18 de abril de 2024 Atualizado 22:58

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Resenha

‘Escolinha do Professor Raimundo’ diverte ao recorrer ao EAD

Espirituosa e realmente divertida, a “nova” versão do programa equilibra o jogo entre passado e presente

Por Geraldo Bessa / TV Press

25 de outubro de 2020, às 08h02

O “remake” da “Escolinha do Professor Raimundo” cresceu. Coprodução entre o Viva e a Globo, o humorístico foi revisitado, em 2015, para homenagear o lendário programa protagonizado por Chico Anysio, que atravessou gerações e revelou inúmeros talentos do humor.

Inicialmente, emissora e canal pago encomendaram apenas sete episódios, mas além da boa audiência, o projeto virou um “queridinho” entre o elenco global e acabou reunindo expoentes do novo humor da emissora, casos de Marcelo Adnet, Dani Calabresa e Rodrigo Sant’anna, a nomes mais comuns nos créditos da teledramaturgia, como Mateus Solano e Ângelo Antônio.

Programa não cai na cilada de resumir seu humor a um tom “chapa branca” – Foto: Divulgação

No ano passado, a quinta temporada já havia apresentado algumas reformulações no formato, que tirou a sala de aula como cenário principal e abriu mais possibilidades para o humor da turma. Agora, com a quarentena provocada pela pandemia de coronavírus, o humorístico retorna com um episódio especial em total sintonia com o tom experimental que a Globo e a plataforma Globoplay vêm testando ao longo dos meses de isolamento. Sendo assim, o ensino agora é à distância.

Com diversos personagens clássicos em cena, o grande trunfo da “Escolinha do Professor Raimundo” reside na interação que as piadas provocavam no cenário. O segredo é simples: o roteiro é enviado de forma separada para cada intérprete e, além de improvisos, o riso nasce da surpresa de todos os presentes. Esse charme se perde no esquema de aula “online”, onde os alunos aparecem em pequenos quadradinhos e a comunicação entre eles resulta ensaiada e editada demais. Porém, essa adaptação forçada aos tempos atuais acaba encontrando novas saídas para a comédia.

Sempre concentrados no mesmo espaço, mostrar as casas de tipos como Cacilda e Seu Peru, de Fabiana Karla e Marcos Caruso, acaba fazendo valer a existência desta versão especial do programa. Alguns pontos mais fracos, como as aparições de Capilé Sorriso e Patropi, de George Sauma e Marco Luque, já eram tradicionalmente sem graça mesmo e em nada acrescentam ao formato. Em contrapartida, o restante do elenco surge inspirado e amparado por suas usuais caracterizações sempre muito bem finalizadas.

Mesmo que a “Escolinha do Professor Raimundo” já tenha seu público fiel via tevê aberta, canal Viva e “streaming”, impressiona a vontade de manter a produção atualizada e relevante, mérito da diretora artística Cininha de Paula.

No episódio especial, o grande destaque fica para o trabalho de edição, que na costura de tipos tão diferentes, manteve a unidade cômica que é tão característica do humorístico. Mesmo chegando a um público amplo, a “Escolinha do Professor Raimundo” não cai na cilada de resumir seu humor a um tom “chapa branca”. Em sintonia com as ruas, perguntas e respostas sobre política, sexualidade e sexismo estão sempre na ponta da língua dos alunos, resultado do trabalho antenado da numerosa equipe de roteiristas coordenada por Angélica Lopes e Leonardo Lanna.

Publicidade