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Cultura

Espaço Itaú de Cinema fecha salas em Salvador, Curitiba e Porto Alegre

Por Agência Estado

16 de setembro de 2021, às 17h42 • Última atualização em 16 de setembro de 2021, às 18h27

O Espaço Itaú de Cinema anunciou nesta quinta-feira, 16, o fechamento das salas de Salvador, Curitiba e Porto Alegre. Segundo comunicado da rede, todas vinham operando com taxa de ocupação inferior a 20% desde 2019. As três unidades de São Paulo (Augusta, Frei Caneca e Shopping Bourbon), Rio de Janeiro e Brasília permanecem funcionando.

Com a nova configuração, a rede passa a contar com cinco complexos e 40 salas. São 25 em São Paulo, nove em Brasília e seis no Rio de Janeiro. Deixam de integrar a rede 17 salas: quatro em Salvador, cinco em Curitiba e oito em Porto Alegre.

“Com menos salas, será mais fácil incentivar uma programação diferenciada, apostando mais em mostras, pré-estreias, sessões de debates”, observa Bia Schmidt, diretora administrativa do espaço Itaú. “O espaço físico cinema ainda é muito importante para a rede – só não continuamos com aquelas salas por baixa frequência.”

Com menos salas para administrar, a rede vai intensificar a difusão digital por meio da parceria com a plataforma de streaming Itaú Cultural Play, que oferece programação gratuita de filmes e audiovisuais na web. “Hoje a plataforma contempla 175 títulos dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal”, diz o comunicado. “A participação do Espaço Itaú de Cinema no mundo digital deverá ser intensificada com o tempo, ampliando a oferta tanto de filmes quanto de mostras e festivais para todos os cantos do País.”

A decisão da rede despertou críticas, como a do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. “Lamentável a decisão do Itaú de fechar o Glauber Rocha, único cinema de rua de Salvador”, escreveu ele, em sua conta no Twitter. “Para além dos interesses econômicos, os bancos precisam ter compromisso social e cultural, que o Itaú decide deixar de lado. Infelizmente, o banco está virando as costas para a cultura da cidade.”

A história da rede Itaú de cinemas começou em 1993, quando foi criado o Espaço Banco Nacional de Cinema, em São Paulo, na Rua Augusta, ocupando o local onde funcionou o cine Majestic.

Eram três salas comandadas pelo então cineclubista Adhemar Oliveira, cuja ação transformou completamente a visão do paulistano em relação ao cinema – se, até então, filmes americanos praticamente dominavam o mercado, o Espaço se tornou reduto pra novas cinematografias, ampliando o gosto do público. O sucesso ajudou também a revitalizar a área. Com a falência do Banco Nacional em 1995 e sua absorção pelo Unibanco, a rede de cinemas foi incorporada pelo Instituto Moreira Salles.

Até o Unibanco ser incorporado pelo Banco Itaú, foram inaugurados diversos complexos em diversas cidades. E, a partir de 2010, a antiga marca Unibanco Cinemas foi sendo progressivamente extinta, cedendo lugar ao atual Espaço Itaú de Cinemas. “Temos particular carinho pelas salas de rua, como as da Augusta, em São Paulo, e em Botafogo, no Rio”, comenta Bia. “Sempre terão nosso apoio, ao mesmo tempo em que investimos no digital: o streaming não vai substituir o cinema”, comenta Bia.

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