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Elizabeth Bishop

Flip sinaliza que pode rever homenageada

Escolha de Elizabeth Bishop provocou críticas por seu posicionamento simpático ao golpe militar, definido por ela como uma “revolução rápida e bonita"

Por Marina Zanaki

03 de dezembro de 2019, às 21h09 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h10

A organização da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) divulgou que está “ouvindo e pensando” em relação à rejeição da poetisa Elizabeth Bishop como homenageada da edição 2020.

Anunciada no dia 25 de novembro, a escolha provocou diversas críticas nas redes sociais vindas de leitores, editores e escritores. Isso ocorreu por Elizabeth Bishop ser a primeira autora estrangeira a ser homenageada pelo evento e, principalmente, por seus posicionamentos políticos.

A autora definiu o golpe militar de 1964 como uma “revolução rápida e bonita”. A escolha de Bishop se agrava, na visão dos críticos, por tratar-se de um momento no qual há declarações de membros do Planalto a favor da ditadura.

Em nota divulgada nesta terça-feira (3), a Flip disse que a escolha do autor nunca é unanimidade e que a boa polêmica “faz parte do espírito da festa”. “No entanto, a campanha lançada contra a poeta nas redes sociais logo após o anúncio foi bastante expressiva e chamou nossa atenção e escuta. Estamos ouvindo as manifestações de todos e pensando em seu significado com a serenidade que essa questão merece”, declarou a organização.

A Flip ainda destacou que a escolha da autora ocorreu por sua relevância para o Brasil e para a literatura. “No mais, entendemos que ambiguidades e contradições são constitutivas de todo artista, fazem parte da condição humana e devem ser debatidas e criticadas na medida de sua relevância para a compreensão das obras de arte”, finalizou.

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