de junho. Interessados podem entrar em contato pelos telefones 3865-2678 e 99301-7797 (Whatsapp).