Ingrediente a mais
Felipe Bronze comanda a segunda temporada de ‘Top Chef Brasil’
Após três meses de pausa por conta do coronavírus, as gravações foram retomadas no último dia 25 de julho
Por Caroline Borges / TV Press
15 de agosto de 2020, às 11h38 • Última atualização em 16 de agosto de 2020, às 12h09
Link da matéria: https://liberal.com.br/cultura/felipe-bronze-comanda-a-segunda-temporada-de-top-chef-brasil-1283723/
A pandemia do novo coronavírus trouxe inúmeras incertezas e complexidades para o universo da tevê. Quando as primeiras medidas de isolamento social foram anunciadas, Felipe Bronze foi forçado a interromper as gravações da segunda temporada do “Top Chef Brasil”, da Record.
Inicialmente, diversas dúvidas rondaram o futuro do “talent show” e a cabeça do “chef” de cozinha. Mas, com a retomada dos trabalhos confirmada, Bronze percebeu que o retorno aos estúdios poderia trazer um ingrediente extra ao programa.
“Foi uma situação totalmente inédita. Gravamos cinco episódios antes da pandemia. Agora, temos os participantes com novas histórias por conta da pandemia. O setor de restaurantes sofreu muito. Mais do que nunca, é extremamente importante vencer o programa”, defende.
Após três meses de pausa, as gravações foram retomadas no dia 25 de julho, seguindo os rigorosos protocolos de segurança de combate à covid-19. A produção comandada por Bronze reúne 14 cozinheiros profissionais de olho no prêmio de R$ 300 mil e no título de o mais novo “Top Chef Brasil”. Em 12 episódios, os participantes precisam mostrar suas habilidades na cozinha e ter jogo de cintura para encarar o confinamento da mansão “Top Chef”.
O “Top Chef” chegou a gravar cinco episódios antes da paralisação em virtude da pandemia do novo coronavírus. De que forma essa pausa influenciou na dinâmica da retomada das gravações?
Quando começamos a gravar a temporada, o mundo era outro. Hoje temos uma situação completamente diferente. Essa interrupção fez com que a competição voltasse pegando fogo e mais acirrada. Como todos sabem, o setor de restaurantes passa por um momento delicado. Ganhar o “Top Chef” é uma oportunidade imensa na vida dessas pessoas. O “Top Chef” tem uma particularidade porque mostra o mundo antes e depois da pandemia.
Como assim?
Como a gente gravou alguns episódios ainda sem a pandemia e retoma com tudo diferente, isso gera uma situação dramatúrgica enorme para o programa. A vida desses competidores mudou, a nossa vida mudou. Tem gente que era bem-sucedida em seu restaurante e, de repente, pode ter fechado. Morava em um lugar e vai ter de mudar para outro. Ganhar o “Top Chef” passou a ser não só uma honraria, mas uma questão de sobrevivência, uma chance de voltar ao mercado, mostrar seu trabalho.
Ao contrário de outras competições, o “Top Chef” mantém os participantes confinados durante as gravações. Como esse detalhe influencia na cozinha?
Acho que tem o poder de azedar um pouco as relações na cozinha. Tem muita gente que fica amiga dentro da casa e isso, para mim, é uma contradição porque o título de “Top Chef” é apenas para uma pessoa. Mas o bom do confinamento é mostrar as pessoas saindo da pressão das provas e como elas levam isso para a casa. A compreensão do ser humano por trás do cozinheiro profissional.
Você sentiu alguma influência do programa no movimento de seus restaurantes?
A tevê aberta é um tiro de canhão. É uma lupa tremenda no universo da divulgação. No meu restaurante mais estrelado, o Oro, não senti uma mudança muito grande. É um local pequeno e tem uma movimentação bem uniforme. No Pipo, que é mais casual, vem muita gente querendo entender as ideias que são faladas no programa. Depois que provam os pratos, compreendem melhor o conceito de acidez ou textura. É um contato direto com o público. É muito legal entregar os pratos para as pessoas que assistem ao programa. Tudo isso pensando em período de pré-pandemia, claro.